Sensor de glicose: o que é a tecnologia usada por filho de Marília Mendonça e quais os modelos disponíveis no Brasil

Equipamentos aprovados pela Anvisa custam até cerca de R$ 330, duram 14 dias e ajudam no controle da glicemia sem picadas diárias nos dedos. Especialistas explicam vantagens da tecnologia. Léo e a babá, Luciene Melo, em foto compartilhada nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais de Luciene Melo
Após a repercussão do uso de um sensor de glicose pelo filho de Marília Mendonça, surgiram dúvidas e interpretações equivocadas sobre a tecnologia e sua disponibilidade no Brasil. O pai do menino Léo Dias Mendonça Huff, Murilo Huff, trouxe o aparelho para o filho de 5 anos dos Estados Unidos, mas o Brasil tem equipamentos disponíveis para monitorar a glicemia, mesmo de crianças.
Os sensores são relativamente caros para o Brasil, com custos que variam entre R$ 250 e R$ 330 e duram entre 14 e 15 dias. Por isso, as pessoas precisam de dois sensores por mês, pelo menos, segundo a diretora do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e presidente da regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Joana Dantas.
“A recomendação é que a glicose seja feita cinco vezes ao dia, para quem tem diabetes tipo 1. Ou seja, antes de cada refeição: café, almoço, lanche, jantar e ceia, ou antes de dormir. E as crianças pequenas, sem dúvida, devem usar sensor de glicose”, destaca Dantas.
A diabetes tipo 1 é mais comum na infância, geralmente a partir de 5 anos de idade, até o começo da idade adulta. A doença é aguda, então os sintomas começam abruptamente, segundo Andressa Heimbecher, endocrinologista da SBEM-SP.
Abaixo, nesta reportagem, esclarecemos o que são os medidores contínuos de glicemia (CGMs), quem pode usá-los, como funcionam e o que a ciência realmente sabe sobre os gatilhos da doença.
O que são os sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGMs)?
Como esses aparelhos funcionam na prática?
Quais são os principais tipos de CGM?
Esses aparelhos são aprovados no Brasil?
Quais são os benefícios comprovados do uso de CGMs e quem tem prioridade?
O SUS oferece CGMs?
Existe algum projeto de lei sobre o tema?
Quais são os sintomas comuns do diabetes tipo 1?
A doença também pode atingir adultos?
O emocional costuma ser um gatilho, como ocorreu com o filho de Marília Mendonça?
1) O que são os sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGMs)?
São tecnologias que permitem medir os níveis de glicose no organismo de forma contínua, sem a necessidade de picadas nos dedos ao longo do dia. O sensor é aplicado sob a pele e envia leituras frequentes da glicose, ajudando a identificar oscilações perigosas e a manter os níveis mais estáveis.
Insulina semanal: entenda como funciona o novo medicamento para tratar diabetes tipo 1 e 2
2) Como esses aparelhos funcionam na prática?
O sensor é inserido sob a pele — todos no braço, mas uma marca também permite a inserção no abdômen — e mede a glicose no líquido intersticial (não diretamente no sangue). Ele armazena os dados que podem ser acessados por um leitor ou celular. Um dos modelos mais usados no Brasil, o FreeStyle Libre (Abbott), mostra gráficos das últimas 8 horas, indica tendências e não exige calibração diária. Cada sensor tem duração de até 14 dias.
3) Quais são os principais tipos de CGM?
Desde 2017, o Brasil conta com sensores de monitorização contínua (CGM) registrados na Anvisa. Os dois principais são:
Sistema Flash (SFMG): armazena dados que são lidos sob demanda, como o FreeStyle Libre.
CGM em tempo real (rt-CGM): envia alertas automáticos, útil para identificar rapidamente situações de risco.
4) Esses aparelhos são aprovados no Brasil?
Sim. O FreeStyle Libre é o principal CGM disponível no Brasil, aprovado pela Anvisa para uso a partir dos 4 anos e também durante a gravidez. Outro sistema, o Enlite Medtronic (rt-CGM), é autorizado para maiores de 2 anos. Outros modelos internacionais, como o Dexcom e o Eversense, não estão disponíveis no país.
5) Quais são os benefícios comprovados do uso de CGMs e quem tem prioridade?
Estudos mostram que o uso de CGMs:
Reduz episódios de hipoglicemia e o tempo em que a glicose está fora da faixa ideal.
Melhora o controle glicêmico de longo prazo (HbA1c).
Diminui internações por complicações como cetoacidose.
Melhora a qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.
No caso de gestantes com diabetes tipo 1, também foram observadas melhorias nos desfechos para o bebê, como menor risco de internação na UTI neonatal.
Oferecem aos médicos uma visão global do paciente, quando a glicose está subindo ou caindo, durante 24 horas.
“Todos os pacientes com diabetes tipo 1 devem monitorar a glicose, seja na ponta de dedo, seja com sensor. Mas como expliquei, o sensor é uma visão mais ampla. Eu consigo ver como é que foi a madrugada toda, se ficou alta ou baixa. Os sensores com visão no celular conseguem avisar se teve hipoglicemia, porque o celular apita e a pessoa acorda”, explica Dantas.
O uso é recomendado para qualquer pessoa com diabetes, a partir dos 4 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), devem ter prioridade:
Pessoas com episódios graves de hipoglicemia.
Quem apresenta hipoglicemias noturnas.
Pacientes com controle inadequado da glicose, mesmo com tratamento.
Pessoas com internações frequentes por complicações do diabetes.
Fora do Brasil, o sensor é amplamente usado por quem tem diabetes tipo 1. Mas no Brasil os médicos tendem a indicar para os pacientes que têm hipoglicemia assintomática e hipoglicemia noturna, segundo Dantas.
Como o pâncreas não fabrica insulina, é precisa medir ou ter o sensor indicando para o médico entender o comportamento da glicose. E também para o paciente saber se está com hipoglicemia ou hiperglicemia e o que pode comer. Como é preciso contar carboidratos, essa contagem também é ajustada de acordo com a glicemia.
6) O SUS oferece CGMs?
Ainda não de forma ampla. O acesso a CGMs pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é limitado, e geralmente restrito a processos judiciais ou programas locais de saúde. Porém, isso pode mudar em breve.
7) Existe algum projeto de lei sobre o tema?
Sim. Está em análise no Senado o Projeto de Lei nº 3526/2024, que propõe garantir a oferta gratuita de medidores contínuos de glicose no SUS para quem tiver prescrição médica. O projeto busca corrigir desigualdades de acesso, já que atualmente esses dispositivos são acessíveis apenas a quem pode pagar — e os custos são altos. A proposta também argumenta que o uso dos CGMs pode reduzir custos com complicações, internações e tratamentos a longo prazo.
8) Quais são os sintomas comuns do diabetes tipo 1?
Sede excessiva
Urina frequente (inclusive à noite)
Fome constante
Perda de peso sem explicação
Irritabilidade ou sonolência
Infecções de repetição (urinárias, candidíase)
Náuseas e dor abdominal se houver cetoacidose
“Quando ocorre o diagnóstico, a criança geralmente fica extremamente doente, perde muito peso, desidrata e pode até ter convulsão, dependendo do caso. Ela faz muito xixi, bebe muita água, come muito e tem uma perda de peso importante. Realmente é um quadro muito grave quando abre”, afirma Heimbecher.
9) A doença também pode atingir adultos?
A maioria dos novos casos aparece entre a infância e a adolescência, quando o ataque autoimune às células β do pâncreas costuma ser mais rápido. No entanto, o processo pode começar mais tardiamente e há um número crescente de diagnósticos em adultos, muitas vezes classificados como “diabetes autoimune latente do adulto” (LADA), segundo a médica endocrinologista Carolina Janovsky.
Estudos de prevalência mostram que até 7-12 % dos adultos inicialmente tratados como tipo 2, na verdade, têm essa forma autoimune lenta.
10) O emocional costuma ser um gatilho, como ocorreu com o filho da Marília Mendonça?
O estresse intenso (luto, trauma e grandes infecções, por exemplo) pode precipitar a manifestação clínica ao acelerar a destruição autoimune já em curso, mas não inicia sozinho a doença, segundo Janovsky.
“Revisões recentes mostram associação entre eventos estressantes e antecipação do diagnóstico em indivíduos susceptíveis, mas o estresse não é considerado a causa primária”, explica.
Aproximadamente metade do risco total de diabetes tipo 1 vem de genes de susceptibilidade. Mesmo nos casos em que o estresse parece o estopim, testes de autoanticorpos quase sempre demonstram que a autoimunidade já estava ativa, e a maioria dos pacientes possui histórico familiar ou marcadores genéticos.
Janovsky acrescenta que somente 1 em cada 10 portadores de alto risco evolui para a diabetes tipo 1. Mas nenhuma intervenção de estilo de vida se mostrou capaz de impedir de forma consistente o aparecimento da doença.
Ensaios de prevenção com imunoterapia ou insulina oral em familiares de risco conseguiram apenas atrasar a progressão em subgrupos. Dieta, exercício e manejo do estresse melhoram a saúde geral, mas não aboliram o risco em estudos clínicos. Assim, qualidade de vida é sempre recomendada, mas ainda não há prova de que evite a doença em quem é geneticamente suscetível.
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Os sensores são relativamente caros para o Brasil, com custos que variam entre R$ 250 e R$ 330 e duram entre 14 e 15 dias. Por isso, as pessoas precisam de dois sensores por mês, pelo menos, segundo a diretora do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e presidente da regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Joana Dantas.
“A recomendação é que a glicose seja feita cinco vezes ao dia, para quem tem diabetes tipo 1. Ou seja, antes de cada refeição: café, almoço, lanche, jantar e ceia, ou antes de dormir. E as crianças pequenas, sem dúvida, devem usar sensor de glicose”, destaca Dantas.
A diabetes tipo 1 é mais comum na infância, geralmente a partir de 5 anos de idade, até o começo da idade adulta. A doença é aguda, então os sintomas começam abruptamente, segundo Andressa Heimbecher, endocrinologista da SBEM-SP.
