Linnpy

G
G1
2h

'Tô deitado planejando matar três': Quem é chefe de grupo de extermínio suspeito de acompanhar execuções por vídeos de dentro da cadeia no PR

'Tô deitado planejando matar três': Quem é chefe de grupo de extermínio suspeito de acompanhar execuções por vídeos de dentro da cadeia no PR
José Raylan de Lima tem 26 anos e, segundo as investigações, ordenava os crimes e até os acompanhava em tempo real, mesmo estando preso. Suspeito tem extensa ficha criminal. Defesa dele afirma ter conhecimento apenas de cinco processos. José Raylan de Lima é suspeito de chefiar grupo de extermínio em Ponta Grossa.
Reprodução
José Raylan de Lima, de 26 anos, é suspeito de ser o chefe de um grupo de extermínio e acompanhar as execuções que ordenava por meio de vídeos e videochamadas de dentro da cadeia onde estava detido, no Paraná.
O caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Mensagens trocadas entre Raylan e outros suspeitos, que foram interceptadas por investigadores, revelam detalhes do funcionamento do grupo e da personalidade dos envolvidos.
"Tô deitado planejando matar três para esses lados aí essa semana. Muito parado kkkk”, diz Raylan em uma das mensagens.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Em outra, ele conta para a ex-namorada sobre um próximo alvo. Ela responde: "Dá dó do filho dele" e Raylan retruca. "Quem perdoa é Deus. Se for pensar assim, a gente não mata ninguém”, diz a mensagem.
Troca de mensagem entre suspeitos foi interceptada pelos investigadores
Reprodução/RPC TV
O delegado da Polícia Civil Luis Gustavo Timossi foi um dos profissionais que atuou na investigação do caso e afirma que, além de ordenar, Raylan sempre acompanhava os crimes virtualmente.
"Demonstra uma personalidade voltada para a prática de crimes, de alguém que não tem nenhum valor pela vida humana, tem até um desprezo. Ele determinava essas mortes, e sentia o que parece um prazer em acompanhar essas execuções sendo praticadas, demonstrando uma personalidade de pessoa inapta ao convívio social", avalia o delegado Timossi.
Segundo a Polícia Civil e o Gaeco, Raylan assumiu a chefia do grupo após o chefe anterior, Luiz Fernando Everaldo da Silva, ser detido e encaminhado a um presídio federal de segurança máxima, em dezembro de 2022. Saiba mais abaixo.
José Raylan de Lima é apontado como chefe do grupo e teve mensagens interceptadas pela polícia.
Reprodução/RPC TV
Ao grupo, que tem relação com o tráfico de drogas, são atribuídos 21 assassinatos e sete tentativas de assassinato. Todos os crimes ocorreram entre janeiro de 2023 e agosto de 2024, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Os alvos eram traficantes, usuários de drogas e desafetos do grupo.
As equipes de investigação acreditam que mais de 100 pessoas possam ter envolvimento com a organização criminosa.
Entre elas, está um funcionário terceirizado do sistema prisional que, de acordo com a polícia, facilitava a entrada de celulares para Raylan.
LEIA TAMBÉM:
Veja vídeos: Mercado do PR onde 64 celulares foram furtados é o mesmo em que mulher saiu três vezes sem pagar com carrinho cheio de compras
Curitiba: Homem procurado no Amapá morre em confronto com a polícia
Homens ficaram feridos: Pitbull foge de casa e ataca coletores de lixo em Ponta Grossa
Ficha criminal
Raylan ficou foragido antes de ser preso pela polícia
Reprodução/RPC TV
Segundo informações apuradas pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, Raylan responde a nove processos na Justiça por crimes como homicídio qualificado, roubo, tráfico de drogas, ameaça e violência doméstica.
Os registros iniciam em 2017, quando o suspeito completou 18 anos.
Se for condenado por todos, as penas somadas podem chegar a até 750 anos de prisão.
Em nota, a defesa de José Raylan de Lima disse que tem conhecimento de apenas cinco processos, sendo que quatro somam condenações de 30 anos e 4 meses de reclusão e o outro está em fase de recurso.
