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'Flexibilizar cuidados ambientais tem um custo alto', diz ministra Marina Silva durante reunião da GCF no Acre

'Flexibilizar cuidados ambientais tem um custo alto', diz ministra Marina Silva durante reunião da GCF no Acre
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil participou do último dia de programação da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas (GCF) e falou também sobre a preocupação caso haja a aprovação da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA). Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esteve presente no Teatro Universitário da Universidade Federal do Acre
Diego Gurgel/Secom
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esteve presente no último dia de programação da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas (GCF), na manhã desta sexta-feira (23), em Rio Branco e, durante a fala, a acreana criticou a flexibilização dos cuidados ambientais, principalmente porque atinge os mais vulneráveis.
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O evento, que ocorre desde a última segunda-feira (19), conta com a participação de mais de 43 estados e províncias de 11 países, que atuam em conjunto, com o intuito de proteger florestas tropicais, reduzir emissões de carbono e promover o desenvolvimento sustentável.
No discurso feito pela ambientalista, Marina afirmou que a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul em maio de 2024, quando o estado foi atingido por uma enchente histórica, foi resultado deste afrouxamento.
"Quando foi aprovada uma lei que permitiu que as prefeituras avançassem para a construção na margem de rios, em costas de morro e de lagos, é parte do afrouxamento que foi feito. O prejuízo quem paga é a sociedade quando se tem esses afrouxamentos dos cuidados ambientais. Os incêndios também podem ser aumentados", disse ela.
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A ministra afirmou ainda que os incêndios causam, além de prejuízo ambiental e econômico, problemas à saúde pública.
"Quantas crianças, quantas pessoas idosas, tiveram que ser hospitalizadas em função do aumento da temperatura, da grande estiagem e o aumento dos incêndios?! Tudo isso está correndo o risco de ser potencializado, ser aumentado ainda mais se prevalecer essa ideia de que cada município vai dizer o que é e o que não é de impacto ambiental. É um absurdo", lastima ela.
Políticas públicas
Marina Silva ainda declarou que o governo federal está trabalhando para evitar o que ela chama de 'imenso desmonte' da legislação e do licenciamento ambiental. De acordo com ela, a aprovação de um relatório apresentado de última hora no Senado Federal foi totalmente oposto do que foi enviado ao ministério.
"Trabalhamos durante quase três anos um relatório com o senador Confúcio [Moura] e apareceu outro relatório na véspera da votação que nós sequer conhecíamos, porque ele não foi apresentado de forma a dar o tempo para que a sociedade civil pudesse debatê-lo. Eu espero que agora na Câmara dos Deputados possam ser ampliados os prazos, para que seja feito o necessário debate", frisou.
A ministra acredita que a discussão precisa ter a participação da comunidade científica, dos representantes das comunidades e, principalmente, com os parlamentares.
Além disto, alertou que se aprovado o projeto que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA), será criada uma verdadeira 'guerra de rebaixamento dos cuidados ambientais'.
"Vai ser cada um dizendo que no seu lugar é mais frouxo para atrair investimento. Essa forma de flexibilizar os cuidados ambientais tem um custo alto, principalmente para os mais vulneráveis, inclusive para a economia. Está correndo o risco da gente começar a ter questionamentos em relação ao acordo da União Europeia com o Mercosul, além de prejuízos para a abertura de mercados para a nossa agricultura", disse.
GCF
Durante a reunião anual da força-tarefa dos governadores, a ministra explicou que foram elaborados uma série de projetos, programas e arquitetura de financiamento para a proteção, uso sustentável e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
"Já há projetos concretos, como é o caso da segurança alimentar, que os recursos do Fundo Amazônia já propiciou em parceria com a BNDES, Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A compra dos produtos das comunidades de extrativistas e de pessoas quilombolas e da agricultura familiar para suprir as escolas", mencionou.
Marina relatou que já havia um programa anterior, que trata sobre o de fortalecimento dos portos de bombeiros para o enfrentamento dos incêndios. "Foram 45 milhões do Fundo Amazônia para todos os estados da Amazônia".
Ela ainda expôs que durante a reunião desta sexta (23), foram discutidos mecanismos de crédito de carbono e venda de crédito de carbono por parte dos estados e das comunidades para ajudar no enfrentamento da mudança do clima.
"Discutimos gerar recursos para o desenvolvimento sustentável de cada uma das nossas unidades da federação e da nossa região. Como vocês observaram, tínhamos aqui vários governadores do Peru, da Bolívia, do Equador e representantes de países como o México durante todo esse evento", finalizou.
Protesto
Após protesto na 15ª Reunião Anual da GCF, manifestantes são retirados por seguranças
Nesta sexta, houve um protesto de ativistas ambientais que interrompeu o discurso do governador Gladson Cameli (PP) durante o quinto dia da GCF, nesta sexta. (Confira vídeo acima)
Com cartazes contendo críticas às políticas ambientais estaduais, manifestantes fizeram coro contra o gestor, que falava sobre as ações desenvolvidas pelas secretarias e órgãos na preservação ambiental. Cameli interrompeu brevemente o discurso, mas seguiu no palco. Ele rebateu as críticas e pediu à segurança que retirasse o grupo do local.
Manifestantes criticaram condução de políticas ambientais no estado durante fala do governador em reunião da Força Tarefa GCF
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Força-Tarefa GCF
A Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e as Florestas (GCF Task Force) é uma rede global de governadores e autoridades subnacionais com a participação de mais de 43 estados e províncias de 11 países, que atuam em conjunto, com o intuito de proteger florestas tropicais, reduzir emissões de carbono e promover o desenvolvimento sustentável.
A reunião da GCF ocorre anualmente em um local escolhido por meio de votação pelos seus participantes. Em 2023, o Acre foi escolhido para sediar a reunião anual, durante a GCF Task Force que ocorreu na cidade de Mérida, no México.
Sua principal função é a implementação de políticas e ações regionais locais e globais para alcançar os objetivos propostos. Dentre eles está o combate ao desmatamento, a proteção das florestas e a promoção do desenvolvimento sustentável, impulsionando soluções que beneficiem os seres humanos e o planeta.
Colaboraram os repórteres Eldérico Silva e Lucas Thadeu, da Rede Amazônica Acre.
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