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Pelo 3º dia seguido, moradores da Favela do Moinho fazem protesto contra demolição de casas no Centro de SP

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Pelo 3º dia seguido, moradores da Favela do Moinho fazem protesto contra demolição de casas no Centro de SP
Demolições começaram na segunda-feira (12), também diante de protesto dos moradores que permanecem na favela e são contrários às desocupações. Moradores da Favela do Moinho protestam no Centro de SP, nesta quarta (14)
Um grupo de moradores da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, protestou na tarde desta quarta-feira (14) contra a demolição de casas desocupadas na comunidade. Um vídeo feito por uma moradora da região mostra a ocorrência (veja acima).
A Polícia Militar informou que, por volta das 17h20, os manifestantes bloquearam a Avenida Rio Branco, na altura do número 1.600.
Os agentes foram acionados para fazer a desobstrução da via e houve confronto, inclusive com disparo de munição não letal e gás de efeito moral por parte da PM. Houve participação da Tropa de Choque e do helicóptero da corporação.
Por volta das 18h10, a situação estava em processo de normalização após desobstrução da avenida.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a PM "permanece na Favela do Moinho para garantir a segurança das equipes da CDHU e o direito de ir e vir da população". A pasta disse, ainda, que um profissional de imprensa foi atingido por uma pedra arremessada pelos manifestantes e que não houve detidos.
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A circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda foi interrompida temporariamente em razão dos protestos e foi normalizada.
Na terça (13), o governo federal publicou um comunicado afirmando que vai paralisar o processo de cessão da área da favela para o governo estadual.
A área da comunidade pertence à União, mas o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) entrou com um pedido para transformar a área em um parque. O processo estava em andamento, segundo o governo federal.
A União questiona o modo como tem sido feita a desocupação. O texto da nota diz que "o governo federal não compactua com o uso de força policial contra a população" e que o processo deveria ser "transparente e negociado com a comunidade".
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) afirmou que propôs o reassentamento voluntário das famílias da Favela do Moinho e obteve "90% de adesão". Ainda segundo a SDUH, 181 famílias já se mudaram do local.
Protestos na terça (13)
A presença da PM na Favela da Moinho provocou protestos também na terça-feira (13).
Linha 8 é paralisada de novo por causa de protesto de moradores da favela do Moinho
Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), a presença da PM na favela era necessária para garantir a segurança dos funcionários do órgão que trabalham para demolir as casas já desocupadas pelas famílias que deixaram a comunidade.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a "presença policial tem como objetivo garantir a segurança dos presentes na região. Policiais militares detiveram um homem que arremessou objetos contra a equipe. Ele foi conduzido ao 2º DP onde o caso está sendo registrado. A ação policial na comunidade está em andamento".
As demolições começaram nesta segunda-feira (12), também diante de protesto dos moradores que permanecem na favela e são contrários as desocupações.
O protesto desta segunda (12) teve fogo e pneus e madeiras que paralisaram as operações das linhas 8-Diamante, 7-Rubi e 10-Turquesa e 13- Jade, da CPTM e da ViaMobilidade, por volta das 17h.
Presença da Polícia Militar na Favela do Moinho nesta terça-feira (13).
Acervo pessoal
Segundo a CDHU, que está encaminhando as famílias do Moinho para programa de moradia e auxílio-aluguel, 168 famílias já deixaram o Moinho desde o mês passado.
A ideia, de acordo com a companhia, é que todas essas casas abandonadas sejam demolidas.
Nos cálculos da CDHU, seis casas já foram demolidas e a ideia é que, conforme outras famílias deixem a favela, as casas também sejam destruídas e o terreno retomado ao Poder Público, que pretende transformar o lugar em um parque.
Nas redes sociais, o deputado estadual Eduardo Suplicy (SP) atribuiu os protestos dos moradores a uma "quebra de acordo do governo com a CDHU".
"Minha equipe acompanha pessoalmente a grave situação na Favela do Moinho, com a polícia atacando violentamente os moradores em ação militar arbitrária e irresponsável. Os moradores estão protestando porque houve uma quebra de acordo do governo de São Paulo e da CDHU, que estão demolindo casas aleatoriamente, colocando em risco as pessoas que ainda estão nas moradias", escreveu no Instagram.
Presença da PM na Favela do Moinho, no Centro, gera 2° dia de protestos contra demolições
Autorização do governo federal
A área pertence à União que, em ofício enviado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Governo do Estado de São Paulo, garantiu a legalidade das demolições.
A Secretaria do Patrimônio da União, ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação, afirmou que “considera indispensável a descaracterização das moradias vazias” para que o Poder Público possa retomar a área.
“Com relação aos procedimentos pós desocupação, informamos que, face a informação de que o Governo Estadual considera indispensável a descaracterização das moradias vazias, no sentido de evitar novas ocupações que ampliariam o número de pessoas expostas aos riscos de segurança e saúde públicas”, disse o órgão federal.
“Não vemos óbice a que o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Município de São Paulo exerçam suas respectivas competências quanto à ordem pública, segurança e saúde coletivas, procedendo à descaracterização das moradias de famílias que optaram voluntariamente por aceitar a alternativa habitacional proposta pela SDUH e CDHU”, declarou.
O governo federal recomendou à CDHU que “a descaracterização das moradias vazias seja feita de forma cuidadosa, para evitar o impacto na estrutura das casas vizinhas e minimizar a interferência nas atividades cotidianas da comunidade”.
“A cessão da área para a implantação do Parque do Moinho deve atender aos objetivos de desenvolvimento urbano da região, bem como do direito à moradia no Centro, reafirmamos nosso compromisso com a melhoria das condições de moradia das famílias que há muito habitam no local e enviamos nossas saudações”, afirmou o documento.
