Fundador da JBS toca sino da bolsa de Nova York, em cerimônia de listagem da empresa nos EUA

Festejo marca o retorno consolidado dos irmãos Joesley e Wesley Batista, menos de uma década depois de terem sido presos na Operação Lava Jato. José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
O ex-vice-presidente e fundador da JBS, José Batista Sobrinho, tocou o sino da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) nesta quarta-feira (25), marcando a entrada da empresa no mercado de ações dos Estados Unidos.
Também estavam presentes os irmãos Joesley e Wesley Batista, que retornaram ao comando das empresas do grupo menos de uma década após terem sido presos durante o escândalo de corrupção da Lava Jato e afastados da liderança de seu império global no setor de alimentos.
A entrada do maior frigorífico do mundo na bolsa americana — objetivo perseguido pelo grupo desde 2009 — acontece em um momento em que os irmãos, agora de volta ao conselho da JBS, também reconquistaram boa parte de sua influência junto à elite política brasileira.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A visibilidade dos irmãos ficou evidente há alguns dias, quando Wesley Batista, recém-chegado de uma viagem a Paris com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, subiu ao palco para debater perspectivas econômicas ao lado do presidente do Banco Central e de outros executivos de destaque do setor financeiro.
Em tom descontraído, Batista contestou parte do pessimismo demonstrado por empresários brasileiros em relação ao governo Lula.
“Temos que olhar as coisas que não estão indo mal também, porque está todo mundo aqui fazendo planos para investir, todo mundo está crescendo", disse ele durante evento no litoral de São Paulo, atraindo aplausos.
Poucos empresários têm o mesmo nível de acesso à capital federal que os irmãos Batista. A agenda pública do presidente Lula indica que um ou ambos estiveram ao lado dele em pelo menos cinco eventos oficiais desde o ano passado.
Esse cenário contrasta fortemente com o ponto mais baixo vivido pelos irmãos há quase uma década, quando confessaram ter subornado centenas de políticos, se afastaram da gestão de suas empresas e passaram meses presos, enfrentando acusações de uso de informações privilegiadas.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A JBS possui centenas de operações e está presente em mais de 20 países, competindo diretamente com a Tyson Foods no mercado de carne bovina dos EUA. A empresa está entre as maiores do Brasil em receita e número de funcionários.
Sua controladora, a J&F, também expandiu sua atuação nos setores bancário, energético, logístico e financeiro. Uma doação de US$ 5 milhões feita pela Pilgrim's Pride, subsidiária da JBS, ao Comitê Inaugural de Trump-Vance também evidenciou o crescente alcance global da influência do grupo.
A senadora norte-americana Elizabeth Warren questionou a JBS em uma carta pública no mês passado, sugerindo que a doação e a rápida aprovação da listagem da empresa nos EUA pela Comissão de Valores Mobiliários levantam “sérias preocupações sobre um possível acordo de troca de favores”.
Em resposta aos questionamentos sobre a doação, a JBS declarou que a Pilgrim’s “possui um longo histórico bipartidário de participação no processo cívico”.
Irmãos goianos Joesley Batista e Wesley Batista estão na lista dos 10 maiores bilionários do Brasil, divulgada pela Forbes
Divulgação/Forbes
A reabilitação dos irmãos vai além da política. Após anos envolvidos no maior escândalo de corrupção do Brasil, a J&F obteve uma decisão judicial que suspendeu uma multa de aproximadamente R$ 10 bilhões relacionada ao seu envolvimento no esquema.
No auge do escândalo, os irmãos admitiram ter subornado cerca de 1.800 políticos. Em 2017, Joesley Batista gravou uma conversa em que supostamente discutia um esquema de suborno com o então presidente Michel Temer, como parte de um acordo de delação premiada.
Os irmãos Batista, que se afastaram dos cargos de liderança da JBS durante o escândalo, foram posteriormente presos sob acusação de negociar informações privilegiadas com base no acordo de delação. Mais tarde, acabaram absolvidos no processo.
Em 2023, um ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu a multa aplicada à J&F no acordo de leniência, alegando que os promotores teriam agido de forma tendenciosa na época. O caso ainda está pendente de uma análise mais ampla pelo tribunal.
CVM absolve empresários Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading
REUTERS/Jeenah Moon
O ex-vice-presidente e fundador da JBS, José Batista Sobrinho, tocou o sino da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) nesta quarta-feira (25), marcando a entrada da empresa no mercado de ações dos Estados Unidos.
Também estavam presentes os irmãos Joesley e Wesley Batista, que retornaram ao comando das empresas do grupo menos de uma década após terem sido presos durante o escândalo de corrupção da Lava Jato e afastados da liderança de seu império global no setor de alimentos.
A entrada do maior frigorífico do mundo na bolsa americana — objetivo perseguido pelo grupo desde 2009 — acontece em um momento em que os irmãos, agora de volta ao conselho da JBS, também reconquistaram boa parte de sua influência junto à elite política brasileira.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A visibilidade dos irmãos ficou evidente há alguns dias, quando Wesley Batista, recém-chegado de uma viagem a Paris com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, subiu ao palco para debater perspectivas econômicas ao lado do presidente do Banco Central e de outros executivos de destaque do setor financeiro.
Em tom descontraído, Batista contestou parte do pessimismo demonstrado por empresários brasileiros em relação ao governo Lula.
“Temos que olhar as coisas que não estão indo mal também, porque está todo mundo aqui fazendo planos para investir, todo mundo está crescendo", disse ele durante evento no litoral de São Paulo, atraindo aplausos.
Poucos empresários têm o mesmo nível de acesso à capital federal que os irmãos Batista. A agenda pública do presidente Lula indica que um ou ambos estiveram ao lado dele em pelo menos cinco eventos oficiais desde o ano passado.
Esse cenário contrasta fortemente com o ponto mais baixo vivido pelos irmãos há quase uma década, quando confessaram ter subornado centenas de políticos, se afastaram da gestão de suas empresas e passaram meses presos, enfrentando acusações de uso de informações privilegiadas.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A JBS possui centenas de operações e está presente em mais de 20 países, competindo diretamente com a Tyson Foods no mercado de carne bovina dos EUA. A empresa está entre as maiores do Brasil em receita e número de funcionários.
Sua controladora, a J&F, também expandiu sua atuação nos setores bancário, energético, logístico e financeiro. Uma doação de US$ 5 milhões feita pela Pilgrim's Pride, subsidiária da JBS, ao Comitê Inaugural de Trump-Vance também evidenciou o crescente alcance global da influência do grupo.
A senadora norte-americana Elizabeth Warren questionou a JBS em uma carta pública no mês passado, sugerindo que a doação e a rápida aprovação da listagem da empresa nos EUA pela Comissão de Valores Mobiliários levantam “sérias preocupações sobre um possível acordo de troca de favores”.
Em resposta aos questionamentos sobre a doação, a JBS declarou que a Pilgrim’s “possui um longo histórico bipartidário de participação no processo cívico”.
Irmãos goianos Joesley Batista e Wesley Batista estão na lista dos 10 maiores bilionários do Brasil, divulgada pela Forbes
Divulgação/Forbes
A reabilitação dos irmãos vai além da política. Após anos envolvidos no maior escândalo de corrupção do Brasil, a J&F obteve uma decisão judicial que suspendeu uma multa de aproximadamente R$ 10 bilhões relacionada ao seu envolvimento no esquema.
No auge do escândalo, os irmãos admitiram ter subornado cerca de 1.800 políticos. Em 2017, Joesley Batista gravou uma conversa em que supostamente discutia um esquema de suborno com o então presidente Michel Temer, como parte de um acordo de delação premiada.
Os irmãos Batista, que se afastaram dos cargos de liderança da JBS durante o escândalo, foram posteriormente presos sob acusação de negociar informações privilegiadas com base no acordo de delação. Mais tarde, acabaram absolvidos no processo.
Em 2023, um ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu a multa aplicada à J&F no acordo de leniência, alegando que os promotores teriam agido de forma tendenciosa na época. O caso ainda está pendente de uma análise mais ampla pelo tribunal.
CVM absolve empresários Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading
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