Filha de mulher que morreu há 13 anos diz que mãe foi atendida por falso médico na Santa Casa de Sorocaba: 'Poderia ter visto os netos crescerem'

Falso médico procurado pelos homicídios de duas pacientes e acusado de forjar a própria morte se entregou em uma delegacia em Guarulhos (SP). Ele atestou a morte de uma terceira possível vítima de Sorocaba (SP), em 2012. O caso é um dos 20 que foram para a Justiça, mas ele foi absolvido. Certidão de óbito de Tania Regina Ruiz teve morte afirmada pelo falso médico de Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
A filha de uma mulher de 50 anos, que morreu após ser atendida por Fernando Henrique Dardis, falso médico preso e acusado de provocar as mortes de Helena Rodrigues e Therezinha Monticelli Calvim, entre 2011 e 2012, quando atuou como falso médico na Santa Casa de Sorocaba, diz que a mãe também foi atendida por ele no hospital.
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O falso médico foi preso após se entregar em uma delegacia de Guarulhos (SP), nesta terça-feira (24). Além de ser acusado de provocar as mortes de Helena e Therezinha, Fernando também é acusado de ter forjado a própria morte. Ele ainda não foi julgado pelos crimes.
A morte de Tania Regina Ruiz, no dia 27 de junho de 2012, está entre os 20 casos que foram levados à Justiça, porém, apenas duas mortes foram atribuídas a Fernando pelo Ministério Público.
Viviane Galhardo Rodrigues, de 44 anos, é moradora de Sorocaba e filha de Tania. Ela conta que, na época, a mãe precisou de atendimento médico por estar com uma crise forte de falta de ar e, no hospital, sofreu três paradas cardíacas.
O g1 teve acesso a certidão de óbito de Tania. A causa da morte foi registrada como parada cardiorrespiratória. Além disso, ainda consta o nome Ariosvaldo Diniz Florentino, nome falso de Fernando, como o médico que atestou o óbito no documento. Veja abaixo.
Certidão de óbito de outra possível vítima do falso médico de Sorocaba (SP)
Viviane Rodrigues/Arquivo pessoal
À TV TEM, Viviane contou que ela e a família optaram por levar Tania para a Santa Casa de Sorocaba por ser perto de onde moravam na época. A mulher foi atendida por Fernando e precisou ficar internada, porém, o falso médico tratou o atendimento com calma e ainda tranquilizou a possível vítima e sua filha.
"Ele [falso médico] falou para mim: 'pode ficar tranquila que a sua mãe vai melhorar' e eu pensei, 'não vou questionar, né? '(...) Mas não era um verdadeiro médico. Se tivesse sido um médico confiável, ela poderia estar aqui, ou não, poderia ter visto os netos crescerem, que era o sonho dela" disse Viviane.
Tania Regina Ruiz, de Sorocaba (SP), morreu no dia 27 de junho de 2012 e foi atendida pelo falso médico
Arquivo pessoal
Algumas horas depois da internação, de acordo com Viviane, ela foi avisada pelo próprio falso médico que a mãe dela estava em uma situação grave e que talvez não fosse resistir. Neste momento, um enfermeiro entrou na sala e comunicou Fernando que a mulher havia sofrido a terceira parada cardíaca e que havia morrido.
Inicialmente, Viviane acreditou na fatalidade da morte da mãe, mas logo quando a divulgação da informação de que o médico que a atendeu não era um médico de verdade, a filha decidiu registrar um boletim de ocorrência.
"Eu fui chamada para depor, era homicídio qualificado, lá estavam todos os advogados dele, mas eu não aceitei depor na frente dele. Contei toda a história de como recebi a notícia e nunca mais falaram nada, ele foi absolvido e eu só fui nesta audiência. (...) Ele saiu dando risada", lembrou Viviane.
Tania foi sepultada no Cemitério Consolação da Vila Haro no dia 28 de junho de 2012. Para a família dela, o caso deveria ser reaberto.
"Tomara que a Justiça procure ver o processo da minha mãe de novo e que ele [falso médico] pague pelas duas mortes que ele foi acusado, mas gostaria que o nome da minha mãe estivesse incluído, porque ela poderia ter tido uma chance, mas não teve. Mudou tudo, a mãe da gente é nosso pilar, eu não conseguia nem dormir. (...) Casei, tive dois filhos, que ela não pôde conhecer, meu irmão também teve filhos e eles não têm avó", finalizou
Viviane Galhardo Rodrigues é filha de uma possível terceira vítima do falso médico de Sorocaba (SP)
TV TEM/Reprodução
MP quer apuração do Gaeco
Investigação: Fantástico descobre paradeiro de homem que simulou a própria morte pra fugir da justiça
De acordo com o promotor Antônio Domingues Farto Neto, existe a possibilidade de o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de Guarulhos participar das investigações sobre o caso porque há suspeita do envolvimento de mais pessoas no esquema criminoso.
