Pai e filho cruzam o país de carro pela Transamazônica, partindo da Paraíba: 'vendo a imensidão do Brasil'

Bancário realiza vontade do pai e viaja também com um primo por mais de 4 mil km em rota planejada por três anos, atravessando sete estados do Nordeste ao Norte. Pai e filho cruzam o país de carro pela Transamazônica, partindo da Paraíba
Há mais de três anos, Duilio Carvalho, de 43 anos, planejava realizar um desejo do pai: cruzar o Brasil de carro pela BR-230, a Transamazônica, de ponta a ponta. No último dia 5 de junho, o bancário deu início à jornada de mais de 4 mil quilômetros ao lado do pai aposentado e de um primo-tio.
A Rodovia Transamazônica é a terceira maior do país, começando em Cabedelo, na Paraíba, e indo até Lábrea, no Amazonas. Ela corta sete estados brasileiros das regiões Nordeste e Norte: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.
Duilio conta que, há quase 15 anos, deixou o Brasil para trabalhar em bancos pela América Latina e, por conta disso, não consegue passar muito tempo com os pais, que ainda vivem no país. A forma que encontrou para matar a saudade foi fazer viagens com eles, que escolhem para onde querem ir.
Foi o pai dele, o aposentado José Messias de Carvalho, quem pediu para fazer a viagem por toda a extensão da Transamazônica. O bancário também contou que, desde criança, viaja com o pai, mas sempre de carro, porque o idoso tem medo de andar de avião.
“Ele (o pai de Duilio) falou assim: ‘Eu quero fazer a Transamazônica, quero porque quero.’ Estamos há uns três, quatro anos programando essa viagem, vendo onde parar, os pontos turísticos, vendo a história da Transamazônica, escolhendo o carro, e a gente comprou um carro só para a viagem”, contou Duilio.
Pai, filho e primo da família cruzam o Brasil de carro pela Rodovia Transamazônica, a terceira maior do Brasil
Reprodução/Arquivo pessoal
A viagem começou bem antes de chegarem ao quilômetro zero da rodovia, porque a família é paulista. Há um mês, eles mandaram o carro da viagem de São Paulo para João Pessoa. Dois dias antes do início, Duilio convenceu o pai a enfrentar o medo de avião e viajar do Sudeste até a capital paraibana de avião.
Também viaja com eles um tio de consideração de Duilio, que é primo do bancário e do pai dele, o Eurico Carvalho Borges, de 77 anos. Duilio conta que, na infância, passou todas as férias na casa de praia do tio, e que a viagem também é uma forma de agradecer por tudo e relembrar bons momentos.
“O Eurico nunca tinha andado de avião. Nunca tinha vindo para o Nordeste. Expliquei para ele a viagem, mas não demorou 2 segundos, ele falou: ‘Bora’. Ele tá parecendo uma criança na viagem”, contou o bancário.
As 'regras de ouro' para a viagem de 11 dias
Duilio Carvalho contou ao g1 que criou uma planilha para a viagem e registrou tudo: quantos quilômetros seriam percorridos, os lugares que deveriam parar, as reservas de hotéis e os pontos turísticos. Também foram definidas as "regras de ouro" que o trio deve seguir, entre elas, não dirigir mais que 7 horas por dia.
O bancário e os dois aposentados saem dos hotéis às 7h da manhã e tentam chegar aos destinos entre as 15h e 16h do dia. O objetivo é ter tempo para almoçar, aproveitar o pôr do sol e conhecer os atrativos das cidades. A ideia é chegar ao destino final, o município de Lábrea, no Amazonas, no dia 16 de julho, após 11 dias de viagem.
O bancário também conta que as regras incluem comer rápido na viagem; por isso, o carro foi equipado com um cooler, lanches para “tapear” a fome e um kit de primeiros socorros e ferramentas. Para escolher os melhores restaurantes da estrada, Duilio conta o segredo: comer onde os caminhoneiros estão parados.
Todos os hotéis foram reservados com antecedência, por aplicativo ou por ligação — no caso daqueles que ficam em regiões que ainda não são tão digitalizadas. “Eu tenho uma planilha com o telefone do hotel. Cada um tem uma regra: tem uns que eu já tive que pagar tudo, tem uns que eu paguei 30% adiantado, tem uns que são reservados... tem de tudo”, conta Duilio.
