Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí, MG

Medida afeta diretamente as gestantes da cidade, que agora vão precisar procurar atendimento em outros municípios. Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí
A Santa Casa de São Gonçalo do Sapucaí (MG) anunciou na semana passada o fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade. A medida afeta diretamente as gestantes da cidade, que agora vão precisar procurar atendimento em outros municípios.
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Logo na recepção do hospital, um comunicado informa sobre o encerramento dos atendimentos pelo SUS. A notícia gerou revolta e preocupação entre as grávidas da cidade.
A dona de casa Miriely Calixto da Silva, grávida de sete meses e com histórico de partos prematuros, se mostrou desesperada com a situação.
Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí
Reprodução EPTV
“A gente tem que se virar e pedir socorro para vizinho, para família, pra conseguir dinheiro e poder fazer os exames ou o parto. Tá sendo muito complicado, ainda mais no meu caso, que já estou tendo contrações. Tenho medo de ganhar antes da hora e não sei o que fazer”, desabafa Miriely.
Entenda o impasse
O problema não é recente. Em agosto de 2024, a Santa Casa já havia comunicado ao Ministério Público que suspenderia os atendimentos pelo SUS a partir de setembro, alegando falta de repasses federais e estaduais, que são de responsabilidade do município.
Segundo o advogado e porta-voz da Prefeitura, Otávio Amaral, houve uma tentativa de negociação ao longo deste ano. A prefeitura teria oferecido um repasse mensal de R$ 75 mil para manter os atendimentos, valor que, somado aos repasses já existentes, chegaria a cerca de R$ 90 mil mensais.
Porém, segundo o Ministério Público, a direção da Santa Casa teria solicitado R$ 178 mil por mês — valor que não foi confirmado oficialmente pelo hospital.
Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí
Reprodução EPTV
“A gente levou em consideração os valores médios pagos em convênios na região. Entendemos que R$ 75 mil, somado ao que já se recebe, seria suficiente, considerando a média de 10 a 11 partos por mês”, explicou o advogado da Prefeitura.
O Ministério Público abriu um procedimento administrativo para apurar a situação e buscar uma solução, mas até agora não houve acordo. O MP informou que tentou resolver o problema de forma amigável, sem precisar recorrer à Justiça, mas as tratativas não avançaram.
Gestantes precisam viajar 50 km para ter o bebê
Com o fim dos atendimentos, as grávidas de São Gonçalo do Sapucaí serão encaminhadas para o Hospital São Sebastião, em Três Corações, distante cerca de 50 quilômetros. A mudança gerou insegurança.
A dona de casa Ana Lívia Garcia, que teve o filho há um mês na maternidade de São Gonçalo, se solidariza com as gestantes que não terão o mesmo direito.
“Como que uma gestante vai daqui até Três Corações? E se acontece um acidente no caminho? E se entra em trabalho de parto dentro da ambulância? É uma vergonha isso. A maternidade fechar é revoltante”, desabafa.
O diretor do Hospital São Sebastião, Vanderlei Toledo, afirma que a unidade está preparada para receber as pacientes.
“Nossa maternidade é de alto risco e já atende diversas cidades da região. Recentemente, a cidade de Campanha deixou nossa micro e foi para a micro de Varginha, o que abriu espaço. Fomos informados de que São Gonçalo tem uma média de 10 a 15 partos por mês, o que é possível absorver”, explica.
A reportagem questionou a Santa Casa de São Gonçalo do Sapucaí sobre os valores dos repasses, os custos operacionais e o valor que a instituição busca para manter os atendimentos, mas o hospital se recusou a responder. Também não informou qual era o valor do repasse anterior.
Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
A Santa Casa de São Gonçalo do Sapucaí (MG) anunciou na semana passada o fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade. A medida afeta diretamente as gestantes da cidade, que agora vão precisar procurar atendimento em outros municípios.
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Logo na recepção do hospital, um comunicado informa sobre o encerramento dos atendimentos pelo SUS. A notícia gerou revolta e preocupação entre as grávidas da cidade.
A dona de casa Miriely Calixto da Silva, grávida de sete meses e com histórico de partos prematuros, se mostrou desesperada com a situação.
Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí
Reprodução EPTV
“A gente tem que se virar e pedir socorro para vizinho, para família, pra conseguir dinheiro e poder fazer os exames ou o parto. Tá sendo muito complicado, ainda mais no meu caso, que já estou tendo contrações. Tenho medo de ganhar antes da hora e não sei o que fazer”, desabafa Miriely.
Entenda o impasse
O problema não é recente. Em agosto de 2024, a Santa Casa já havia comunicado ao Ministério Público que suspenderia os atendimentos pelo SUS a partir de setembro, alegando falta de repasses federais e estaduais, que são de responsabilidade do município.
Segundo o advogado e porta-voz da Prefeitura, Otávio Amaral, houve uma tentativa de negociação ao longo deste ano. A prefeitura teria oferecido um repasse mensal de R$ 75 mil para manter os atendimentos, valor que, somado aos repasses já existentes, chegaria a cerca de R$ 90 mil mensais.
Porém, segundo o Ministério Público, a direção da Santa Casa teria solicitado R$ 178 mil por mês — valor que não foi confirmado oficialmente pelo hospital.
Santa Casa anuncia fim dos atendimentos pelo SUS na maternidade em São Gonçalo do Sapucaí
Reprodução EPTV
“A gente levou em consideração os valores médios pagos em convênios na região. Entendemos que R$ 75 mil, somado ao que já se recebe, seria suficiente, considerando a média de 10 a 11 partos por mês”, explicou o advogado da Prefeitura.
O Ministério Público abriu um procedimento administrativo para apurar a situação e buscar uma solução, mas até agora não houve acordo. O MP informou que tentou resolver o problema de forma amigável, sem precisar recorrer à Justiça, mas as tratativas não avançaram.
Gestantes precisam viajar 50 km para ter o bebê
Com o fim dos atendimentos, as grávidas de São Gonçalo do Sapucaí serão encaminhadas para o Hospital São Sebastião, em Três Corações, distante cerca de 50 quilômetros. A mudança gerou insegurança.
A dona de casa Ana Lívia Garcia, que teve o filho há um mês na maternidade de São Gonçalo, se solidariza com as gestantes que não terão o mesmo direito.
“Como que uma gestante vai daqui até Três Corações? E se acontece um acidente no caminho? E se entra em trabalho de parto dentro da ambulância? É uma vergonha isso. A maternidade fechar é revoltante”, desabafa.
O diretor do Hospital São Sebastião, Vanderlei Toledo, afirma que a unidade está preparada para receber as pacientes.
“Nossa maternidade é de alto risco e já atende diversas cidades da região. Recentemente, a cidade de Campanha deixou nossa micro e foi para a micro de Varginha, o que abriu espaço. Fomos informados de que São Gonçalo tem uma média de 10 a 15 partos por mês, o que é possível absorver”, explica.
A reportagem questionou a Santa Casa de São Gonçalo do Sapucaí sobre os valores dos repasses, os custos operacionais e o valor que a instituição busca para manter os atendimentos, mas o hospital se recusou a responder. Também não informou qual era o valor do repasse anterior.
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