O Fantástico recebeu uma nota da empresa Med-Tour, que não aparece como sócia do Brás Cubas, mas é de propriedade da família de Fernando. Ela informa que os proprietários receberam com surpresa a notícia narrada pela reportagem e negam envolvimento em qualquer irregularidade.
Procurada pelo g1 para comentar o assunto, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou, por meio de um comunicado, que irá apurar o caso do falso médico que atendia pacientes em hospital.
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Arquivo pessoal
A filha de uma mulher de 50 anos, que morreu após ser atendida por Fernando Henrique Dardis, falso médico preso e acusado de provocar as mortes de Helena Rodrigues e Therezinha Monticelli Calvim, entre 2011 e 2012, quando atuou como falso médico na Santa Casa de Sorocaba, diz que a mãe também foi atendida por ele no hospital.
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O falso médico foi preso após se entregar em uma delegacia de Guarulhos (SP), nesta terça-feira (24). Além de ser acusado de provocar as mortes de Helena e Therezinha, Fernando também é acusado de ter forjado a própria morte. Ele ainda não foi julgado pelos crimes.
A morte de Tania Regina Ruiz, no dia 27 de junho de 2012, está entre os 20 casos que foram levados à Justiça, porém, apenas duas mortes foram atribuídas a Fernando pelo Ministério Público.
Viviane Galhardo Rodrigues, de 44 anos, é moradora de Sorocaba e filha de Tania. Ela conta que, na época, a mãe precisou de atendimento médico por estar com uma crise forte de falta de ar e, no hospital, sofreu três paradas cardíacas.
O g1 teve acesso a certidão de óbito de Tania. A causa da morte foi registrada como parada cardiorrespiratória. Além disso, ainda consta o nome Ariosvaldo Diniz Florentino, nome falso de Fernando, como o médico que atestou o óbito no documento. Veja abaixo.
Certidão de óbito de outra possível vítima do falso médico de Sorocaba (SP)
Viviane Rodrigues/Arquivo pessoal
À TV TEM, Viviane contou que ela e a família optaram por levar Tania para a Santa Casa de Sorocaba por ser perto de onde moravam na época. A mulher foi atendida por Fernando e precisou ficar internada, porém, o falso médico tratou o atendimento com calma e ainda tranquilizou a possível vítima e sua filha.
"Ele [falso médico] falou para mim: 'pode ficar tranquila que a sua mãe vai melhorar' e eu pensei, 'não vou questionar, né? '(...) Mas não era um verdadeiro médico. Se tivesse sido um médico confiável, ela poderia estar aqui, ou não, poderia ter visto os netos crescerem, que era o sonho dela" disse Viviane.
Tania Regina Ruiz, de Sorocaba (SP), morreu no dia 27 de junho de 2012 e foi atendida pelo falso médico
Arquivo pessoal
Algumas horas depois da internação, de acordo com Viviane, ela foi avisada pelo próprio falso médico que a mãe dela estava em uma situação grave e que talvez não fosse resistir. Neste momento, um enfermeiro entrou na sala e comunicou Fernando que a mulher havia sofrido a terceira parada cardíaca e que havia morrido.
Inicialmente, Viviane acreditou na fatalidade da morte da mãe, mas logo quando a divulgação da informação de que o médico que a atendeu não era um médico de verdade, a filha decidiu registrar um boletim de ocorrência.
"Eu fui chamada para depor, era homicídio qualificado, lá estavam todos os advogados dele, mas eu não aceitei depor na frente dele. Contei toda a história de como recebi a notícia e nunca mais falaram nada, ele foi absolvido e eu só fui nesta audiência. (...) Ele saiu dando risada", lembrou Viviane.
Tania foi sepultada no Cemitério Consolação da Vila Haro no dia 28 de junho de 2012. Para a família dela, o caso deveria ser reaberto.
"Tomara que a Justiça procure ver o processo da minha mãe de novo e que ele [falso médico] pague pelas duas mortes que ele foi acusado, mas gostaria que o nome da minha mãe estivesse incluído, porque ela poderia ter tido uma chance, mas não teve. Mudou tudo, a mãe da gente é nosso pilar, eu não conseguia nem dormir. (...) Casei, tive dois filhos, que ela não pôde conhecer, meu irmão também teve filhos e eles não têm avó", finalizou
Viviane Galhardo Rodrigues é filha de uma possível terceira vítima do falso médico de Sorocaba (SP)
TV TEM/Reprodução
MP quer apuração do Gaeco
Investigação: Fantástico descobre paradeiro de homem que simulou a própria morte pra fugir da justiça
De acordo com o promotor Antônio Domingues Farto Neto, existe a possibilidade de o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de Guarulhos participar das investigações sobre o caso porque há suspeita do envolvimento de mais pessoas no esquema criminoso.
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Procurada pelo g1 para comentar o assunto, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou, por meio de um comunicado, que irá apurar o caso do falso médico que atendia pacientes em hospital.
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