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Número de crianças baleadas no Grande Recife é recorde, diz instituto Fogo Cruzado

Número de crianças baleadas no Grande Recife é recorde, diz instituto Fogo Cruzado
De acordo com instituto, foram oito crianças baleadas de 1º de janeiro a 15 de junho. Após este período, no entanto, g1 publicou reportagens sobre outras três crianças baleadas, somando 11 vítimas no total. Oito crianças foram baleadas no Grande Recife nos seis primeiros meses de 2025
Desde o começo deste ano até o dia 15 de junho, oito crianças de 0 a 11 anos foram baleadas no Grande Recife, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Este é o maior número de vítimas dessa faixa etária registrado pela entidade, nos últimos seis anos.
No entanto, após o período contemplado pelo instituto, o g1 publicou reportagens sobre outras três crianças atingidas por tiros no Grande Recife, somando 11 vítimas no total.
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O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (25), compreende o período que vai de 1º de janeiro a 15 de junho. Segundo o instituto, das oito vítimas, duas morreram. Os quantitativos de casos registrados nesse mesmo intervalo nos últimos anos foram os seguintes:
2019: cinco crianças, todas feridas;
2020: quatro crianças, uma morta e três feridas;
2021: três crianças, todas feridas;
2022: seis crianças, duas mortas e quatro feridas;
2023: três crianças, uma morta e duas feridas;
2024: cinco crianças, duas mortas e três feridas.
De acordo com a cientista social Ana Maria Franca, coordenadora do Instituto Fogo Cruzado no estado, o Grande Recife é a região com mais registros entre as quatro áreas mapeadas pela instituição, incluindo as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (RJ), de Salvador (BA) e de Belém (PA).
"Recife sai na frente no número de adolescentes baleados. Isso já é um dado que a gente vem falando. Só que esse ano a gente está vendo um aumento [...]. Então, a gente está vendo agora crianças sendo baleadas justamente nessa situação em que outras pessoas são alvos dos tiros e elas [crianças] acabam sendo feridas", afirmou a pesquisadora.
Mesmo quando não são atingidas, o trauma de presenciar vítimas de tiroteios acompanha a vida dos jovens.
"São marcas que ficam para além das feridas físicas. Muitos casos a gente não consegue registrar, porque [as crianças] não são baleadas, mas elas presenciam essas mortes, muitas vezes de parentes e pessoas que elas já conhecem. E essa marca vai ficar, é um trauma", lembra Ana Maria Franca.
Casos recentes
Tia de garota de 9 anos baleada pede por justiça
Reprodução/TV Globo
Nas últimas semanas, foram registrados diversos casos de crianças baleadas em Pernambuco. Os três mais recentes aconteceram já depois do período analisado pelo Instituto Fogo Cruzado. Na segunda-feira (23), Daniele Vitória do Amaral, de 9 anos, foi atingida por um tiro na cabeça durante um tiroteio em Goiana, na Zona da Mata Norte do estado.
Até a publicação desta reportagem, a menina seguia internada em estado grave no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife.
"Quando ela estava vindo [para casa] os bandidos queriam matar esse cara que fez de refém a menina. (...) Ele pegou a menina e fez de escudo. Pegou ela e se abaixou, aí os caras não tiveram pena e nem dó de uma criança de 9 anos, atiraram nela e nele", disse à TV Globo a tia da garota, Suzanilda Gomes Cabral.
O crime aconteceu quando Daniele estava voltando do mercado depois de comprar doces. A família pede justiça e aguarda uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pois a vítima está intubada e a bala afetou o cérebro.
Outra criança também está internada na unidade por causa de outra ocorrência de bala perdida. Gustavo, de 5 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo quando estava nos braços do pai, na frente de casa, no bairro da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife.
De acordo com a mãe do menino, que não quis se identificar, tudo aconteceu muito rápido na quarta-feira (18). "Foi tão de repente. A gente estava na padaria, quando escutei os tiros, já ouvi dizer que tinha batido um nele. Eu corri para ver, quando vi ele já não estava lá, o pai tinha socorrido", contou.
Outro caso semelhante foi o de um bebê de 8 meses morto durante um ataque a tiros. Ele estava junto dos pais em um carro no bairro de Jardim Piedade, Jaboatão dos Guararapes, município do Grande Recife, quando foi baleado na cabeça.
O g1 apurou que criminosos encapuzados se passaram por policiais e deram ordem para que todos no carro fossem executados. O pai da criança, que tem passagem pela polícia por homicídio e tráfico de drogas, era o alvo principal da emboscada.
Hospital da Restauração no Centro do Recife
Reprodução/TV Globo
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