Linnpy

G
G1
6h

Morte de bióloga por linha de cerol é investigada pelo MP e a Polícia Civil no interior do Acre

Morte de bióloga por linha de cerol é investigada pelo MP e a Polícia Civil no interior do Acre
Polícia tenta identificar responsável pelo acidente causado por linha de pipa
A morte da bióloga Jéssica Souza, de 33 anos, atingida no pescoço por uma linha com cerol, é investigada pela Polícia Civil de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, onde o caso ocorreu no último sábado (19). O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou uma Notícia de Fato Criminal para apurar as circunstâncias dos fatos.
Contexto: A bióloga Jéssica Souza dos Santos, de 33 anos, morreu no último sábado (19) após ter o pescoço atingido por uma linha com cerol enquanto pilotava a motocicleta na ladeira da Rua do Purus, próximo à Escola Dom Henrique Ruth, no bairro João Alves.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 AC no WhatsApp
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas corte foi profundo e a equipe médica só pôde atestar o óbito. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o policial militar e marido de Jésscia, Kelvin Vieira dos Santos, contou que o casal estava construindo uma casa juntos e planejava ter filhos.
Ele estava trabalhando quando soube que a mulher estava ferida, mas acreditava que seria apenas um acidente de motocicleta.
A Rede Amazônica Acre também confirmou com a Polícia Civil a instauração do inquérito para tentar identificar o dono da linha de cerol.
A 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Cruzeiro do Sul requisitou à Polícia Civil a abertura de uma investigação policial com o prazo de 30 dias para esclarecer o caso.
Nesse período devem ser feitas visitas ao local do acidente, coleta de imagens de câmeras, fotos e o depoimento de testemunhas e familiares. Também devem ser feito exames para identificar o tipo de linha usada, caso seja encontrada.
Jéssica dos Santos, vítima de linha de cerol em Cruzeiro do Sul
Reprodução/Instagram
A polícia ainda tenta identificar quem soltava a pipa. Caso o responsável seja de menor de idade, o caso deve seguir os critérios estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A promotoria vai acompanhar os avanços da investigação e deve ser informada a cada 15 dias sobre o que foi descoberto com relatório final ao término do prazo estipulado.
Brincadeira comum
Durante o verão e o período de férias escolares é comum ver crianças e adolescente soltando pipa em áreas urbanas. Apesar de ser uma brincadeira comum, o uso de linhas com cerol ou linha chilena transforma a diversão em perigo.
Soltar pipa usando linha com cerol é crime
Reprodução/TV TEM
Segundo o major Abraão Silva, comandante da Polícia Militar em Cruzeiro do Sul, a PM já fazia ações para impedir e conscientizar sobre esse tipo de prática, antes mesmo da morte da professora Jéssica Souza.
''Já fizemos ações junto com o Procon para fiscalizar os comércios e também temos atuado nas ruas, principalmente ao abordarmos menores soltando pipa com esse tipo de linha'', afirmou ele.
A Polícia Militar informou que o material apreendido é recolhido imediatamente e que as fiscalizações devem ser intensificadas nas próximas semanas para tentar evitar novos acidentes.
PM fala sobre os riscos do uso de linha de cerol após morte de mulher em Cruzeiro do Sul
Conscientização
Além das ações em Cruzeiro do Sul, a Polícia Militar de Rio Branco também tem reforçado o trabalho de conscientização durante o período de férias escolares. Segundo a tenente-coronel Cristiane Soares, a corporação atua há mais de 15 anos com campanhas educativas voltadas ao uso seguro de pipas.
''A pipa em si não é o problema. O que coloca vidas em risco é o tipo de linha usada e o comportamento de quem solta. A linha chilena e a indonésia, por exemplo, são ainda mais perigosas que o cerol comum'', alertou.
LEIA MAIS:
Morte de jovem por linha com cerol enquanto dirigia no AC completa 1 ano: 'nossa dor não vai passar'
Perigo que vem do ar: MP quer ampliar parceria com órgãos para fiscalização mais rigorosa contra uso de cerol
Lei que restringe uso de linhas cortantes para soltura de pipas é sancionada no Acre
Mais de 3 anos após lei, proibição de venda de cerol e linha chilena em Rio Branco segue sem fiscalização
Após a morte do jovem Fernando Junior, em 2023 na capital, foi criada uma força-tarefa para ampliar ações preventivas. Além das fiscalizações, a PM passou a atuar em parceria com o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-AC) e o Ministério Público do Acre (MP-AC) para orientar comerciantes e combater a venda irregular desses materiais.
A tenente-coronel também reforça a importância do uso de antena corta pipa por motociclistas como medida de segurança. ''É um item simples, barato e que salva vidas. A Jéssica, infelizmente, não teve essa chance'', disse ela.
Uso de cerol é crime
O uso de cerol, mistura cortante de cola com vidro moído, ou da chamada linha chilena é proibido no Acre desde 2024, quando entrou em vigor a Lei Estadual nº 4.394. A legislação veda o uso, posse, comercialização, fabricação e importação dessas substâncias em qualquer contexto.
Além da legislação estadual, o Código Penal Brasileiro, no artigo 132, prevê punições para quem coloca outras pessoas em risco, com pena de detenção de 3 meses a 1 ano.
Nos últimos anos, o cerol deixou de ser apenas um “brinquedo perigoso” e passou a representar uma ameaça à vida. Vários estados brasileiros, incluindo o Acre, vêm reforçando campanhas educativas, e o Ministério Público tem cobrado ações das autoridades locais.
*Colaboraram Mazinho Rogério e Júnior Andrade, da Rede Amazônica Acre.
Reveja os telejornais do Acre

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar