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Justiça revoga ordem de retirada de ribeirinhos em área alvo de disputa por empresários no Baixo Rio Branco

Justiça revoga ordem de retirada de ribeirinhos em área alvo de disputa por empresários no Baixo Rio Branco
Área em disputa é conhecida como "Sítio Serrinha". Nova decisão é da Vara Cível de Caracaraí. Barco de pescador na região do "Sítio Serrinha", no Baixo Rio Branco
Reprodução
A Vara Cível de Caracaraí revogou nessa terça-feira (24) uma decisão judicial que obrigava a retirada de ribeirinhos de uma região em disputa com empresários no Baixo Rio Branco, no Sul de Roraima. A área chamada de "Sítio Serrinha" fica às margens do rio Água Boa do Univini e acumula uma série de relatos sobre conflitos e até decisões da Justiça Federal sobre a atuação fiscalizatória de órgãos do governo estadual.
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A decisão revogada é de janeiro deste ano. À época, a juíza Noêmia Cardoso concedeu uma liminar autorizando o empresário que afirma ser dono do "Sítio Serrinha" a retomar a posse da área. No entanto, na decisão desta terça-feira, a mesma magistrada considerou que, como o caso já está em tramitação na Justiça Federal, a medida anterior deveria ser anulada.
"Assim, verifica-se possível conflito entre a decisão deste juízo e a decisão da Justiça Federal, que reconhece a legitimidade da ocupação da área pela comunidade tradicional e garante seu retorno à localidade, inclusive sob pena de multa. Dessa forma, a fim de evitar contrariedade entre decisões judiciais e considerando os novos elementos trazidos aos autos, revogo a decisão liminar anteriormente proferida", destacou a juíza em trecho da nova decisão.
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Para que a juíza reconsiderasse a própria decisão, o advogado Gustavo Hugo, que atua na defesa dos ribeirinho na Justiça Estadual anexou provas de que eles vivem na região e tem pertences como canoas, motor, utensílios domésticos e criam galinhas.
"A juíza deu a reintegração de posse com a retirada dos ribeirinhos [em janeiro]. Depois, fiz uma contestação alegando o direito originário, a Convenção 169 [tratado internacional vinculante que estabelece os direitos dos povos tradicionais], comunidades ribeirinhas. Ela reconsiderou e suspendeu sua decisão, mantendo os ribeirinhos na posse", explicou o advogado.
Mesmo com a nova decisão, a juíza destacou que a medida não soluciona o conflito e acrescentou que os demais trâmites processuais devem seguir "assegurando-se o contraditório e ampla defesa às partes."
Caso Serrinha: Femarh e pescadores estão em disputa na localidade
?️ A região do "Serrinha" é alvo de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) desde 2024 que apura a pressão de empresários locais, principalmente do ramo da pesca esportiva, sobre ribeirinhos que moam no Baixo Rio Branco. Moradores, segundo o MPF, afirmam sofrer pressões para deixar o território.
Em novembro de 2024, o g1 conversou com um pescador que denunciou as disputas territoriais, intimidações e até ameaças veladas por parte de empresários da pesca esportiva e turística na região. Além disso, ele também relatou que policiais militares ambientais e fiscais da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) agiam na região para favorecer grandes empresários que atuam no ramo de pesca esportiva.
À época, a Femarh disse que todas as ações na região seguiam os trâmites legais com o objetivo de proteger o meio ambiente e preservar as áreas de proteção e reserva.
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