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Auxiliar de serviços gerais declarado 'morto' ficou meses sem acesso a remédios ou emprego: 'Deus sabe que estou vivo'

Auxiliar de serviços gerais declarado 'morto' ficou meses sem acesso a remédios ou emprego: 'Deus sabe que estou vivo'
Raimundo Nonato Pereira da Silva, de 60 anos, teve o CPF alterado na base da Receita Federal. Em uma visita à casa lotérica, atendente informou que havia uma notificação de óbito no sistema. Homem é considerado morto pela Receita Federal e fica sem trabalhar e receber medicamentos
Aos 60 anos, o auxiliar de serviços gerais Raimundo Nonato Pereira da Silva, morador de Palmas, descobriu que estava sendo considerado "morto'" pela Receita Federal. A situação começou em janeiro de 2025, quando ele foi informado pela atendente de uma casa lotérica, que frequenta há mais de 20 anos, sobre uma notificação de óbito no CPF dele.
Por meses, Raimundo ficou impedido de realizar operações financeiras e ter acesso a serviços essenciais para a população, como pegar medicamentos gratuitos nas farmácias da rede pública.
"Aí eu fiquei preocupado. Desci lá para a Caixa [Econômica Federal] e procurei atendimento. Na verdade, o funcionário olhou lá e viu mesmo que eu estava falecido", explicou, surpreso com a notícia.
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A Receita informou que a inconsistência no cadastro do CPF de Raimundo aconteceu por causa de um registro de óbito indevido proveniente de informações enviadas pelo cartório de registro civil de Conceição do Araguaia (PA). Nesta sexta-feira (30), a Receita informou que já restabeleceu a situação cadastral de Raimundo, e o documento atualmente está “regular” (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
O idoso confirmou que a situação do documento foi regularizada, mas explicou que quando consultou a situação cadastral do CPF no site do Ministério da Fazenda, ainda em maio, o documento mostrava a mensagem de "titular falecido". Na época, constava na base de dados da Receita Federal que o óbito teria acontecido em 2019.
Ele também descobriu que a "morte" registrada teria ocorrido no Pará, no município de Conceição do Araguaia.
“Estou sendo prejudicado por uma coisa que eu nem tenho como explicar”, reclamou.
Além das reclamações à Receita, o erro virou caso de polícia. No dia 20 de maio, Raimundo foi até a delegacia e falou sobre um caso que foi registrado como "falsificação de documento particular". Ele esclareceu aos investigadores que nunca entregou seus documentos pessoais para ninguém do estado do Pará.
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Raimundo liga para Receita Federal para saber se cadastro em CPF foi atualizado
Reprodução/TV Anhanguera
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Sem acesso a medicamentos e emprego
Ter o registro de óbito no CPF também gerou barreiras que afetaram a saúde dele. Com diagnóstico de hipertensão, Raimundo precisa de medicamentos prescritos. Ele passou semanas sem conseguir retirar esses medicamentos, pois os atendentes não conseguiam acessar o cadastro dele nos sistemas.
Por causa do problema no CPF, Raimundo também não estava conseguindo um emprego ou mesmo acesso a linhas de crédito para garantir o sustento da família. Isso, porque mesmo vivo e respirando, ele estava ‘morto’ para a Receita Federal, fato que o deixou até com lágrimas nos olhos.
"Tenho minha família, moro aqui há tantos anos e aí acontece um negócio desse sem a gente saber de nada. Constrangido demais. Só não estou mais triste porque, eles estão dizendo que estou morto, mas Deus sabe que estou vivo", disse antes da regularização do documento.
Íntegra na nota da Receita Federal
A Receita Federal informa que a inconsistência na situação cadastral do CPF mencionada se deve a um registro de óbito indevido, proveniente de informação enviada pelo Cartório de Registro Civil de Conceição do Araguaia.
O titular do CPF já solicitou, junto à Receita Federal, a correção da informação por meio de processo administrativo. Informamos que o CPF já foi devidamente restabelecido, estando atualmente com situação cadastral “regular”.
Durante a tramitação do processo, a Receita Federal também oficiará o referido cartório para que promova a devida retificação na origem da informação, evitando a reincidência do problema.
A Receita Federal reafirma seu compromisso com a segurança cadastral e o pronto atendimento aos cidadãos, adotando as providências necessárias para a solução do caso.
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