Apesar das longas horas dirigindo, Duilio conta que a viagem segue sem sofrimento e atribui isso ao preparo feito ao longo dos anos até o momento da partida.
'A ideia é curtir os velhos'
José Messias e Eurico Borges durante viagem pela Rodovia Transamazônica, em Sousa, no Sertão da Paraíba
Reprodução/Arquivo pessoal
Além das diferentes paisagens do Brasil, Duílio conta que a viagem está sendo um momento de ouvir histórias do tio e do pai; afinal, passam horas na estrada. Ao longo da viagem, ele também contou que se impressionou com o desenvolvimento dentro do interior do país, com a diversidade brasileira e que tudo ajuda a valorizar o Brasil.
“É impressionante: você chega no hotel, atendimento excelente; você vai fazendo amizades, você conversa, você conta a história, a pessoa quer saber, e é um interesse genuíno pelas pessoas que você vê aqui no Norte, no Nordeste. E eu sinto muito orgulho de ser brasileiro, né? Vendo essa imensidão do Brasil, que a gente tem de tudo. E, principalmente, que o povo brasileiro é sensacional”, afirmou Duílio.
Duilio Carvalho compartilhou viagem em uma rede social e fez sucesso
Reprodução/Threads
Duilio começou a publicar sobre a viagem em uma rede social, e outras pessoas começaram a tirar dúvidas, pedir para gravar vídeos da viagem e receberam até dicas de parada. O bancário conta que postou por engano, que era só para ficar para os próprios seguidores, mas acabou entregando para outras pessoas.
Com tanta gente pedindo, ele seguiu postando os relatos no Threads, mas não tem ambição de registrar toda a viagem para publicar. Ele conta que, ao final da viagem, planeja publicar um compilado de vídeos que fez pela Transamazônica.
“Eu não adicionei ninguém, porque o Instagram é pessoal e a viagem eu tô postando no Threads; é mais o que a galera quer ver. Mas nem tenho ambição de criar algo assim, que o pessoal tá pedindo, criar um Instagram, criar um YouTube, não tenho essa ambição. A ideia era curtir os velhos”, conta.
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Há mais de três anos, Duilio Carvalho, de 43 anos, planejava realizar um desejo do pai: cruzar o Brasil de carro pela BR-230, a Transamazônica, de ponta a ponta. No último dia 5 de junho, o bancário deu início à jornada de mais de 4 mil quilômetros ao lado do pai aposentado e de um primo-tio.
A Rodovia Transamazônica é a terceira maior do país, começando em Cabedelo, na Paraíba, e indo até Lábrea, no Amazonas. Ela corta sete estados brasileiros das regiões Nordeste e Norte: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.
Duilio conta que, há quase 15 anos, deixou o Brasil para trabalhar em bancos pela América Latina e, por conta disso, não consegue passar muito tempo com os pais, que ainda vivem no país. A forma que encontrou para matar a saudade foi fazer viagens com eles, que escolhem para onde querem ir.
Foi o pai dele, o aposentado José Messias de Carvalho, quem pediu para fazer a viagem por toda a extensão da Transamazônica. O bancário também contou que, desde criança, viaja com o pai, mas sempre de carro, porque o idoso tem medo de andar de avião.
“Ele (o pai de Duilio) falou assim: ‘Eu quero fazer a Transamazônica, quero porque quero.’ Estamos há uns três, quatro anos programando essa viagem, vendo onde parar, os pontos turísticos, vendo a história da Transamazônica, escolhendo o carro, e a gente comprou um carro só para a viagem”, contou Duilio.
Pai, filho e primo da família cruzam o Brasil de carro pela Rodovia Transamazônica, a terceira maior do Brasil
Reprodução/Arquivo pessoal
A viagem começou bem antes de chegarem ao quilômetro zero da rodovia, porque a família é paulista. Há um mês, eles mandaram o carro da viagem de São Paulo para João Pessoa. Dois dias antes do início, Duilio convenceu o pai a enfrentar o medo de avião e viajar do Sudeste até a capital paraibana de avião.
Também viaja com eles um tio de consideração de Duilio, que é primo do bancário e do pai dele, o Eurico Carvalho Borges, de 77 anos. Duilio conta que, na infância, passou todas as férias na casa de praia do tio, e que a viagem também é uma forma de agradecer por tudo e relembrar bons momentos.
“O Eurico nunca tinha andado de avião. Nunca tinha vindo para o Nordeste. Expliquei para ele a viagem, mas não demorou 2 segundos, ele falou: ‘Bora’. Ele tá parecendo uma criança na viagem”, contou o bancário.
As 'regras de ouro' para a viagem de 11 dias
Duilio Carvalho contou ao g1 que criou uma planilha para a viagem e registrou tudo: quantos quilômetros seriam percorridos, os lugares que deveriam parar, as reservas de hotéis e os pontos turísticos. Também foram definidas as "regras de ouro" que o trio deve seguir, entre elas, não dirigir mais que 7 horas por dia.
O bancário e os dois aposentados saem dos hotéis às 7h da manhã e tentam chegar aos destinos entre as 15h e 16h do dia. O objetivo é ter tempo para almoçar, aproveitar o pôr do sol e conhecer os atrativos das cidades. A ideia é chegar ao destino final, o município de Lábrea, no Amazonas, no dia 16 de julho, após 11 dias de viagem.
O bancário também conta que as regras incluem comer rápido na viagem; por isso, o carro foi equipado com um cooler, lanches para “tapear” a fome e um kit de primeiros socorros e ferramentas. Para escolher os melhores restaurantes da estrada, Duilio conta o segredo: comer onde os caminhoneiros estão parados.
Todos os hotéis foram reservados com antecedência, por aplicativo ou por ligação — no caso daqueles que ficam em regiões que ainda não são tão digitalizadas. “Eu tenho uma planilha com o telefone do hotel. Cada um tem uma regra: tem uns que eu já tive que pagar tudo, tem uns que eu paguei 30% adiantado, tem uns que são reservados... tem de tudo”, conta Duilio.
Apesar das longas horas dirigindo, Duilio conta que a viagem segue sem sofrimento e atribui isso ao preparo feito ao longo dos anos até o momento da partida.
'A ideia é curtir os velhos'
José Messias e Eurico Borges durante viagem pela Rodovia Transamazônica, em Sousa, no Sertão da Paraíba
Reprodução/Arquivo pessoal
Além das diferentes paisagens do Brasil, Duílio conta que a viagem está sendo um momento de ouvir histórias do tio e do pai; afinal, passam horas na estrada. Ao longo da viagem, ele também contou que se impressionou com o desenvolvimento dentro do interior do país, com a diversidade brasileira e que tudo ajuda a valorizar o Brasil.
“É impressionante: você chega no hotel, atendimento excelente; você vai fazendo amizades, você conversa, você conta a história, a pessoa quer saber, e é um interesse genuíno pelas pessoas que você vê aqui no Norte, no Nordeste. E eu sinto muito orgulho de ser brasileiro, né? Vendo essa imensidão do Brasil, que a gente tem de tudo. E, principalmente, que o povo brasileiro é sensacional”, afirmou Duílio.
Duilio Carvalho compartilhou viagem em uma rede social e fez sucesso
Reprodução/Threads
Duilio começou a publicar sobre a viagem em uma rede social, e outras pessoas começaram a tirar dúvidas, pedir para gravar vídeos da viagem e receberam até dicas de parada. O bancário conta que postou por engano, que era só para ficar para os próprios seguidores, mas acabou entregando para outras pessoas.
Com tanta gente pedindo, ele seguiu postando os relatos no Threads, mas não tem ambição de registrar toda a viagem para publicar. Ele conta que, ao final da viagem, planeja publicar um compilado de vídeos que fez pela Transamazônica.
“Eu não adicionei ninguém, porque o Instagram é pessoal e a viagem eu tô postando no Threads; é mais o que a galera quer ver. Mas nem tenho ambição de criar algo assim, que o pessoal tá pedindo, criar um Instagram, criar um YouTube, não tenho essa ambição. A ideia era curtir os velhos”, conta.
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