Trem da EFMM vai voltar a andar? Veja o que se sabe

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Locomotiva 18 passará por ajustes para funcionar com segurança, ainda sem levar passageiros. Retorno é visto como uma forma de valorizar o patrimônio histórico da capital Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) em Porto Velho
Leandro Morais
A tradicional locomotiva 18, da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), em Porto Velho (RO), está prestes a ganhar vida novamente. Segundo a Prefeitura da capital, o plano é que ela volte a circular dentro do pátio da ferrovia ainda neste ano.
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A reativação da máquina faz parte de um projeto da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que iniciou uma nova fase de vistoria técnica no local. O engenheiro mecânico Marlon Ilg, que também é presidente da ABPF, explicou ao g1 que a locomotiva passará por ajustes para funcionar com segurança, ainda sem levar passageiros.
"A locomotiva vai ser restaurada apenas para ela poder andar no pátio sem passageiro, não é um teste mas é uma demonstração. Ela precisa passar por uma adequação de sistema de freio e outras coisas para que ela se torne segura para operar com passageiros", explicou.
De acordo com Marlon Ilg, a locomotiva 18 está em “estado razoável”, mas precisa de reparos importantes, especialmente na caldeira, que é a parte que gera o vapor responsável pelo funcionamento da máquina, parecida com uma panela de pressão gigante.
"A gente vai restaurar a caldeira e vai fazer ela poder andar para frente e para trás apenas a locomotiva sem vagões. A parte mecânica será de forma parcial apenas para poder já demonstrar o funcionamento dela com segurança, mas não terá segurança ainda operacional para puxar vagões", disse.
A circulação completa vai demorar?
Segundo Marlon, enquanto a locomotiva 18 será restaurada para operar de forma limitada, a locomotiva 50 será enviada para uma oficina especializada em Santa Catarina. O objetivo é que ela seja totalmente recuperada e volte a puxar vagões com passageiros pelos trilhos históricos da ferrovia.
Esse plano, no entanto, depende de várias autorizações, como licença ambiental e liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que o trecho até Santo Antônio também precisará ser restaurado.
"Na segunda na sequência do planejamento a locomotiva 50 deverá ser encaminhada para uma oficina especializada, onde será feita toda a restauração para ela poder circular com passageiros e ao mesmo tempo também vai ser viabilizado a recuperação do trecho ferroviário", ressaltou.
O retorno da locomotiva é visto como uma forma de valorizar o patrimônio histórico da capital e também como uma aposta no turismo cultural, um setor que pode ganhar fôlego com o charme das antigas ferrovias.
Trilhos da EFMM
Os trilhos da EFMM tinham mais de 360 km de extensão e ligavam os portos de Santo Antônio do rio Madeira, em Porto Velho, ao de Guajará-Mirim, no rio Mamoré, na fronteira com a Bolívia. Eles praticamente não existem mais.
Complexo da EFMM em Porto Velho
Arte g1
Após ser inaugurada, em 1912, a EFMM deu lucro por somente dois anos. Depois disso, ela entrou em declínio devido à queda vertiginosa da participação brasileira no mercado da borracha. Isso porque a borracha asiática entrou na concorrência e afetou consideravelmente a exportação brasileira.
Após 54 anos de funcionamento, a estrada de ferro foi completamente desativada e o escoamento da produção passou a ser feito por uma rodovia, a BR-364 (os trilhos e a rodovia ficam em trechos distintos).
Segundo o historiado Célio Leandro, após a desativação da EFMM na década de 1970, cerca de nove locomotivas foram deixadas nos trilhos que ligavam Porto Velho a Guajará-Mirim, próximo do atual cemitério da Candelária. O local é conhecido como "Cemitério das Locomotivas".
Locomotiva abandonada em Porto Velho
Rede Amazônica/Reprodução
Desde 2006, o complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é protegido como Patrimônio Cultural Brasileiro por meio do seu tombamento pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"Ali pessoas morreram, pessoas trabalharam, pessoas constituíram o que somos hoje. A sociedade portovelhense é um reflexo de tudo aquilo ali. Hoje, Porto Velho é uma cidade muito heterogênea, há uma mistura muito grande que nos cerca. A origem do que somos está ali naquele complexo", aponta Célio.
A história da construção da EFMM se tornou enredo para a minissérie "Mad Maria" produzida e exibida pela Rede Globo, baseada no romance homônimo do escritor e cientista social amazonense Márcio Souza.
A minissérie mostrou o cotidiano dramático dos homens que trabalharam duro para finalizar a ferrovia, contrastando-o com o glamour e a efervescência da vida dos políticos e empresários da capital, como o americano Percival Farquhar.
