Aposentado flagra ninho de corujas-orelhudas na Casa Modernista, marco da arquitetura em São Paulo

Trio de filhotes nasceu num dos bairros mais conhecidos da capital paulista, a Vila Mariana. Ninho de coruja-orelhuda encontrado na Casa Modernista, em SP
José Roberto Nogueira
José Roberto Nogueira é um aposentado que mora na Vila Mariana, na capital paulista. Ele tem o hábito de visitar com frequência a Casa Modernista, um dos pontos mais conhecidos do bairro que abriga uma área verde em meio a todo concreto da maior cidade do país.
O imóvel na Rua Santa Cruz foi projetado pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que viveu entre 1896 e1972. A casa, inaugurada em 1928, é considerada a primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil. Um projeto muito diferente para os padrões estéticos da época.
O terreno ao redor da casa conta com jardinagem feita por Mina Klabin, mulher do arquiteto Gregori Warchavchik. Mina foi pioneira no uso de espécies tropicais para compor o jardim.
Mas a Casa Modernista vai muito além de ser apenas um dos museus de São Paulo e referência na arquitetura nacional. A área tem servido de ponto de reprodução de diferentes espécies de aves.
Conheça arquiteto europeu que projetou primeiras casas modernistas da cidade de SP
Numa dessas observações, no fim de maio, José Roberto viu uma cena que chamou a atenção. Ele flagrou três filhotes de coruja-orelhuda (Asia clamator).
"Tenho observado os pais desde 2023, já é a terceira ninhada deles. Presenciei nove nascimentos, cada vez que a mãe reproduz são três filhotes em cada ninhada", explica Nogueira.
As corujas-orelhudas fazem seus ninhos em troncos secos e ocos de árvores. É comum fazerem ninhos também em buracos no chão. Nos últimos anos, José Roberto tem notado o comportamento do casal de corujas na Casa Modernista.
Registros chamaram a atenção por conta do local onde foram feitos
José Roberto Nogueira
São os próprios pais que colocam os filhotes já grandes para fora da área de onde eles dominam. Quando os três filhotes vingam e crescem, os pais acabam cuidando somente de um e colocam os outros dois para correrem, pontua o aposentado.
"Como elas são grandes, o ninho acaba ficando pequeno e o filhote mais forte acaba empurrando as menores e mais fracas para fora do ninho, onde acontece de às vezes algum filhote morrer na queda. A mãe e o pai vigiam os filhotes o tempo todo mesmo no chão até estarem aptos para voarem e subirem nas árvores", complementa o aposentado.
Essa espécie se alimenta de ratos, morcegos, anfíbios, répteis, insetos grandes e aves. Quando filhotes, os pais caçam, comem e depois regurgitam o alimento na bico das corujinhas.
Logo depois das primeiras semanas do nascimento, José Roberto conseguiu se aproximar das corujinhas. "Quando pequenas dá para se aproximar, elas como forma de defesa abrem as asas e ficam balançando o corpo de um lado para outro e batendo o bico."
José Roberto Nogueira já conseguiu ver diferentes espécies na Casa Modernista
José Roberto Nogueira
José Roberto Nogueira já conseguiu ver diferentes espécies na Casa Modernista. Entre elas, o urutau. "No ano passado comecei a escutar ele cantando sempre umas 4h da manhã, aí comecei a procurá-lo, fui direto onde tinha visto pela primeira vez e nada, procurei por vários dias e nada. Um belo dia estava indo para a piscina do meu prédio, quando sentei na borda da piscina vejo o danado num galho da árvore no fundo do meu prédio", explica o aposentado.
Ele também já se surpreendeu com um falcão-peregrino. "Já o falcão-peregrino, o vi pela primeira vez há quatro anos, sem querer, estava na minha cozinha lavando a louça e vi um bicho sentando no prédio, vi que não era carcará, urubu, peguei a máquina e fui ver o que era, quase caí de costas quando vi que tratava-se do peregrino. Sempre estou com a máquina e mesmo andando pelas ruas ou mesmo dirigindo presto atenção nos bichos voando", revela José Roberto.
Desde 1984 a Casa Modernista foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, Estadual e Municipal. Depois de passar por restauração, em 2008 a Prefeitura de São Paulo passou a ser a permissionária do imóvel como responsável por seu uso e manutenção.
