Acusado de matar esposa envenenada, médico apresentou amante à mãe um mês após o crime, diz MP

Luiz Garnica era obcecado por relacionamento extraconjugal, aponta denúncia. Ele e a mãe, Elizabete Arrabaça, são réus pela morte da professora Larissa Rodrigues. Luiz Garnica, acusado de matar esposa envenenada em Ribeirão Preto
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O médico Luiz Antonio Garnica, acusado de envenenar e matar a esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), apresentou a amante à mãe, Elizabete Arrabaça, cerca de um mês após o crime. Arrabaça também é acusada pelo crime contra Larissa.
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Segundo o Ministério Público, Garnica era obcecado por seu relacionamento extraconjugal e pela eliminação de Larissa para viver o romance.
Dias antes de morrer, a vítima havia descoberto a traição. Já na véspera, chegou a enviar uma mensagem ao marido mencionando que veria um advogado no início da próxima semana para começar a tratar da separação.
A denúncia do MP cita que o médico planejou o crime porque passava por problemas financeiros e se recusava a aceitar se divorciar da esposa e ter que fazer a divisão do patrimônio.
"A nítida intenção de Luiz em prosseguir com a amante livremente se tornou clara após o crime, quando, em questão de dias, ele colocou [a amante] dentro de seu apartamento onde vivia com Larissa, e, menos de um mês após a morte da vítima, apresentou sua amante formalmente à sua mãe, Elizabete, em um almoço. Essa conduta revela um desinteresse absoluto pela memória da vítima e uma frieza atroz em perseguir seus interesses pessoais em detrimento da vida de sua esposa", disse o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino.
A promotoria revelou, ainda, um detalhe que ilustra a intensidade da paixão de Luiz pela amante. A polícia encontrou em seu histórico de buscas on-line pesquisas sobre a compatibilidade amorosa dos signos "leão e aquário", referentes a ele e à amante. Essa pesquisa por afinidade astrológica foi realizada no início de março de 2025, dias antes da morte de Larissa.
A polícia também identificou que Garnica vinha dando uma mesada de R$ 1,8 mil à amante, o que, em caso de separação, sobrecarregaria ainda mais as finanças do médico.
A professora de pilates morreu no dia 22 de março. De acordo com o MP, confiando que estava doente e sob os cuidados do marido médico e da sogra, ela passou a receber doses de chumbinho colocadas em medicamentos e em alimentos.
Nesta quinta-feira (3), a Justiça tornou réus Garnica e Arrabaça ao aceitar a denúncia do Ministério Público por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora.
Garnica ainda foi acusado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.
Na decisão que tornou os dois réus, o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, também converteu a prisão temporária deles em preventiva e determinou a quebra do sigilo bancário de Larissa, Garnica e Elizabete.
De morte à denúncia do MP: veja cronologia do caso Larissa Rodrigues
Envenenamento aos poucos até dose letal
A intenção de mãe e filho era matar Larissa, mas fazendo parecer que ela tinha sofrido uma intoxicação crônica. Na véspera do crime, a professora enviou uma mensagem a Garnica para avisá-lo que procuraria um advogado no início da semana seguinte para tratar da separação.
De acordo com a investigação, na mesma noite, Garnica conversou com a mãe, que foi ao apartamento do casal e passou cerca de quatro horas com a nora. Para o MP, Elizabete aplicou uma dose letal na professora no período em que ficou no imóvel.
“A Larissa foi sendo envenenada ao longo de 10, 15 dias, em doses menores. Mas naquela sexta-feira a Larissa manifestou desejo de já na segunda-feira procurar um advogado. Ali seria o final do relacionamento e a consequente partilha de bens comuns ao casal. A Elizabete vai até o apartamento e, lá, dá uma nova dose, presumimos, mais forte porque a Larissa vem a morrer na madrugada", diz o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino.
Movimentações bancárias
O MP também afirma que Garnica acessou contas bancárias da esposa e procurou quitar parte do valor do apartamento financiado onde vivia com a vítima quatro dias após o assassinato.
De acordo com a investigação, após a morte, o médico demonstrou imediata preocupação com o patrimônio de Larissa. Veja as movimentações identificadas pela polícia:
24 de março: Garnica acessou a conta da esposa para pagar o IPVA do veículo dela e pesquisou seus extratos bancários
26 de março: Garnica comunicou à Caixa Econômica Federal o falecimento de Larissa para quitar parte do financiamento imobiliário do apartamento do casal com o seguro
30 de março: Garnica criou um documento sobre nova senha para um portal de seguros do qual Larissa era cliente
Para a polícia, o médico tinha pressa para assegurar a totalidade do apartamento e persistente interesse em acessar os bens da vítima.
Logo após a morte, ele passou a pesquisar por temas como "seguros e operações imobiliárias", "fundo de garantia e rescisão contratual pós falecimento" e "tabela Fipe do veículo Creta/2019", o que demonstra fria preocupação com o patrimônio da vítima e com as vantagens financeiras advindas de sua morte.
