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Assassinatos em série, ameaças e 'tribunal do crime': como facção criminosa aterrorizava cidade de 30 mil habitantes do interior de MG

Assassinatos em série, ameaças e 'tribunal do crime': como facção criminosa aterrorizava cidade de 30 mil habitantes do interior de MG
Operação Defensio Vitae prendeu 14 pessoas em Prata, no Triângulo Mineiro, ligadas ao tráfico de drogas e execuções. População relatou anos de medo às autoridades. Operação Defensio Vitae mira quadrilha envolvida em homicídios e tráfico
A cidade de Prata viveu, por anos, sob o domínio do medo. Assassinatos em série, ameaças e uma espécie de"tribunal do crime" imposto por uma facção criminosa transformaram a rotina do município do Triângulo Mineiro, com cerca de 30 mil habitantes, em um cenário de tensão constante. É o que revelou o delegado de Polícia Civil, Fábio Ruz, sobre a Operação Defensio Vitae nesta quinta-feira (3).
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"Foram muitos homicídios nos últimos tempos. As pessoas me falaram que não tinham paz. Estavam vivendo como se fosse em local dominado pelo tráfico, nas grandes cidades. É uma organização criminosa que se estruturou através desse poder de mando, de ameaça e execução de crimes de homicídio e que tinha como finalidade impor o medo à sociedade e à própria população da cidade Prata", disse o delegado de PC e membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia.
A Operação Defensio Vitae, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em conjunto com as polícias Civil e Militar, cumpriu 36 mandados judiciais e prendeu 14 pessoas, sendo duas delas em flagrante.
Quadrilha contava com estrutura logística para assassinatos
De acordo com a Polícia Militar (PM), as investigações apontam que o grupo ligado a uma facção criminosa nacional se reestruturou em um núcleo regional que atuava de forma especializada e organizada.
Os investigados contavam com operação logística para a execução de homicídios e distribuição de drogas em pontos estratégicos da cidade.
"É uma organização bem estruturada. Ela intimidava as pessoas que deviam dívidas para o tráfico de drogas e através de um tribunal, vamos assim dizer, eles condenavam essas pessoas à morte quando não faziam o que era devido para essa associação criminosa", esclareceu o comandante do 54º Batalhão da PM, major Adivaldo Andrade da Silva.
O comandante da Polícia Militar informou ainda que, embora a maioria dos crimes cometidos pela quadrilha esteja relacionada a dívidas do tráfico de drogas na cidade de Prata, também foram identificadas execuções motivadas por casos de abuso sexual cometidos por algumas das vítimas.
Casal executado em mata pode ter sido vítima da facção
O grupo criminoso atua na região de Prata há pelo menos oito anos e é suspeito de envolvimento em diversos homicídios consumados e tentados na cidade.
Segundo o delegado Fábio Ruz, a organização pode ter ligação com a morte do casal executado na zona rural de Prata, na última semana, e que comoveu a região após três dias de buscas.
As vítimas, Priscilla Silva Teodoro Santos, de 36 anos, e Luiz Gonzaga da Silva Neto, de 26 anos, estavam desaparecidas desde o dia 23 de junho.
Roupas com vestígios de sangue foram encontradas em uma plantação de seringueiras, levantando a suspeita de que os assassinatos ocorreram no local. A descoberta intensificou as buscas, que resultaram na localização dos corpos na última sexta-feira (28).
"Nós temos como vítimas [da organização criminosa] pequenos traficantes, usuários de drogas e tivemos um fato relacionado à organização criminosa, que estamos investigando, que pode ser também o duplo homicídio que ocorreu no final de semana", comentou o delegado.
Presos na Operação Defensio Vitae
Dos 16 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, 12 foram cumpridos. Outras duas pessoas foram presas em flagrante.
Segundo o MPMG, os presos foram encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça para responder pelos crimes de homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse e porte irregular de arma de fogo e organização criminosa.
Também foram apreendidas três armas de fogo e munições, que serão periciadas para saber se foram usadas nos assassinatos praticados pelo grupo.
"O mais importante eu acho que não são nem os números, mas é aquilo que nós ouvimos nas ruas de hoje, que foram as pessoas dizendo 'eu esperei por mais de 8 anos o dia de hoje'. Então isso demonstra que foi um trabalho direcionado, um trabalho que a sociedade reconheceu como sendo um trabalho bom de retirar esse tipo de pessoa de circulação", finalizou Ruz.
O nome da operação, batizada em latim, é referência ao termo "proteção da vida" para reforçar o papel dos órgãos de segurança pública no combate às organizações criminosas.
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Presos na Operação Defensio Vitae
PCMG/Divulgação
Operação Defensio Vitae em Prata
MPMG/Divulgação
Armas apreendidas na Operação Defensio Vitae em Prata
MPMG/Divulgação
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