MASP recebe exposição de Monet com foco na natureza

“A Ecologia de Monet” aborda a relação entre o ser humano e o meio ambiente, destacando as mudanças na paisagem e os efeitos da modernização. É a primeira vez que as obras chegam ao hemisfério sul. Exposição “A Ecologia de Monet” traz leitura contemporânea sobre a relação de Claude Monet (1840–1926) com a natureza
Eduardo Ortega
Que a natureza inspira grandes artistas, isso é um fato, seja na música, nas artes plásticas ou em outras manifestações artísticas. Mas ter a oportunidade de ver como um dos maiores nomes da história expressou essa inspiração é algo especial. E nós, brasileiros, teremos essa chance.
O MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, está com a exposição “A Ecologia de Monet”, trazendo uma leitura contemporânea sobre a relação de Claude Monet (1840–1926) com a natureza, as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre ser humano e natureza.
Até o dia 24 de agosto de 2025 é possível apreciar 32 obras que atravessam diferentes fases da carreira do artista, um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista. Os trabalhos são datados entre 1870 e 1920.
Até o dia 24 de agosto de 2025 é possível apreciar 32 obras que atravessam diferentes fases da carreira do artista
Eduardo Ortega
Pela primeira vez no hemisfério sul, a exposição tem curadoria de Adriano Pedrosa (diretor artístico do MASP) e Fernando Oliva (curador), e assistência de Isabela Ferreira Loures (assistente curatorial).
“É inegável que o artista teve um olhar atento para as transformações ambientais de seu tempo, documentando desde a industrialização crescente até fenômenos naturais, como enchentes e degelos", explica Fernando Oliva.
"No entanto, a relação de Monet com a ecologia da época era outra, muito diferente das dimensões atuais do termo, tanto no campo das ciências do clima como no da história da arte. Ainda assim, é possível traçar leituras contemporâneas sobre o seu trabalho, especialmente se considerarmos a força e o impacto que sua obra segue exercendo na sociedade”, completa o curador da exposição.
Núcleos temáticos
A mostra é organizada em cinco núcleos temáticos: Os barcos de Monet, O Sena como Ecossistema, Neblina e Fumaça, O Pintor como Caçador e Giverny: Natureza Controlada.
No núcleo “Neblina e Fumaça”, a exposição mergulha no olhar de Monet sobre as transformações urbanas que marcaram o século XIX, como a ascensão da energia a vapor, o aumento de fábricas e o uso intensivo do carvão, práticas que alteraram drasticamente o cenário das cidades. Em algumas obras é possível notar a representação do ar denso, carregado pela fumaça das indústrias.
A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny, 1920-24 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 90 x 92,5 cm
João Musa
Já o núcleo “Giverny: Natureza Controlada” traz à tona a relação íntima de Monet com os jardins que ele próprio cultivou em sua casa em Giverny, onde viveu por mais de 40 anos. Obras como A ponte japonesa (1918–1926) e A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny (1920–1924) revelam esse universo particular.
“A exposição reflete uma relação complexa do pintor com a paisagem natural e o meio ambiente. Em suas pinturas coexiste um elogio ao meio ambiente e uma tentativa de organizá-lo, de contê-lo”, complementa Fernando Oliva.
No núcleo “O Sena como Ecossistema”, a exposição destaca a presença constante da água na obra de Monet. Nascido em Le Havre, no norte da França, onde o rio Sena encontra o Atlântico, o artista desenvolveu uma relação profunda com o curso d’água que o acompanhou ao longo da vida.
A canoa sobre o Epte, circa 1890 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 133,5 x 146 x 3 cm
João Musa
Nas obras expostas em São Paulo, o destaque é a pintura “Os barcos de Monet”, onde cores vibrantes transmitem não apenas a correnteza do rio, mas também a intensidade da relação de Monet com esse ambiente.
No núcleo “O Pintor como Caçador”, a exposição revela o lado explorador de Monet, um artista que caminhava por horas em busca da paisagem ideal.
Monet chegou a se aventurar por trilhas e trechos remotos, em busca de novos ângulos, chegando a visitar a costa francesa e até outros países, como a Holanda. O olhar do pintor se desloca como o de um caçador atento, em busca de encontros únicos com a luz, a paisagem e o instante.
Water Lilies (Nymphéas), 1907 - Claude Monet - Óleo sobre tela , 92 x 81 cm
Thomas R. DuBrock
“A Ecologia de Monet” integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Hulda Guzmán, Mulheres Atingidas por Barragens, Frans Krajcberg, Clarissa Tossin, Abel Rodríguez, Minerva Cuevas e a grande coletiva Histórias da ecologia.
Por ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e ensaios comissionados que debatem a relação de Monet com a ecologia.
Foi na natureza que que Monet encontrou não só cenário, mas sentido, uma inspiração que não se esgota, porque pulsa, transforma e resiste.
Ponte de Waterloo, effet de soleil, 1903 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 65 x 100 cm
Robert McNair
Monet, o artista
Claude Monet (1840–1926) foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor.
Nascido em Paris e criado na Normandia, Monet desenvolveu desde cedo uma sensibilidade única para a natureza e suas transformações.
Seu quadro Impressão, Nascer do Sol (1872) deu nome ao movimento impressionista. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas.
Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e o acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil.