Em depoimento à polícia, o gerente de um banco havia apontado as tentativas de transações feitas por Garnica na conta da esposa, sendo que chegou a gastar R$ 2,5 mil para pagar uma conta de farmácia com o cartão de débito dela.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
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O médico Luiz Antonio Garnica, acusado de envenenar e matar a esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), apresentou a amante à mãe, Elizabete Arrabaça, cerca de um mês após o crime. Arrabaça também é acusada pelo crime contra Larissa.
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Segundo o Ministério Público, Garnica era obcecado por seu relacionamento extraconjugal e pela eliminação de Larissa para viver o romance.
Dias antes de morrer, a vítima havia descoberto a traição. Já na véspera, chegou a enviar uma mensagem ao marido mencionando que veria um advogado no início da próxima semana para começar a tratar da separação.
A denúncia do MP cita que o médico planejou o crime porque passava por problemas financeiros e se recusava a aceitar se divorciar da esposa e ter que fazer a divisão do patrimônio.
"A nítida intenção de Luiz em prosseguir com a amante livremente se tornou clara após o crime, quando, em questão de dias, ele colocou [a amante] dentro de seu apartamento onde vivia com Larissa, e, menos de um mês após a morte da vítima, apresentou sua amante formalmente à sua mãe, Elizabete, em um almoço. Essa conduta revela um desinteresse absoluto pela memória da vítima e uma frieza atroz em perseguir seus interesses pessoais em detrimento da vida de sua esposa", disse o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino.
A promotoria revelou, ainda, um detalhe que ilustra a intensidade da paixão de Luiz pela amante. A polícia encontrou em seu histórico de buscas on-line pesquisas sobre a compatibilidade amorosa dos signos "leão e aquário", referentes a ele e à amante. Essa pesquisa por afinidade astrológica foi realizada no início de março de 2025, dias antes da morte de Larissa.
A polícia também identificou que Garnica vinha dando uma mesada de R$ 1,8 mil à amante, o que, em caso de separação, sobrecarregaria ainda mais as finanças do médico.
A professora de pilates morreu no dia 22 de março. De acordo com o MP, confiando que estava doente e sob os cuidados do marido médico e da sogra, ela passou a receber doses de chumbinho colocadas em medicamentos e em alimentos.
Nesta quinta-feira (3), a Justiça tornou réus Garnica e Arrabaça ao aceitar a denúncia do Ministério Público por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora.
Garnica ainda foi acusado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.
Na decisão que tornou os dois réus, o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, também converteu a prisão temporária deles em preventiva e determinou a quebra do sigilo bancário de Larissa, Garnica e Elizabete.
De morte à denúncia do MP: veja cronologia do caso Larissa Rodrigues
Envenenamento aos poucos até dose letal
A intenção de mãe e filho era matar Larissa, mas fazendo parecer que ela tinha sofrido uma intoxicação crônica. Na véspera do crime, a professora enviou uma mensagem a Garnica para avisá-lo que procuraria um advogado no início da semana seguinte para tratar da separação.
De acordo com a investigação, na mesma noite, Garnica conversou com a mãe, que foi ao apartamento do casal e passou cerca de quatro horas com a nora. Para o MP, Elizabete aplicou uma dose letal na professora no período em que ficou no imóvel.
“A Larissa foi sendo envenenada ao longo de 10, 15 dias, em doses menores. Mas naquela sexta-feira a Larissa manifestou desejo de já na segunda-feira procurar um advogado. Ali seria o final do relacionamento e a consequente partilha de bens comuns ao casal. A Elizabete vai até o apartamento e, lá, dá uma nova dose, presumimos, mais forte porque a Larissa vem a morrer na madrugada", diz o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino.
Movimentações bancárias
O MP também afirma que Garnica acessou contas bancárias da esposa e procurou quitar parte do valor do apartamento financiado onde vivia com a vítima quatro dias após o assassinato.
De acordo com a investigação, após a morte, o médico demonstrou imediata preocupação com o patrimônio de Larissa. Veja as movimentações identificadas pela polícia:
24 de março: Garnica acessou a conta da esposa para pagar o IPVA do veículo dela e pesquisou seus extratos bancários
26 de março: Garnica comunicou à Caixa Econômica Federal o falecimento de Larissa para quitar parte do financiamento imobiliário do apartamento do casal com o seguro
30 de março: Garnica criou um documento sobre nova senha para um portal de seguros do qual Larissa era cliente
Para a polícia, o médico tinha pressa para assegurar a totalidade do apartamento e persistente interesse em acessar os bens da vítima.
Logo após a morte, ele passou a pesquisar por temas como "seguros e operações imobiliárias", "fundo de garantia e rescisão contratual pós falecimento" e "tabela Fipe do veículo Creta/2019", o que demonstra fria preocupação com o patrimônio da vítima e com as vantagens financeiras advindas de sua morte.
Em depoimento à polícia, o gerente de um banco havia apontado as tentativas de transações feitas por Garnica na conta da esposa, sendo que chegou a gastar R$ 2,5 mil para pagar uma conta de farmácia com o cartão de débito dela.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
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