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Como jovem achou cura para sequelas de atropelamento traumático no contato com a natureza

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Como jovem achou cura para sequelas de atropelamento traumático no contato com a natureza
Estudos mostram o potencial benéfico para a saúde mental e física do contato com a natureza. O tempo passado ao ar livre tem muitos benefícios comprovados para a saúde, alguns dos quais estão apenas começando a ser compreendidos
SEBASTIEN ST-JEAN/AFP/Getty Images via DW
Em um sábado, há 10 anos, Sarah Allely saiu de sua casa em Sydney, na Austrália, para participar de uma aula de ginástica matinal. Pedalando por ruas tranquilas, ela não tinha noção da reviravolta que sua vida estava prestes a dar. Momentos depois, ela acordou no meio da rua com dores intensas, cercada por pedestres e paramédicos. Ela havia sido atropelada.
Ela foi levada ao pronto-socorro, e mais tarde recebeu alta com uma contusão e uma lesão no ombro. Ela achou que estava bem. Ao chegar na casa onde mora com parceiro e as duas filhas pequenas, pegou o livro que estava lendo para relaxar.
"Consigo passar os olhos pelas palavras, mas não consigo entender as frases. A sensação é a de que não consigo ler", lembrou.
Sentar-se sob uma árvore parecia ser algo que Sarah Allely se sentia capaz de fazer após o acidente
Patrick Daxenbichler/Zoonar/picture alliance via DW
Nos dias seguintes, ela teve dores de cabeça persistentes e confusão mental, o que tornou o dia a dia extraordinariamente desafiador. Ela foi afastada do trabalho por motivo de doença e sua agenda, que antes era dedicada ao trabalho, à família e aos compromissos sociais, começou a se encher de consultas médicas.
"Acho que eles não entendiam a gravidade da minha lesão. Eu não entendia. Nenhum dos médicos entendia", disse Allely. Os médicos lhe receitaram diversos medicamentos e até injeções de botox na cabeça para aliviar a dor. Como nada disso funcionou, ela foi encaminhada para uma tomografia e uma série de testes cognitivos.
"Com base na minha reação, o especialista conseguiu diagnosticar uma lesão cerebral traumática leve", disse Allely, acrescentando que foi um alívio saber o que havia de errado. Os médicos lhe disseram que ela se recuperaria completamente, embora "ainda não houvesse nenhum tratamento evidente".
Um tratamento inesperado
Algo que lhe disseram foi para aceitar a situação e não lutar contra ela. Mas, meses após o acidente, ela ainda estava afastada do trabalho e as dores de cabeça continuavam presentes em sua vida diária, até que ela e suas filhas foram convidadas para uma caminhada na mata com amigos.
Foi durante uma caminhada no mato ao redor de Sydney que Sarah Allely sentiu sua dor diminuir
Pond5 Images/IMAGO via DW
"Foi o primeiro dia desde o acidente em que não tive dor de cabeça, e foi extraordinário", disse Allely. "Há algo em estar na mata que foi muito bom para mim. Eu não sabia o que era, mas sabia que algo havia mudado."
Então, ela começou a fazer caminhadas em seu bairro, observando jardins ou o rio local. Isso também teve um impacto. "Eu sentia quase como se uma névoa se dissipasse, assim como a pressão de qualquer dor de cabeça, então eu me sentia mais relaxada."
Os benefícios para a saúde mental de passar um tempo na natureza estão atualmente bem documentados. Um estudo recente sobre os chamados "banhos de floresta" – prática que teve origem no Japão na década de 1980 e envolve a observação conscientemente das áreas florestais – descobriu que essa atividade pode reduzir significativamente os sintomas de depressão e ansiedade.
Pesquisas em fase inicial também sugerem que passar tempo na natureza pode ser benéfico para quem sofre com dores físicas ou lesões, como Sarah Allely. Um estudo europeu publicado no mês passado revelou que mesmo uma breve exposição à natureza pode ajudar a reduzir a dor.
Uma pesquisa dinamarquesa publicada no ano passado afirma que 17 pacientes com lesão cerebral que incluíram tempo na natureza em sua reabilitação relataram uma "sensação de atividade aprimorada" e notaram como estar nesses locais "aumentou sua autoeficácia, senso de autonomia, espírito comunitário, cooperação e alegria, e levou a uma sensação de paz".
Como o cérebro reage à natureza
Holli-Anne Passmore, que estuda a relação entre a natureza e o bem-estar humano no Departamento de Psicologia da Universidade Concordia de Edmonton, no Canadá, avalia que passar um tempo natureza é benéfico pois pode literalmente dar ao cérebro uma pausa das armadilhas de uma vida em ritmo acelerado.
Ela diz que, do ponto de vista evolucionário, existem dois tipos de atenção – ou o que é conhecido em psicologia como fascínio intenso ou suave. "Um letreiro luminoso que você não consegue ignorar entra em contato e basicamente diz 'olhe para mim', enquanto as coisas na natureza tendem a capturar sua atenção, mas não entram em contato e te sacodem pelos ombros."
Os especialistas dizem que passar tempo na natureza ao nosso redor, ou mesmo olhar pela janela para uma árvore, pode ter um efeito benéfico no bem-estar humano e, em alguns casos, na saúde.
picture alliance/imageBROKER via DW
A neuroimagiologia mostra que esse tipo de atenção mais suave requer menos recursos mentais, o que dá ao cérebro a chance de se recuperar. Isso, segundo Passmore, pode trazer impactos de longo alcance.
"Sabemos que nossos cérebros, nossos corpos e como nos recuperamos estão intrinsecamente conectados. Quando você está na natureza, esse aspecto de dar um pouco de descanso ao cérebro vai ajudar", explicou a especialista, acrescentando que há uma outra dimensão na recuperação.
"Nossas emoções têm um impacto incrível em nosso bem-estar físico. Quando estamos em um estado emocional melhor, não importa o tipo de lesão, o corpo vai responder."
Quanta natureza é suficiente para fazer a diferença?
Quando Sarah Allely finalmente se recuperou, ela criou um podcast dedicado a contar o que havia passado. Ao longo dos anos, ela ouviu relatos de muitos que compartilharam experiências semelhantes à sua.
Mesmo agora recuperada da lesão, Sarah Allely ainda faz caminhadas regulares na natureza e sente os benefícios
Privat via DW
Mesmo agora que está melhor, ela ainda faz questão de passar um tempo na natureza, muitas vezes indo ao mesmo lugar repetidamente e simplesmente observando pequenas mudanças em coisas como a luz, a vegetação ou os animais em um determinado horário do dia. Ela percebe o impacto positivo que isso tem em seu humor e em sua sensação de bem-estar.
Passmore afirma que esse tipo de qualidade, em vez da quantidade de tempo gasto com a natureza, é onde reside os verdadeiros benefícios. "Prestar atenção à natureza no seu dia a dia e perceber como ela faz você se sentir teve um aumento incrivelmente grande em diferentes aspectos do bem-estar, não apenas em emoções positivas, mas também em coisas como se sentir conectado a outras pessoas e à vida em geral, admiração, profunda gratidão e estar profundamente emocionado."
Allely afirma que um efeito colateral de uma jornada com a natureza é a possibilidade de um relacionamento mais saudável com ela. "Um dos motivos para contar minha história", disse, foi a esperança de que "as pessoas se sentissem inspiradas a cuidar do nosso mundo natural".
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