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Um novo marco no estudo dos cervídeos: livro reúne 150 especialistas para atualizar informações sobre espécies

Um novo marco no estudo dos cervídeos: livro reúne 150 especialistas para atualizar informações sobre espécies
“Deer of the World” traz informações sobre veados, renas e alces, revela curiosidades culturais e aponta as espécies mais ameaçadas pelo desmatamento e caça. Capa do livro 'Deer os the World'
Divulgação
Depois de 50 anos sem uma obra de referência global, a ciência dos cervídeos — a família dos veados, renas, alces e outros parentes — ganha um novo livro. Fruto de cinco anos de trabalho colaborativo, a publicação reúne 150 especialistas de diversas partes do mundo para atualizar o conhecimento sobre a evolução, conservação e classificação dessas espécies espalhadas pelos cinco continentes.
O brasileiro Márcio Leite de Oliveira, do Laboratório de Ciência da Conservação da Uniara, é um dos nomes envolvidos no projeto afirma que os nove cervídeos que ocorrem no Brasil estão presentes da obra.
“No início do livro, temos capítulos mais gerais, sobre a história dos cervídeos, a evolução das espécies e questões de conservação. Depois, os capítulos são organizados por espécie — cada uma que tinha conhecimento suficiente disponível ganhou um capítulo dedicado”, ressalta.
Uma família cheia de mistérios e desafios taxonômicos
Das populares renas, alces e veados até espécies das florestas tropicais da América Central, América do Sul e Sudeste Asiático, há hoje 53 espécies de cervídeos reconhecidas.
Rena, também chamada de Caribu, é o único cervídeo domesticado pelo homem
Ryan Hodnett
Só que classificar esses animais nunca foi tarefa simples — e a genética moderna está mostrando que algumas das antigas classificações, baseadas apenas na aparência, não fazem mais sentido.
O livro dedica atenção especial a dois gêneros de difícil definição:
Mazama (os veados-do-mato americanos), que se revelou um grupo polifilético, ou seja, formado por espécies que não compartilham um ancestral comum direto recente. Esse impasse levou à revalidação de gêneros como Subulo e Passalites, além da proposta de um novo gênero: Bisbalus.
O muntjac-vermelho-do-norte (Muntiacus vaginalis) é uma espécie de cervídeo do gênero muntjac. Ele é encontrado em diversos países do sul-centro e sudeste da Ásia
Next Continent/iNaturalist
Muntiacus (os muntjacs asiáticos), cujas espécies foram sucessivamente revistas nas últimas décadas. De cerca de 10 espécies conhecidas há alguns anos, hoje já se reconhecem ao menos 12 — e novas descobertas devem elevar esse número nos próximos anos.
Cervídeos brasileiros
No livro há um copilado de informações atualizadas sobre as nove espécies de cervídeos brasileiros. O Mazama jucunda, veado-mateiro-pequeno, por exemplo, é o maior mamífero endêmico da Mata Atlântica e o maior mamífero terrestre endêmico do Brasil.
"No Brasil, a espécie mais ameaçada de extinção é o veado-anão Mazama nana. Ele ocorre na região sul do Brasil e sofre muito com a caça e cães domésticos soltos em áreas rurais", explica Márcio.
Conservação: situação crítica nos trópicos
Enquanto espécies como o veado-vermelho e o veado-dama são abundantes e até criados para manejo e produção de galhadas em países da Ásia, Europa e Oceania, a situação é preocupante para os cervídeos tropicais.
A espécie de cervídeo mais ameaçada de extinção no Brasil é o veado-anão (Mazama nana)
Fabrício Vilela/iNaturalist
Das 53 espécies de cervos no mundo, só oito são consideradas em situação estável. As demais enfrentam algum nível de ameaça, especialmente na Ásia e América do Sul, onde a caça, perda de habitat e conflitos com atividades humanas colocam em risco a sobrevivência desses animais.
Um livro que veio na hora certa
A nova obra chega, portanto, em um momento decisivo, reunindo informações atualizadas sobre a taxonomia, conservação, genética, evolução, doenças, impactos ecológicos, manejo de populações nativas e exóticas e a história evolutiva da família Cervidae.
Ao longo de 63 capítulos, a publicação oferece um panorama completo da diversidade desses mamíferos, suas adaptações e os desafios para sua conservação em um planeta cada vez mais fragmentado e antropizado.
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