Depois da investigação que revelou a atuação de Raylan de dentro da cadeia, ele foi transferido e está em um presídio federal de segurança máxima.
Jovem assumiu chefia do grupo após chefe anterior ser preso, diz polícia
Luiz Fernando Everaldo da Silva, chefe anterior do grupo, segundo a polícia.
Reprodução/RPC TV
Em 2021, o Gaeco identificou o primeiro suspeito de liderar o grupo criminoso em Ponta Grossa : Luiz Fernando Everaldo da Silva.
Segundo o órgão do MP-PR, ele era conhecido como "Gasolina", por ter ateado fogo em uma mulher, e ficou foragido por quase um ano. O homem foi encontrado e preso no final de 2022, aos 27 anos, no Rio de Janeiro, em uma comunidade dominada pela facção da qual ele fazia parte.
"A ligação dele com grupos criminosos daquele estado tornava confortável e seguro para ele se manter escondido. No entanto, ele foi localizado e preso, e hoje se encontra num presídio federal de segurança máxima", afirma o promotor Antônio Juliano Souza Albanês.
Na sequência, a chefia do grupo foi assumida por José Raylan de Lima, que na época estava detido na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, penitenciária da Região Metropolitana de Curitiba - de onde ordenava e acompanhava os crimes, segundo as investigações.
"Ele ficava em chamada de vídeo com os executores, que mostravam para ele em tempo real a prática de homicídios. Identificamos situações, também, em que os homicídios eram gravados. Não só homicídios, mas também torturas eram gravadas e encaminhadas posteriormente para esse indivíduo, porque ele queria as informações de como o homicídio foi praticado", aponta o delegado Luis Gustavo Timossi.
RELEMBRE: Vídeos mostram como 'grupo de extermínio' alvo de operação agia no Paraná; mandante acompanhava execuções de dentro da cadeia
Investigação revelou que grupo filmava torturas e execuções para que chefe pudesse assistir da cadeia
Reprodução/RPC TV
Grupo organizado e dividido por núcleos
Para Antônio Juliano Souza Albanês, promotor de Justiça e coordenador do Gaeco na região de Ponta Grossa, o funcionamento do grupo era dividido em três núcleos, cada um com uma "especialidade".
"Nós temos um núcleo responsável pelos homicídios, que mantém a hegemonia local dele através do medo/ameaça/violência. [...] Um segundo grupo ligado ao tráfico de drogas, ou seja, as pessoas que vão fazer o comércio local dessa droga e também o transporte dentro do estado. [...] E nós temos um terceiro núcleo, que é da lavagem de dinheiro", afirma o coordenador do Gaeco.
Segundo o promotor, o núcleo voltado à lavagem de dinheiro era o mais estruturado: ele se utilizava de pessoas físicas e jurídicas, contas bancárias, compras de imóveis e de veículos e outros artifícios para alocar o dinheiro do tráfico de forma legalizada.
Essas movimentações serviam "para distanciar esse dinheiro do crime, para que eles possam usufruir e ter uma vida de alto nível - no caso das lideranças", complementa Albanês.
Série de reportagens especiais
Detalhes sobre a investigação relativa ao grupo de extermínio foram tema de uma série de três reportagens especiais sobre a segurança pública de Ponta Grossa produzida pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
Confira os materiais abaixo.
Ponta Grossa registra 6 mil casos de furtos e roubos por ano, e muitos estão relacionados com o tráfico de drogas
Casos de furtos e roubos estão relacionados com o tráfico de drogas
Grupo de extermínio é criado para manter controle do tráfico em Ponta Grossa
Grupo de extermínio é criado para manter controle do tráfico em Ponta Grossa
Violência de grupo criminoso também vitimou inocentes
Violência de grupo criminoso também vitimou inocentes
Vídeos mais assistidos do g1 PR:
Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar