Após polêmica com música que cita transtorno de borderline, Maiara exalta trabalho de Maraísa: 'Guerreira de alta potência'

Maraísa havia publicado trecho cantando a música 'Borderline', em que associava o transtorno a um relacionamento abusivo. Publicação da irmã a exaltando recebeu comentários de apoio de fãs e amigos. Maiara faz publicação exaltando Maraísa após polêmica com música "Borderline"
Reprodução/Redes sociais
Após polêmica com música cantada por Maraísa que associa o transtorno de borderline a um relacionamento abusivo, Maiara fez uma publicação nas redes sociais exaltando a irmã, na noite de quarta-feira (30). No texto, a cantora sertaneja cita a beleza da parceria, sua dedicação no trabalho e a chama de "guerreira".
"Olha-la é ter a certeza que vejo a beleza mais perfeita… e mesmo que Deus deixasse que testasse sua fé durante o movimento se mostra tão grandiosa guerreira de alta potência que exerce o seu ofício e ainda no final de tudo toma seu vinho no detalhe a meia rasgada, o zíper frágil… Mas na cabeça a certeza de quem se é! Não precisei fazer uma defensoria…Mas são nessas horas que me tomo com tamanha gratidão…", escreveu a cantora.
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A publicação repleta de fotos ao lado da irmã durante o evento que celebrou os 60 anos da Rede Globo recebeu comentários de apoio de fãs e amigos da dupla.
Maraísa também usou as redes sociais para se declarar para a companheira de palco. "Pra sempre com você, minha metade. Te amo, irmã!", escreveu na legenda de uma publicação em seu perfil pessoal.
Relembre o caso
O debate acerca do transtorno de borderline se intensificou no sábado (26), após a cantora Maraísa ter publicado um trecho da música "Borderline". A canção indica que para diagnosticar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) não há necessidade de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).
"Nem preciso de CRM pra diagnosticar essa loucura que cê tá vivendo / Fiquei sabendo que ele namorou outras pessoas / Pra cada uma ele foi um personagem / E esse perfil se encaixa numa personalidade borderline", diz o trecho.
O vídeo foi apagado no domingo (27), após o assunto ter gerado grande repercussão nas redes sociais. Ao g1, a assessoria da dupla sertaneja disse que não irá se pronunciar sobre o assunto e que não há informação se a música será lançada.
Em outro trecho, são citados exemplos de um comportamento controlador. “Repara ele te isolou de todo mundo / Não romantiza esse absurdo / Ele é instável, ele é intenso, ele é extremo / E nesses casos todo mundo sofre junto”.
O refrão da música indica que não há como manter um relacionamento com uma pessoa assim. "Ele não precisa de você nem do seu sentimento / Só de tratamento," diz o trecho.
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Repercussão negativa
Música 'Borderline' gera repercussão na internet
Reprodução/Redes Sociais
Alguns comentários nas redes sociais (veja acima), inclusive de fãs clubes da dupla Maiara e Maraísa, criticaram a música por generalizar quem possui o transtorno de borderline, e associar o diagnóstico a uma pessoa tóxica e abusiva.
"Lembrando que relação tóxica não é porque a pessoa é Borderline, qualquer ser humano pode ser tóxico e mau-caráter na relação. Bora rever isso!", diz um comentário de um fã clube.
"Eu tenho Borderline, faço tratamento desde 2019, levei 10 anos pra conseguir ser diagnosticada. Pra vir vocês fazer esse desmerecimento com a nossa condição. Já não chega o preconceito e a psicofobia que sofremos diariamente", escreveu uma seguidora.
Entenda o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
Psiquiatra explica sobre os sintomas e tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
De acordo com a psiquiatra Jéssica Morais, as pessoas que possuem o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) são mais reativas e sensíveis. Segundo informações do site da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), existem cerca de 2 milhões de brasileiros que vivem com o transtorno.
“O Borderline é caracterizado principalmente pela instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos, instabilidade na autoimagem, alterações extremas de humor e impulsividade, além do medo de abandono”, definiu a ABP.
Em entrevista ao g1, o psiquiatra Sávio Teixeira, ressaltou que o transtorno não é uma escolha e nem um “traço de personalidade forte”. "É um transtorno reconhecido clinicamente e que exige compreensão, manejo adequado e suporte contínuo. Mais do que os critérios do manual, o que realmente importa é o sofrimento que há ali — legítimo, ainda que silencioso", frisou o especialista.
"Não é raro que o Borderline seja mal compreendido. Rotulado, reduzido a estereótipos cruéis: 'manipulador', 'intenso demais', 'difícil de lidar'. O que quase nunca se diz é que, por trás dessa intensidade, há um descompasso entre o que se sente e o que se consegue sustentar sem colapsar. É viver num constante estado de alarme afetivo, como se o mundo estivesse sempre prestes a ir embora", explicou Sávio.
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