Trump aposta alto ao atacar o Irã, ainda que o regime esteja enfraquecido

Presidente arrisca mandato e legado de pacifista se o bombardeio limitado a instalações nucleares do país arrastar os EUA para outra guerra no Oriente Médio. "Foi um grande sucesso", diz Trump sobre ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
O presidente Donald Trump arriscou sua Presidência e o almejado legado de pacifista, entrando ao lado de Israel na guerra contra o Irã, sob a insígnia de “paz ou tragédia”. Em pronunciamentos, tanto em rede social quanto na Casa Branca, o presidente americano fez parecer que o ataque a três instalações nucleares do país foi cirúrgico e bem-sucedido. Suas palavras, contudo, produziram mais dúvidas do que as certezas que ele tentou evidenciar com habituais superlativos sobre tudo que o cerca.
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O presidente declarou a operação como “um sucesso militar espetacular” da única potência no mundo que, segundo ele, poderia executá-lo. “Fordow já era”, assegurou. Ele referia-se à usina nuclear incrustada no subterrâneo de uma montanha, que só poderia ser alcançada com bombas perfuradoras de bunkers fabricadas nos EUA, utilizadas pela primeira vez neste sábado.
A incursão belicista de Trump vai até a página 2. Ele tem pouca margem junto à sua base MAGA para arriscar o mandato em outra guerra prolongada no Oriente Médio. O presidente aposta em trazer o regime, enfraquecido com os ataques aéreos de Israel nos últimos dez dias, de volta à mesa das negociações.
Para isso, encurtou o prazo de duas semanas que ele próprio havia dado para tomar uma decisão sobre o programa nuclear iraniano. Não havia, sequer, consenso dentro do governo americano de que o regime estava perto de produzir armas atômicas. A diretora de Inteligência, Tulsi Gabbard, negou esta possibilidade, foi desmentida pelo presidente e obrigada a voltar atrás.
Tratando-se do Irã, as perspectivas de um acordo nuclear após o ataque americano são sombrias, por mais debilitado que se encontre. O regime teocrático provavelmente tentará uma saída honrosa que o reabilite diante do público interno. Nas palavras do chanceler iraniano, Abbas Araghchi, antes de seguir para a Rússia, a fim de reunir-se com Vladimir Putin, os EUA cruzaram a linha vermelha e explodiram a diplomacia.
Imagem de satélite mostra instalação nuclear de Fordow, no Irã, em 22 de junho de 2025, antes de ataque dos EUA
Planet Labs PBC via AP
O passado já deu provas de que não se pode subestimar um Irã encurralado e humilhado. Os bombardeios dos EUA ao país deixam vulneráveis cerca de 40 mil militares americanos alocados em bases espalhadas em países ao alcance do regime e instalações americanas e israelenses ao redor do mundo.
De imediato, o Parlamento aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do petróleo mundial, cumprindo a promessa de que o faria se o país fosse atacado. A primeira retaliação afetará duramente o comércio global. Qualquer outra reação — seja em ataques concretos ou cibernéticos — tem potencial para extrapolar o objetivo cirúrgico e limitado do presidente americano com a sua adesão ao confronto.
Trump vai se gabar de ser o único presidente americano a ter coragem para enfrentar a República Islâmica, omitindo que o fez em melhores condições do que seus antecessores, uma vez que aliados iranianos na Síria, no Líbano e em Gaza foram desmantelados.
Conforme questionou o colunista Nicolas Kristoff, do “New York Times”, o ataque dos EUA significa o fim ou o começo do conflito? Independentemente da resposta do regime e do que está por vir, os EUA levantaram, neste sábado, as barreiras que intimidavam o país a uma agressão ao seu principal rival no Oriente Médio.
Trump fala de ataques dos EUA ao Irã
Carlos Barria/Reuters
O presidente Donald Trump arriscou sua Presidência e o almejado legado de pacifista, entrando ao lado de Israel na guerra contra o Irã, sob a insígnia de “paz ou tragédia”. Em pronunciamentos, tanto em rede social quanto na Casa Branca, o presidente americano fez parecer que o ataque a três instalações nucleares do país foi cirúrgico e bem-sucedido. Suas palavras, contudo, produziram mais dúvidas do que as certezas que ele tentou evidenciar com habituais superlativos sobre tudo que o cerca.
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O presidente declarou a operação como “um sucesso militar espetacular” da única potência no mundo que, segundo ele, poderia executá-lo. “Fordow já era”, assegurou. Ele referia-se à usina nuclear incrustada no subterrâneo de uma montanha, que só poderia ser alcançada com bombas perfuradoras de bunkers fabricadas nos EUA, utilizadas pela primeira vez neste sábado.
A incursão belicista de Trump vai até a página 2. Ele tem pouca margem junto à sua base MAGA para arriscar o mandato em outra guerra prolongada no Oriente Médio. O presidente aposta em trazer o regime, enfraquecido com os ataques aéreos de Israel nos últimos dez dias, de volta à mesa das negociações.
Para isso, encurtou o prazo de duas semanas que ele próprio havia dado para tomar uma decisão sobre o programa nuclear iraniano. Não havia, sequer, consenso dentro do governo americano de que o regime estava perto de produzir armas atômicas. A diretora de Inteligência, Tulsi Gabbard, negou esta possibilidade, foi desmentida pelo presidente e obrigada a voltar atrás.
Tratando-se do Irã, as perspectivas de um acordo nuclear após o ataque americano são sombrias, por mais debilitado que se encontre. O regime teocrático provavelmente tentará uma saída honrosa que o reabilite diante do público interno. Nas palavras do chanceler iraniano, Abbas Araghchi, antes de seguir para a Rússia, a fim de reunir-se com Vladimir Putin, os EUA cruzaram a linha vermelha e explodiram a diplomacia.
Imagem de satélite mostra instalação nuclear de Fordow, no Irã, em 22 de junho de 2025, antes de ataque dos EUA
Planet Labs PBC via AP
O passado já deu provas de que não se pode subestimar um Irã encurralado e humilhado. Os bombardeios dos EUA ao país deixam vulneráveis cerca de 40 mil militares americanos alocados em bases espalhadas em países ao alcance do regime e instalações americanas e israelenses ao redor do mundo.
De imediato, o Parlamento aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do petróleo mundial, cumprindo a promessa de que o faria se o país fosse atacado. A primeira retaliação afetará duramente o comércio global. Qualquer outra reação — seja em ataques concretos ou cibernéticos — tem potencial para extrapolar o objetivo cirúrgico e limitado do presidente americano com a sua adesão ao confronto.
Trump vai se gabar de ser o único presidente americano a ter coragem para enfrentar a República Islâmica, omitindo que o fez em melhores condições do que seus antecessores, uma vez que aliados iranianos na Síria, no Líbano e em Gaza foram desmantelados.
Conforme questionou o colunista Nicolas Kristoff, do “New York Times”, o ataque dos EUA significa o fim ou o começo do conflito? Independentemente da resposta do regime e do que está por vir, os EUA levantaram, neste sábado, as barreiras que intimidavam o país a uma agressão ao seu principal rival no Oriente Médio.
Trump fala de ataques dos EUA ao Irã
Carlos Barria/Reuters
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