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Tarifaço de Trump: produtores nacionais estudam novas rotas para carne brasileira

Tarifaço de Trump: produtores nacionais estudam novas rotas para carne brasileira
Exportadores de carne afirmam que competitividade brasileira ruiria nos EUA com tarifa de 50% imposta por Trump. Governo investe em novos mercados, além da China. Governo deve criar comitê com ministros e empresários para debater tarifaço anunciado pelos EUA
Em meio à taxação anunciada por Donald Trump a produtos brasileiros, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mapeia mercados alternativos aos Estados Unidos para garantir as exportações de carne de empresários brasileiros.
A carne que o Brasil manda para o mercado norte-americano é a chamada 'carne ingrediente'. Não vai pra grelha, mas sim pra linhas de produção de hambúrgueres e outros processados.
No ano passado, segundo números do governo federal, os EUA foram o segundo maior mercado para a carne brasileira. As exportações atingiram 229 mil toneladas, 8% do volume total enviado pro exterior.
Já a China, maior cliente dos produtores nacionais, ficou com 46% das exportações brasileiras de cortes bovinos no ano passado.
Carne bovina brasileira também pode ser impactada
Getty Images via BBC
O entendimento dos produtores nacionais é que a carne brasileira é versátil. O produto que dá origem aos hambúrgueres americanos pode ir parar no taco mexicano, no empanada chilena ou no shawarma do Oriente Médio.
Mas não na China, que consome cortes dianteiros do Brasil para pratos ensopados.
Por isso, segundo o setor, a principal alternativa aos Estados Unidos não é Pequim, mas sim outros 5 mercados: México, Egito, Canadá, Chile e Emirados Árabes. Que conseguiriam, cada um a sua maneira, absorver os envios brasileiros.
Fontes no setor afirmam que o Brasil manda carne para os Estados Unidos a US$ 5.700 por tonelada, em média. Com a taxação de 50%, o preço da tonelada saltaria pra cerca de US$ 8.600 -- o que tornaria os envios brasileiros inviáveis no mercado americano.
Cenário era favorável, antes das tarifas
Antes do anúncio do tarifaço, empresários esperavam que as exportações para os EUA atingissem 500 mil toneladas até o fim do ano. O primeiro semestre foi positivo.
Segundo o governo, os envios brasileiros no primeiro semestre bateram 181,5 mil toneladas e US$ 1,04 bilhão, alta de 102% em valor em relação ao mesmo período no ano passado.
E o que acontece agora, se a carne brasileira deixar de ser competitiva e os americanos deixarem os produtos nacionais de lado?
Um representante da indústria exportadora vê algumas possibilidades: "Vamos perder exportação, pode ser que inunde o mercado interno, mas preço da carne vai subir nos EUA", disse.
O preço subiria porque os EUA poderiam enfrentar dificuldades para suprir sua demanda interna com rapidez -- o hambúrguer é um alimento básico da dieta dos americanos.
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Empresários brasileiros estão em contato com representantes do Conselho de Importação de Carnes da América (MICA), que reúne os importadores americanos.
Por lá, a carne brasileira, magra, é misturada a cortes gordos para a produção de hambúrgueres. Com isso, os americanos podem vender cortes mais nobres para o mercado externo ou interno -- e faturar mais.
O MICA não se manifestou publicamente sobre a decisão de Donald Trump de taxar em 50% os produtos brasileiros.
Mas, em seu site, se posiciona claramente contra restrições ao comércio, "pois elas podem resultar em uma redução na produção de carne moída dos EUA, levar a custos mais altos de carne bovina para os consumidores dos EUA e, mais importante, diminuir a demanda por carne bovina e prejudicar os retornos econômicos da indústria pecuária doméstica dos EUA".

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