Mestre Damasceno, símbolo da cultura marajoara, recebe Ordem do Mérito Cultural em cerimônia no Rio

Cerimônia marcou reinauguração do Palácio Gustavo Capanema, após dez anos fechado, e reuniu autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Margareth Menezes, no Rio de Janeiro. Mestre Damasceno
Reprodução
O mestre da cultura marajoara, Damasceno Gregório dos Santos, conhecido como Mestre Damasceno, foi homenageado na terça-feira (20) com a Ordem do Mérito Cultural (OMC), a mais alta condecoração pública concedida pelo Ministério da Cultura.
A cerimônia marcou a reinauguração do Palácio Gustavo Capanema após dez anos fechado e reuniu autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Margareth Menezes, no centro do Rio de Janeiro.
A OMC, instituída pela Lei nº 8.313 de 1991, reconhece personalidades e instituições que contribuem de forma significativa para a cultura brasileira. Neste ano, a honraria foi concedida a 111 pessoas e 14 instituições, em celebração aos 40 anos de criação do Ministério da Cultura.
Reinvenção da vida pela arte
Aos 72 anos, Mestre Damasceno soma mais de cinco décadas dedicadas à valorização das manifestações tradicionais do arquipélago do Marajó, no Pará. Ele perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente de trabalho, e reinventou a vida por meio da arte.
Tornou-se referência no carimbó, nas toadas, na poesia oral e na criação do Búfalo-Bumbá de Salvaterra — manifestação junina que mescla teatro popular, cultura quilombola e elementos da natureza amazônica.
Com mais de 400 composições autorais e seis álbuns gravados, Damasceno é considerado um símbolo de resistência e da força cultural do Norte do Brasil.
“É com grande alegria que recebo a Ordem do Mérito Cultural. Trago comigo tudo o que aprendi com meus pais e avós, ancestrais quilombolas. São mais de 50 anos dedicados às tradições culturais marajoaras, e hoje colho os frutos de uma vida inteira de trabalho. Espero fazer ainda mais”, declarou o músico durante a cerimônia.
Projetos e legado no Marajó
A atuação de Damasceno é marcada por iniciativas que consolidaram e renovaram as tradições populares marajoaras. Em 2012, ele criou oficialmente o Búfalo-Bumbá, espetáculo que une elementos do auto do boi com a identidade marajoara e quilombola, sendo responsável pelos roteiros, figurinos e direção das apresentações.
Outro destaque é o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, fundado em 2013, que já lançou quatro álbuns com a marca registrada do artista: o carimbó pau e corda do Marajó.
Entre as iniciativas mais recentes está o Cortejo Carimbúfalo, que mistura carimbó com Búfalo-Bumbá e leva essa expressão cultural às ruas de Salvaterra.
Em 2023, Damasceno idealizou o Festival de Boi-Bumbá de Salvaterra, reunindo grupos de comunidades quilombolas do município e ampliando o alcance de sua arte.
Reconhecimento e novos projetos
Além da OMC, Mestre Damasceno será um dos homenageados da 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, marcada para agosto de 2025. A trajetória dele também será registrada em documentário de longa-metragem dirigido por Guto Nunes, com lançamento previsto para julho de 2025 e apoio da Lei Paulo Gustavo.
A Ordem do Mérito Cultural, que havia sido suspensa em 2019, retorna em 2025 como parte das comemorações dos 40 anos do Ministério da Cultura.
A premiação reconhece artistas, mestres da cultura e instituições que promovem a diversidade cultural brasileira, destacando a importância da cultura como instrumento de inclusão, fortalecimento de identidades e preservação do território nacional.
“Viva os Mestres e Mestras do Estado do Pará! Viva o Carimbó, o Boi-Bumbá, os Abridores de Letras, os Artesãos, Ceramistas, Guitarreiros, mestres/as de Cordões de Pássaros e toda a nossa gente que, apesar das dificuldades do dia-a-dia, segue fazendo o seu ofício, porque essa forma de viver faz parte do que nos constitui”, celebrou Damasceno em suas redes sociais.