Abaixo, nesta reportagem, esclarecemos o que são os medidores contínuos de glicemia (CGMs), quem pode usá-los, como funcionam e o que a ciência realmente sabe sobre os gatilhos da doença.
O que são os sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGMs)?
Como esses aparelhos funcionam na prática?
Quais são os principais tipos de CGM?
Esses aparelhos são aprovados no Brasil?
Quais são os benefícios comprovados do uso de CGMs e quem tem prioridade?
O SUS oferece CGMs?
Existe algum projeto de lei sobre o tema?
Quais são os sintomas comuns do diabetes tipo 1?
A doença também pode atingir adultos?
O emocional costuma ser um gatilho, como ocorreu com o filho de Marília Mendonça?
1) O que são os sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGMs)?
São tecnologias que permitem medir os níveis de glicose no organismo de forma contínua, sem a necessidade de picadas nos dedos ao longo do dia. O sensor é aplicado sob a pele e envia leituras frequentes da glicose, ajudando a identificar oscilações perigosas e a manter os níveis mais estáveis.
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2) Como esses aparelhos funcionam na prática?
O sensor é inserido sob a pele — todos no braço, mas uma marca também permite a inserção no abdômen — e mede a glicose no líquido intersticial (não diretamente no sangue). Ele armazena os dados que podem ser acessados por um leitor ou celular. Um dos modelos mais usados no Brasil, o FreeStyle Libre (Abbott), mostra gráficos das últimas 8 horas, indica tendências e não exige calibração diária. Cada sensor tem duração de até 14 dias.
3) Quais são os principais tipos de CGM?
Desde 2017, o Brasil conta com sensores de monitorização contínua (CGM) registrados na Anvisa. Os dois principais são:
Sistema Flash (SFMG): armazena dados que são lidos sob demanda, como o FreeStyle Libre.
CGM em tempo real (rt-CGM): envia alertas automáticos, útil para identificar rapidamente situações de risco.
4) Esses aparelhos são aprovados no Brasil?
Sim. O FreeStyle Libre é o principal CGM disponível no Brasil, aprovado pela Anvisa para uso a partir dos 4 anos e também durante a gravidez. Outro sistema, o Enlite Medtronic (rt-CGM), é autorizado para maiores de 2 anos. Outros modelos internacionais, como o Dexcom e o Eversense, não estão disponíveis no país.
5) Quais são os benefícios comprovados do uso de CGMs e quem tem prioridade?
Estudos mostram que o uso de CGMs:
Reduz episódios de hipoglicemia e o tempo em que a glicose está fora da faixa ideal.
Melhora o controle glicêmico de longo prazo (HbA1c).
Diminui internações por complicações como cetoacidose.
Melhora a qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.
No caso de gestantes com diabetes tipo 1, também foram observadas melhorias nos desfechos para o bebê, como menor risco de internação na UTI neonatal.
Oferecem aos médicos uma visão global do paciente, quando a glicose está subindo ou caindo, durante 24 horas.
“Todos os pacientes com diabetes tipo 1 devem monitorar a glicose, seja na ponta de dedo, seja com sensor. Mas como expliquei, o sensor é uma visão mais ampla. Eu consigo ver como é que foi a madrugada toda, se ficou alta ou baixa. Os sensores com visão no celular conseguem avisar se teve hipoglicemia, porque o celular apita e a pessoa acorda”, explica Dantas.
O uso é recomendado para qualquer pessoa com diabetes, a partir dos 4 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), devem ter prioridade:
Pessoas com episódios graves de hipoglicemia.
Quem apresenta hipoglicemias noturnas.
Pacientes com controle inadequado da glicose, mesmo com tratamento.
Pessoas com internações frequentes por complicações do diabetes.
Fora do Brasil, o sensor é amplamente usado por quem tem diabetes tipo 1. Mas no Brasil os médicos tendem a indicar para os pacientes que têm hipoglicemia assintomática e hipoglicemia noturna, segundo Dantas.
Como o pâncreas não fabrica insulina, é precisa medir ou ter o sensor indicando para o médico entender o comportamento da glicose. E também para o paciente saber se está com hipoglicemia ou hiperglicemia e o que pode comer. Como é preciso contar carboidratos, essa contagem também é ajustada de acordo com a glicemia.
6) O SUS oferece CGMs?
Ainda não de forma ampla. O acesso a CGMs pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é limitado, e geralmente restrito a processos judiciais ou programas locais de saúde. Porém, isso pode mudar em breve.
7) Existe algum projeto de lei sobre o tema?
Sim. Está em análise no Senado o Projeto de Lei nº 3526/2024, que propõe garantir a oferta gratuita de medidores contínuos de glicose no SUS para quem tiver prescrição médica. O projeto busca corrigir desigualdades de acesso, já que atualmente esses dispositivos são acessíveis apenas a quem pode pagar — e os custos são altos. A proposta também argumenta que o uso dos CGMs pode reduzir custos com complicações, internações e tratamentos a longo prazo.
8) Quais são os sintomas comuns do diabetes tipo 1?
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Estudos de prevalência mostram que até 7-12 % dos adultos inicialmente tratados como tipo 2, na verdade, têm essa forma autoimune lenta.
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