VEJA TAMBÉM:
Prefeitura realiza evento para celebrar os 110 anos da EFMM
Leandro Morais
A tradicional locomotiva 18, da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), em Porto Velho (RO), está prestes a ganhar vida novamente. Segundo a Prefeitura da capital, o plano é que ela volte a circular dentro do pátio da ferrovia ainda neste ano.
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A reativação da máquina faz parte de um projeto da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que iniciou uma nova fase de vistoria técnica no local. O engenheiro mecânico Marlon Ilg, que também é presidente da ABPF, explicou ao g1 que a locomotiva passará por ajustes para funcionar com segurança, ainda sem levar passageiros.
"A locomotiva vai ser restaurada apenas para ela poder andar no pátio sem passageiro, não é um teste mas é uma demonstração. Ela precisa passar por uma adequação de sistema de freio e outras coisas para que ela se torne segura para operar com passageiros", explicou.
De acordo com Marlon Ilg, a locomotiva 18 está em “estado razoável”, mas precisa de reparos importantes, especialmente na caldeira, que é a parte que gera o vapor responsável pelo funcionamento da máquina, parecida com uma panela de pressão gigante.
"A gente vai restaurar a caldeira e vai fazer ela poder andar para frente e para trás apenas a locomotiva sem vagões. A parte mecânica será de forma parcial apenas para poder já demonstrar o funcionamento dela com segurança, mas não terá segurança ainda operacional para puxar vagões", disse.
A circulação completa vai demorar?
Segundo Marlon, enquanto a locomotiva 18 será restaurada para operar de forma limitada, a locomotiva 50 será enviada para uma oficina especializada em Santa Catarina. O objetivo é que ela seja totalmente recuperada e volte a puxar vagões com passageiros pelos trilhos históricos da ferrovia.
Esse plano, no entanto, depende de várias autorizações, como licença ambiental e liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que o trecho até Santo Antônio também precisará ser restaurado.
"Na segunda na sequência do planejamento a locomotiva 50 deverá ser encaminhada para uma oficina especializada, onde será feita toda a restauração para ela poder circular com passageiros e ao mesmo tempo também vai ser viabilizado a recuperação do trecho ferroviário", ressaltou.
O retorno da locomotiva é visto como uma forma de valorizar o patrimônio histórico da capital e também como uma aposta no turismo cultural, um setor que pode ganhar fôlego com o charme das antigas ferrovias.
Trilhos da EFMM
Os trilhos da EFMM tinham mais de 360 km de extensão e ligavam os portos de Santo Antônio do rio Madeira, em Porto Velho, ao de Guajará-Mirim, no rio Mamoré, na fronteira com a Bolívia. Eles praticamente não existem mais.
Complexo da EFMM em Porto Velho
Arte g1
Após ser inaugurada, em 1912, a EFMM deu lucro por somente dois anos. Depois disso, ela entrou em declínio devido à queda vertiginosa da participação brasileira no mercado da borracha. Isso porque a borracha asiática entrou na concorrência e afetou consideravelmente a exportação brasileira.
Após 54 anos de funcionamento, a estrada de ferro foi completamente desativada e o escoamento da produção passou a ser feito por uma rodovia, a BR-364 (os trilhos e a rodovia ficam em trechos distintos).
Segundo o historiado Célio Leandro, após a desativação da EFMM na década de 1970, cerca de nove locomotivas foram deixadas nos trilhos que ligavam Porto Velho a Guajará-Mirim, próximo do atual cemitério da Candelária. O local é conhecido como "Cemitério das Locomotivas".
Locomotiva abandonada em Porto Velho
Rede Amazônica/Reprodução
Desde 2006, o complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é protegido como Patrimônio Cultural Brasileiro por meio do seu tombamento pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"Ali pessoas morreram, pessoas trabalharam, pessoas constituíram o que somos hoje. A sociedade portovelhense é um reflexo de tudo aquilo ali. Hoje, Porto Velho é uma cidade muito heterogênea, há uma mistura muito grande que nos cerca. A origem do que somos está ali naquele complexo", aponta Célio.
A história da construção da EFMM se tornou enredo para a minissérie "Mad Maria" produzida e exibida pela Rede Globo, baseada no romance homônimo do escritor e cientista social amazonense Márcio Souza.
A minissérie mostrou o cotidiano dramático dos homens que trabalharam duro para finalizar a ferrovia, contrastando-o com o glamour e a efervescência da vida dos políticos e empresários da capital, como o americano Percival Farquhar.
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