Protestos na segunda (12)
Manifestantes colocam fogo e interditam linhas de trens no centro
Nesta segunda (12), moradores da Favela do Moinho, localizada ao lado das linhas 7-Rubi e 8-Diamante, no Centro de São Paulo, realizaram a 1ª manifestação que paralisou a circulação de trens em quatro linhas.
Eles protestaram justamente após a CDHU realizar demolições na área. Os manifestantes colocaram fogo em objetos na linha do trem, que cruza a comunidade.
Até às 17h, as linhas 8-Diamante, 7-Rubi e 10-Turquesa e 13- Jade estavam com a circulação afetada. A interrupção durou mais de 1 hora.
Objetos que foram colocados na linha do trem que cruza a favela.
Reprodução
A área da favela pertence ao governo federal e a cessão do terreno está em negociação com a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que quer desocupar a área para ser transformada em parque.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação informou que seis casas — que estavam desocupadas — foram demolidas. Segundo a pasta, os imóveis representavam "risco pela estrutura precária, já lacradas pela Prefeitura devido ao já citado risco. A ação é realizada conjuntamente pela CDHU, pela Subprefeitura Sé e pela Defesa Civil."
A Polícia Militar informou que acompanha a manifestação. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conteve as chamas no local.
Protesto na Favela do Moinho.
Reprodução/ TV Globo
Em nota, a CPTM informou que a circulação foi interrompida por volta das 16h10 entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz.
"As composições da Linha 7-Rubi estão circulando entre as estações Jundiaí e Palmeiras-Barra Funda. Já os trens da Linha 10-Turquesa circulam entre as estações Rio Grande da Serra e Luz. Como alternativa, o passageiro pode utilizar as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô, que passam pelas estações. Os trens do serviço Expresso Aeroporto estão partindo da Estação da Luz."
Protesto na Favela do Moinho.
Reprodução/ TV Globo
Marcelo Branco, secretário do Desenvolvimento Urbano e Habitação, disse ao SP2 que a manifestação é pequena.
"Grande parte dessas famílias mora em unidades de aluguel, ou seja, não são donas dos imóveis ali na favela. E existem os donos dessas unidades, que exploram essas famílias. Então, o conflito é com os grandes proprietários desses imóveis na favela, e não com a comunidade, que está sendo acolhida pelo governo do estado e está tendo a oportunidade de morar fora dali", afirmou.
Em nota, a CPTM informou que a circulação foi interrompida por volta de 16h10 entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz.
Reprodução
Remoção de moradores
O governo de São Paulo iniciou no dia 22 de abril a remoção de parte das 820 famílias que vivem na Favela do Moinho, nos Campos Elíseos, no Centro de São Paulo. Onze famílias deixaram a comunidade no 1° dia de operação.
O governo de São Paulo também afirma que a área precisa ser desocupada por razões de segurança, devido à circulação dos trens. O início da remoção foi marcado por protestos e tensão por parte dos moradores que não desejam deixar o local — especialmente pela presença da Polícia Militar (PM), que chegou horas antes dos funcionários da CDHU.
Funcionários da CDHU iniciam remoção de famílias da Favela do Moinho, no Centro de SP, na manhã desta terça-feira (22).
TABA BENEDICTO/ESTADÃO CONTEÚDO
O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Cardinale Branco, afirmou que os policiais militares chegaram ao local antes dos funcionários do governo para evitar que parte do grupo descontente ateasse fogo na entrada da favela e impedisse a remoção das primeiras famílias — como ocorreu na sexta-feira (18).
"A opção do comando da polícia, na minha opinião acertadamente, foi entrar lá primeiro e mais cedo. Eles não entraram na favela, ficaram do lado de fora para garantir que não houvesse barricadas e que não tocassem fogo embaixo do viaduto ou na entrada, para que a gente pudesse oferecer a opção às pessoas que querem sair da comunidade", disse Cardinale Branco.
Moradores da Favela do Moinho, no bairro Campos Elí¬seos, Centro de SP, realizam protesto contra a desapropriação de suas casas, na manhã desta terça- feira, 22 de abril de 2025.
RAUL LUCIANO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
"As pessoas que querem fazer barricada, querem impedir o quê? Não é impedir a CDHU de entrar, é impedir que as pessoas que querem sair consigam sair. Isso é um cativeiro. Sinto muito, mas não é o que se preconiza em qualquer ação de uma comunidade que deseja proteger os seus. Me desculpe", completou.
Segundo o secretário, 716 das 820 famílias que vivem na favela foram cadastradas pelo serviço social da CDHU já manifestaram interesse em deixar a comunidade. Esse número representa, segundo ele, 86% dos moradores.
Para viabilizar a saída, a gestão Tarcísio afirma que está oferecendo um auxílio-aluguel de R$ 800 para subsidiar a moradia dessas famílias até que habitações definitivas sejam construídas ou adquiridas pela companhia de habitação.
O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Cardinale Branco, ao lado do vice-governador Felício Ramuth (PSD) e representante da Polícia Militar.
Reprodução/TV Globo
Desses R$ 800 mensais:
R$ 400 serão pagos pelo governo paulista
e outros R$ 400 pela Prefeitura de São Paulo.
Para ajudar na mudança, a gestão estadual também está oferecendo um auxílio-mudança de R$ 2.400, pagos em parcela única.
“Não tenho dúvida nenhuma que estamos resgatando a dignidade dessas pessoas e a liberdade. Eles vão ter muito mais liberdade para o seu dia a dia e a sua vida. A grande maioria dessas famílias já apontaram para o lugar que gostariam de ir definitivamente com as ofertas habitacionais da CDHU”, disse o vice-governador Felício Ramuth (PSD), que acompanhou de perto o primeiro dia de mudanças na favela.

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