Gregori Warchavchik impressionou São Paulo com um estilo irreverente de arquitetura. Mal sabia ele que décadas depois o lugar seria conhecido pela vida selvagem numa das megalópoles do mundo.
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente
José Roberto Nogueira
José Roberto Nogueira é um aposentado que mora na Vila Mariana, na capital paulista. Ele tem o hábito de visitar com frequência a Casa Modernista, um dos pontos mais conhecidos do bairro que abriga uma área verde em meio a todo concreto da maior cidade do país.
O imóvel na Rua Santa Cruz foi projetado pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que viveu entre 1896 e1972. A casa, inaugurada em 1928, é considerada a primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil. Um projeto muito diferente para os padrões estéticos da época.
O terreno ao redor da casa conta com jardinagem feita por Mina Klabin, mulher do arquiteto Gregori Warchavchik. Mina foi pioneira no uso de espécies tropicais para compor o jardim.
Mas a Casa Modernista vai muito além de ser apenas um dos museus de São Paulo e referência na arquitetura nacional. A área tem servido de ponto de reprodução de diferentes espécies de aves.
Conheça arquiteto europeu que projetou primeiras casas modernistas da cidade de SP
Numa dessas observações, no fim de maio, José Roberto viu uma cena que chamou a atenção. Ele flagrou três filhotes de coruja-orelhuda (Asia clamator).
"Tenho observado os pais desde 2023, já é a terceira ninhada deles. Presenciei nove nascimentos, cada vez que a mãe reproduz são três filhotes em cada ninhada", explica Nogueira.
As corujas-orelhudas fazem seus ninhos em troncos secos e ocos de árvores. É comum fazerem ninhos também em buracos no chão. Nos últimos anos, José Roberto tem notado o comportamento do casal de corujas na Casa Modernista.
Registros chamaram a atenção por conta do local onde foram feitos
José Roberto Nogueira
São os próprios pais que colocam os filhotes já grandes para fora da área de onde eles dominam. Quando os três filhotes vingam e crescem, os pais acabam cuidando somente de um e colocam os outros dois para correrem, pontua o aposentado.
"Como elas são grandes, o ninho acaba ficando pequeno e o filhote mais forte acaba empurrando as menores e mais fracas para fora do ninho, onde acontece de às vezes algum filhote morrer na queda. A mãe e o pai vigiam os filhotes o tempo todo mesmo no chão até estarem aptos para voarem e subirem nas árvores", complementa o aposentado.
Essa espécie se alimenta de ratos, morcegos, anfíbios, répteis, insetos grandes e aves. Quando filhotes, os pais caçam, comem e depois regurgitam o alimento na bico das corujinhas.
Logo depois das primeiras semanas do nascimento, José Roberto conseguiu se aproximar das corujinhas. "Quando pequenas dá para se aproximar, elas como forma de defesa abrem as asas e ficam balançando o corpo de um lado para outro e batendo o bico."
José Roberto Nogueira já conseguiu ver diferentes espécies na Casa Modernista
José Roberto Nogueira
José Roberto Nogueira já conseguiu ver diferentes espécies na Casa Modernista. Entre elas, o urutau. "No ano passado comecei a escutar ele cantando sempre umas 4h da manhã, aí comecei a procurá-lo, fui direto onde tinha visto pela primeira vez e nada, procurei por vários dias e nada. Um belo dia estava indo para a piscina do meu prédio, quando sentei na borda da piscina vejo o danado num galho da árvore no fundo do meu prédio", explica o aposentado.
Ele também já se surpreendeu com um falcão-peregrino. "Já o falcão-peregrino, o vi pela primeira vez há quatro anos, sem querer, estava na minha cozinha lavando a louça e vi um bicho sentando no prédio, vi que não era carcará, urubu, peguei a máquina e fui ver o que era, quase caí de costas quando vi que tratava-se do peregrino. Sempre estou com a máquina e mesmo andando pelas ruas ou mesmo dirigindo presto atenção nos bichos voando", revela José Roberto.
Desde 1984 a Casa Modernista foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, Estadual e Municipal. Depois de passar por restauração, em 2008 a Prefeitura de São Paulo passou a ser a permissionária do imóvel como responsável por seu uso e manutenção.
Gregori Warchavchik impressionou São Paulo com um estilo irreverente de arquitetura. Mal sabia ele que décadas depois o lugar seria conhecido pela vida selvagem numa das megalópoles do mundo.
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