Com trajetória marcada pela inovação e pelo compromisso com a cultura popular, Mestre Damasceno segue como referência e inspiração para as novas gerações do Marajó e do Brasil.
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O mestre da cultura marajoara, Damasceno Gregório dos Santos, conhecido como Mestre Damasceno, foi homenageado na terça-feira (20) com a Ordem do Mérito Cultural (OMC), a mais alta condecoração pública concedida pelo Ministério da Cultura.
A cerimônia marcou a reinauguração do Palácio Gustavo Capanema após dez anos fechado e reuniu autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Margareth Menezes, no centro do Rio de Janeiro.
A OMC, instituída pela Lei nº 8.313 de 1991, reconhece personalidades e instituições que contribuem de forma significativa para a cultura brasileira. Neste ano, a honraria foi concedida a 111 pessoas e 14 instituições, em celebração aos 40 anos de criação do Ministério da Cultura.
Reinvenção da vida pela arte
Aos 72 anos, Mestre Damasceno soma mais de cinco décadas dedicadas à valorização das manifestações tradicionais do arquipélago do Marajó, no Pará. Ele perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente de trabalho, e reinventou a vida por meio da arte.
Tornou-se referência no carimbó, nas toadas, na poesia oral e na criação do Búfalo-Bumbá de Salvaterra — manifestação junina que mescla teatro popular, cultura quilombola e elementos da natureza amazônica.
Com mais de 400 composições autorais e seis álbuns gravados, Damasceno é considerado um símbolo de resistência e da força cultural do Norte do Brasil.
“É com grande alegria que recebo a Ordem do Mérito Cultural. Trago comigo tudo o que aprendi com meus pais e avós, ancestrais quilombolas. São mais de 50 anos dedicados às tradições culturais marajoaras, e hoje colho os frutos de uma vida inteira de trabalho. Espero fazer ainda mais”, declarou o músico durante a cerimônia.
Projetos e legado no Marajó
A atuação de Damasceno é marcada por iniciativas que consolidaram e renovaram as tradições populares marajoaras. Em 2012, ele criou oficialmente o Búfalo-Bumbá, espetáculo que une elementos do auto do boi com a identidade marajoara e quilombola, sendo responsável pelos roteiros, figurinos e direção das apresentações.
Outro destaque é o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, fundado em 2013, que já lançou quatro álbuns com a marca registrada do artista: o carimbó pau e corda do Marajó.
Entre as iniciativas mais recentes está o Cortejo Carimbúfalo, que mistura carimbó com Búfalo-Bumbá e leva essa expressão cultural às ruas de Salvaterra.
Em 2023, Damasceno idealizou o Festival de Boi-Bumbá de Salvaterra, reunindo grupos de comunidades quilombolas do município e ampliando o alcance de sua arte.
Reconhecimento e novos projetos
Além da OMC, Mestre Damasceno será um dos homenageados da 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, marcada para agosto de 2025. A trajetória dele também será registrada em documentário de longa-metragem dirigido por Guto Nunes, com lançamento previsto para julho de 2025 e apoio da Lei Paulo Gustavo.
A Ordem do Mérito Cultural, que havia sido suspensa em 2019, retorna em 2025 como parte das comemorações dos 40 anos do Ministério da Cultura.
A premiação reconhece artistas, mestres da cultura e instituições que promovem a diversidade cultural brasileira, destacando a importância da cultura como instrumento de inclusão, fortalecimento de identidades e preservação do território nacional.
“Viva os Mestres e Mestras do Estado do Pará! Viva o Carimbó, o Boi-Bumbá, os Abridores de Letras, os Artesãos, Ceramistas, Guitarreiros, mestres/as de Cordões de Pássaros e toda a nossa gente que, apesar das dificuldades do dia-a-dia, segue fazendo o seu ofício, porque essa forma de viver faz parte do que nos constitui”, celebrou Damasceno em suas redes sociais.
Com trajetória marcada pela inovação e pelo compromisso com a cultura popular, Mestre Damasceno segue como referência e inspiração para as novas gerações do Marajó e do Brasil.
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