Insegurança alimentar afeta cerca de 5 milhões de pessoas em Minas Gerais

Para especialista, sem o trabalho das cozinhas solidárias e as ações da sociedade civil o quadro seria pior Cozinha solidária distribui comida diariamente para a população da Vila Ipê Amarelo, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte
Cozinha Solidária Ipê Amarelo/Divulgação
Minas Gerais possui cerca de 5,04 milhões de pessoas que vivem com algum nível de insegurança alimentar, situação em que uma pessoa, família ou comunidade não têm acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos para uma vida saudável e ativa. A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito humano a uma alimentação adequada e saudável para toda a população.
"Bom destacar que, do total desses 5 milhões, 600 mil encontram-se em situação de insegurança alimentar grave", afirma Edmar Gadelha, sociólogo e membro do Instituto Harpia Harpya, agência de defesa do direito humano à alimentação criada por Dom Mauro Morelli (1935 - 2023), referência no tema no país.
Insegurança alimentar grave significa que, nos próximos 30 dias, a pessoa não sabe se terá alimento para comer.
Os números fazem parte da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) - Segurança alimentar, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2023. Na amostragem, a insegurança alimentar é classificada em três categorias: leve, moderada e grave. A pesquisa usa a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.
Em Minas Gerais, cerca de 5, 04 milhões de pessoas são afetadas pela insegurança alimentar, segundo levantamento do IBGE
Minisério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome/Divulgação
De acordo com o especialista, as políticas públicas têm reduzido a taxa de insegurança alimentar no país.
Segundo o IBGE, em Minas Gerais houve uma queda de 15% em relação a 2018, uma vez que, cinco anos atrás, o número de domicílios onde faltou comida era de 21,8%. Em 2023, o número ficou em 21,6%. Se considerar somente os dados de insegurança moderada e grave, a soma passou de 9,4% em 2018 para 6,6% no ano passado.
"No entanto, fatores como salário baixo, desemprego e a inflação de alimentos e serviços contribuem para que a população, principalmente a mais vulnerável, tenha menos acesso à alimentação de qualidade", diz o sociólogo.
Ex-membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e ex-membro do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – articulação de organizações da sociedade civil que se articula em torno do direto humano à alimentação, Edmar Gadelha ressalta que sem o trabalho das cozinhas solidárias e as ações da sociedade civil o quadro poderia ser pior.
"A fraternidade, a caridade e a solidariedade das organizações da sociedade civil amenizam a situação de insegurança alimentar grave da população mais vulnerável. Então, é fundamental essas experiências de cozinhas solidárias e comunitárias, por exemplo, para garantir o acesso de pessoas de baixa renda aos alimentos", afirma.
Projeto Ide Missões Urbanas atua no bairro Jardim Teresópolis, em Betim, com a distribuição de alimentos
Ide Missões Urbanas/Divulgação
Edmar destaca ainda que, em que pese às ações voluntárias, o Estado tem o dever constitucional de garantir o acesso da população à comida de qualidade. Programas como o de aquisição de alimentos da agricultura familiar (PAA) e de alimentação escolar (PNAE) são importantes para garantir os direitos da população.
"Em 2006, foi instituto o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que organiza uma série de políticas públicas para que o Estado garanta o direito da população à comida. Esse sistema prevê, além das ações do Estado, a adesão da sociedade civil ao sistema, que é livre, diferente do SUS", conclui.
Confira os vídeos mais assistidos do g1 Minas:
Cozinha Solidária Ipê Amarelo/Divulgação
Minas Gerais possui cerca de 5,04 milhões de pessoas que vivem com algum nível de insegurança alimentar, situação em que uma pessoa, família ou comunidade não têm acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos para uma vida saudável e ativa. A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito humano a uma alimentação adequada e saudável para toda a população.
"Bom destacar que, do total desses 5 milhões, 600 mil encontram-se em situação de insegurança alimentar grave", afirma Edmar Gadelha, sociólogo e membro do Instituto Harpia Harpya, agência de defesa do direito humano à alimentação criada por Dom Mauro Morelli (1935 - 2023), referência no tema no país.
Insegurança alimentar grave significa que, nos próximos 30 dias, a pessoa não sabe se terá alimento para comer.
Os números fazem parte da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) - Segurança alimentar, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2023. Na amostragem, a insegurança alimentar é classificada em três categorias: leve, moderada e grave. A pesquisa usa a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.
Em Minas Gerais, cerca de 5, 04 milhões de pessoas são afetadas pela insegurança alimentar, segundo levantamento do IBGE
Minisério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome/Divulgação
De acordo com o especialista, as políticas públicas têm reduzido a taxa de insegurança alimentar no país.
Segundo o IBGE, em Minas Gerais houve uma queda de 15% em relação a 2018, uma vez que, cinco anos atrás, o número de domicílios onde faltou comida era de 21,8%. Em 2023, o número ficou em 21,6%. Se considerar somente os dados de insegurança moderada e grave, a soma passou de 9,4% em 2018 para 6,6% no ano passado.
"No entanto, fatores como salário baixo, desemprego e a inflação de alimentos e serviços contribuem para que a população, principalmente a mais vulnerável, tenha menos acesso à alimentação de qualidade", diz o sociólogo.
Ex-membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e ex-membro do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – articulação de organizações da sociedade civil que se articula em torno do direto humano à alimentação, Edmar Gadelha ressalta que sem o trabalho das cozinhas solidárias e as ações da sociedade civil o quadro poderia ser pior.
"A fraternidade, a caridade e a solidariedade das organizações da sociedade civil amenizam a situação de insegurança alimentar grave da população mais vulnerável. Então, é fundamental essas experiências de cozinhas solidárias e comunitárias, por exemplo, para garantir o acesso de pessoas de baixa renda aos alimentos", afirma.
Projeto Ide Missões Urbanas atua no bairro Jardim Teresópolis, em Betim, com a distribuição de alimentos
Ide Missões Urbanas/Divulgação
Edmar destaca ainda que, em que pese às ações voluntárias, o Estado tem o dever constitucional de garantir o acesso da população à comida de qualidade. Programas como o de aquisição de alimentos da agricultura familiar (PAA) e de alimentação escolar (PNAE) são importantes para garantir os direitos da população.
"Em 2006, foi instituto o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que organiza uma série de políticas públicas para que o Estado garanta o direito da população à comida. Esse sistema prevê, além das ações do Estado, a adesão da sociedade civil ao sistema, que é livre, diferente do SUS", conclui.
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