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'É uma vitória para todos com deficiência', diz pai de menina autista após embarque de cão de assistência para Portugal

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'É uma vitória para todos com deficiência', diz pai de menina autista após embarque de cão de assistência para Portugal
Após 50 dias separados, cão de assistência Teddy embarcou para Lisboa, às 15h40 desta sexta-feira (30). O reencontro com Alice, de 12 anos, deve acontecer na madrugada de sábado (1). O caso mobilizou família, governo e a companhia aérea TAP. 'É uma vitória para todos com deficiência', diz pai de menina autista após embarque de cão de assistência para Portugal
Depois de 50 dias separados por um oceano, o cão de assistência Teddy finalmente embarcou para Portugal, onde reencontrará Alice, uma menina autista não verbal de 12 anos. O voo deixou o Rio às 15h40 desta sexta-feira (30) e deve chegar em Lisboa na madrugada de sábado (1).
O pai de Alice, o obstetra Renato Sá, celebrou o embarque de Teddy depois de toda a confusão envolvendo a companhia aérea TAP, que impediu três tentativas de embarque do animal.
"O Teddy finalmente embarcou. Estamos muito ansiosos, numa expectativa enorme pela chegada deles aqui em Lisboa. Mas, acima de tudo, isso representa a vitória de todas as pessoas com deficiência que, de alguma forma, viram seu direito ser garantido", disse Renato Sá.
Teddy foi impedido de embarcar com a família no dia 8 de abril, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, apesar de a viagem ter sido previamente autorizada pela companhia aérea TAP.
Cão Teddy no Galeão
Henrique Pinho/TV Globo
Na hora do embarque, a empresa informou que a passagem do animal havia sido cancelada. Mesmo com uma liminar da Justiça autorizando o transporte, a TAP alegou que a presença do cão colocaria em risco a segurança a bordo.
A separação gerou forte comoção nas redes sociais e mobilizou autoridades. A viagem de Teddy foi viabilizada após negociações entre o Ministério de Portos e Aeroportos, o pai de Alice e a companhia aérea.
"É um misto de alegria e alívio. O principal era levar o Teddy até a Alice para que esse reencontro acontecesse o mais rápido possível", disse Hayanne Porto Grangeiro, irmã da menina, que acompanhou o embarque ao lado do treinador do cão e de advogados da família.
"Eu agradeço de coração toda a ajuda que a gente teve desde sábado, num contexto de muita dor, muito estresse, e fico satisfeita que, neste momento, a gente conseguiu solucionar essa questão. Mas a gente não pode deixar um direito ser violado", completou Hayanne.
Teddy foi treinado para reconhecer sinais de crises nervosas em Alice, por meio de odores hormonais emitidos antes dos episódios. Segundo o adestrador Ricardo Casarotti, sargento da Polícia Militar de São Paulo, o cão é capaz de interagir com a menina e evitar que as crises se agravem.
"O Teddy foi treinado porque a Alice tem crises nervosas. Ela tinha, né? Ele consegue detectar através dos poros, alguns odores de hormonio que exala, antes da crise, e ele interage com ela evitando a crise", explicou o profissional.
Teddy, cão que dá suporte a menina autista, embarca para Portugal
Família está em Portugal desde abril
Alice e sua família estão em Portugal desde o início de abril, após mudança motivada por uma oportunidade profissional do pai, o médico Renato Sá. A separação do cão por mais de 50 dias já causava episódios de desregulação emocional na menina.
A irmã de Alice afirmou que só ficará mais tranquila quando estiver em Lisboa e o cão estiver novamente ao lado da menina, que depende do labrador, treinado como cão de serviço, para apoá-la no dia a dia. Segundo Hayanne, seus pais estão preparando Alice para a chegada da irmã e do cachorro.
“Ela passou a semana inteira me procurando e procurando ele pela casa. Agora a gente vai concluir isso."
Treinador acompanhou a viagem
Ricardo, o treinador de Teddy, veio de São Paulo para o Rio na quinta-feira (29) para levar o cachorro para Lisboa. Por ser treinador, somente Cazarotte e a criança assistida estão autorizados a viajar com Teddy dentro da cabine.
“A gente que treina sabe a importância desse cão. [A falta dele] Já deve estar desencadeando várias crises. Se você tira o autista da rotina dele, desencadeia agressividade, ansiedade. Meu papel aqui é fazer esse encontro, fazer ela feliz e ele também.”
O animal foi treinado por Cazarotte por 1 ano e meio para prevenir crises emocionais graves na menina. O treinardor foi responsável pelo canil da Polícia Militar de São Paulo até se aposentar e se especializou em preparar cães de assistência.
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Teddy e o treinador no saguão do Galeão, nesta sexta-feira (30)
Henrique Coelho/g1 Rio
TAP alegou problemas com regras internas
As negociações tiveram início na segunda-feira (26). Desde 8 de abril, a família tentava levar Teddy para Portugal, quando houve a primeira negativa.
Inicialmente autorizada pela companhia, a ida do cão foi impedida no momento do embarque, quando informaram aos pais e às filhas que a passagem comprada para Teddy havia sido cancelada 24 horas antes. O argumento era de que a documentação do animal não seria aceita em Portugal.
Cão Teddy no Galeão
Henrique Pinho/TV Globo
A segunda tentativa ocorreu no sábado, dia 24 de maio. Os pais e a menina Alice já estavam em Lisboa. Teddy seria levado por Hayanne, irmã de Alice, que tinha uma ordem judicial e todos os documentos pedidos pela empresa anteriormente.
Desta vez, a alegação apresentada pela TAP foi de que o cão não poderia ser colocado junto com os passageiros já que não estava viajando com a pessoa para quem ele presta assistência, ou seja, não estava em serviço.
Assim, a TAP informou que o animal deveria viajar no bagageiro, o que a família não aceitou. Segundo eles, por ser um cão de serviço, Teddy não pode ser transportado separado das pessoas, em um compartimento de cargas. A TAP afirmou que o cumprimento da decisão violaria seu manual de operações e colocaria em risco a segurança a bordo.
Teddy, o cão de serviço que dá suporte a menina autista
Reprodução/TV Globo
Na terceira tentativa, também no sábado (24), Hayanne e Teddy tentaram embarcar em um voo que deixaria o Brasil às 20h25 e foi adiado para 23h45. Mas, antes mesmo de iniciar o embarque, a empresa obteve uma liminar autorizando a decolagem do avião sem a presença de Hayanne e de Teddy.
Além disso, quando o voo chegasse em Portugal, o Certificado Veterinário Internacional (CVI) já teria vencido - a data de validade era 25 de maio. Como esse documento é necessário para autorização da viagem do animal, a família teve que solicitar um novo certificado.
Teddy é cão de serviço de uma criança autista e foi proibido pela empresa aérea TAP a embarcar em voo com destino a Portugal
Arquivo pessoal
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Governo interveio após impasses
Na manhã de terça-feira (27), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou ao pai da criança que chegaria a uma solução com a companhia aérea. Toda a documentação necessária para a viagem do animal foi providenciada de forma emergencial.
Teddy é fundamental para o bem-estar e a rotina de Alice. Após as constantes negativas do embarque do cão e a repercussão do caso, a ida do treinador com o cachorro foi acertada entre o Ministério de Portos e Aeroportos, o pai da menina e a empresa aérea TAP.

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