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e o acompanhante
Eduardo Ortega
No YouTube há ainda um conteúdo disponível que pode ser utilizado por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.
Serviço
Período da exposição: até 24 de agosto de 2025
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
Local: MASP - Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Observação: agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente
Eduardo Ortega
Que a natureza inspira grandes artistas, isso é um fato, seja na música, nas artes plásticas ou em outras manifestações artísticas. Mas ter a oportunidade de ver como um dos maiores nomes da história expressou essa inspiração é algo especial. E nós, brasileiros, teremos essa chance.
O MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, está com a exposição “A Ecologia de Monet”, trazendo uma leitura contemporânea sobre a relação de Claude Monet (1840–1926) com a natureza, as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre ser humano e natureza.
Até o dia 24 de agosto de 2025 é possível apreciar 32 obras que atravessam diferentes fases da carreira do artista, um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista. Os trabalhos são datados entre 1870 e 1920.
Até o dia 24 de agosto de 2025 é possível apreciar 32 obras que atravessam diferentes fases da carreira do artista
Eduardo Ortega
Pela primeira vez no hemisfério sul, a exposição tem curadoria de Adriano Pedrosa (diretor artístico do MASP) e Fernando Oliva (curador), e assistência de Isabela Ferreira Loures (assistente curatorial).
“É inegável que o artista teve um olhar atento para as transformações ambientais de seu tempo, documentando desde a industrialização crescente até fenômenos naturais, como enchentes e degelos", explica Fernando Oliva.
"No entanto, a relação de Monet com a ecologia da época era outra, muito diferente das dimensões atuais do termo, tanto no campo das ciências do clima como no da história da arte. Ainda assim, é possível traçar leituras contemporâneas sobre o seu trabalho, especialmente se considerarmos a força e o impacto que sua obra segue exercendo na sociedade”, completa o curador da exposição.
Núcleos temáticos
A mostra é organizada em cinco núcleos temáticos: Os barcos de Monet, O Sena como Ecossistema, Neblina e Fumaça, O Pintor como Caçador e Giverny: Natureza Controlada.
No núcleo “Neblina e Fumaça”, a exposição mergulha no olhar de Monet sobre as transformações urbanas que marcaram o século XIX, como a ascensão da energia a vapor, o aumento de fábricas e o uso intensivo do carvão, práticas que alteraram drasticamente o cenário das cidades. Em algumas obras é possível notar a representação do ar denso, carregado pela fumaça das indústrias.
A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny, 1920-24 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 90 x 92,5 cm
João Musa
Já o núcleo “Giverny: Natureza Controlada” traz à tona a relação íntima de Monet com os jardins que ele próprio cultivou em sua casa em Giverny, onde viveu por mais de 40 anos. Obras como A ponte japonesa (1918–1926) e A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny (1920–1924) revelam esse universo particular.
“A exposição reflete uma relação complexa do pintor com a paisagem natural e o meio ambiente. Em suas pinturas coexiste um elogio ao meio ambiente e uma tentativa de organizá-lo, de contê-lo”, complementa Fernando Oliva.
No núcleo “O Sena como Ecossistema”, a exposição destaca a presença constante da água na obra de Monet. Nascido em Le Havre, no norte da França, onde o rio Sena encontra o Atlântico, o artista desenvolveu uma relação profunda com o curso d’água que o acompanhou ao longo da vida.
A canoa sobre o Epte, circa 1890 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 133,5 x 146 x 3 cm
João Musa
Nas obras expostas em São Paulo, o destaque é a pintura “Os barcos de Monet”, onde cores vibrantes transmitem não apenas a correnteza do rio, mas também a intensidade da relação de Monet com esse ambiente.
No núcleo “O Pintor como Caçador”, a exposição revela o lado explorador de Monet, um artista que caminhava por horas em busca da paisagem ideal.
Monet chegou a se aventurar por trilhas e trechos remotos, em busca de novos ângulos, chegando a visitar a costa francesa e até outros países, como a Holanda. O olhar do pintor se desloca como o de um caçador atento, em busca de encontros únicos com a luz, a paisagem e o instante.
Water Lilies (Nymphéas), 1907 - Claude Monet - Óleo sobre tela , 92 x 81 cm
Thomas R. DuBrock
“A Ecologia de Monet” integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Hulda Guzmán, Mulheres Atingidas por Barragens, Frans Krajcberg, Clarissa Tossin, Abel Rodríguez, Minerva Cuevas e a grande coletiva Histórias da ecologia.
Por ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e ensaios comissionados que debatem a relação de Monet com a ecologia.
Foi na natureza que que Monet encontrou não só cenário, mas sentido, uma inspiração que não se esgota, porque pulsa, transforma e resiste.
Ponte de Waterloo, effet de soleil, 1903 - Claude Monet - Óleo sobre tela, 65 x 100 cm
Robert McNair
Monet, o artista
Claude Monet (1840–1926) foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor.
Nascido em Paris e criado na Normandia, Monet desenvolveu desde cedo uma sensibilidade única para a natureza e suas transformações.
Seu quadro Impressão, Nascer do Sol (1872) deu nome ao movimento impressionista. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas.
Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e o acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil.
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e o acompanhante
Eduardo Ortega
No YouTube há ainda um conteúdo disponível que pode ser utilizado por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.
Serviço
Período da exposição: até 24 de agosto de 2025
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
Local: MASP - Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Observação: agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
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