Teóloga do interior de SP comenta expectativas e tendências da Igreja Católica para o Conclave: 'Acompanhar a sociedade'

Ivenise Santinon opina que a votação para escolher o sucessor do papa Francisco deve acontecer de maneira breve. Conclave começa nesta quarta-feira (7). Teóloga fala sobre escolha do novo papa no Vaticano
O Conclave, votação que acontece entre cardeais para escolher o novo líder da Igreja Católica, começa nesta quarta-feira (7). Votantes de diversos países ao redor do mundo já estão no Vaticano para participar. No entanto, os candidatos favoritos ainda são incertos e têm gerado dúvidas e debates entre a população.
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A teóloga da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Ivenise Santinon opina que o procedimento deverá ser breve e objetivo. Para ela, é necessário que a religião acompanhe a atualização da diversidade por meio da unidade.
"A palavra é unidade ou diálogo. São elas que vão entender o papel do papado e do novo pontífice. O processo deverá ser curto, como os que elegeram os dois papas anteriores, entre dois e três dias. Tenho a impressão de que os cardeais estão trabalhando mais a questão de quem é que saberá conduzir essa dinâmica de entender uma sociedade global", explica.
À TV TEM, a doutora em ciências da religião afirma que o novo líder não poderá deixar de tocar em assuntos considerados sensíveis e delicados à Igreja Católica. Isso se deve ao trabalho iniciado ainda pelo papa Francisco, que teve um papel fundamental ao explorar tópicos considerados tabus no meio religioso.
"A questão é entender os processos, e a Igreja deve respeitar aquilo que já foi começado por Francisco. Penso que haverá dificuldade para encaminhar algumas questões devido à resistência de alguns grupos católicos, que não gostam de trabalhar as diferenças. O que o papa deixou em encíclicas e documentos oficiais dão uma prévia sobre o que o próximo terá que falar, como pedofilia, corrupções e participação das mulheres no meio católico", comenta.
"Existem alguns assuntos que a sociedade não vai deixar passar. Precisamos avançar. Teremos que lidar com a hegemonia de alguns grupos conservadores, mas a Igreja Católica terá de andar em direção à atualização, conforme a sociedade nos pede", complementa.
Véu branco é colocado para cobrir o rosto do papa Francisco, em 25 de abril de 2025
Vaticano
A teóloga explica que, para a eleição de um novo pontífice ser validada, são necessários dois terços dos votos do Conclave - o que, atualmente, representa 88 dos 133 cardeais aptos para participar. Apesar da grande maioria ter sido nomeada por Francisco durante seu pontificado, isso não significa que eles compartilhem das mesmas ideias do líder anterior.
"São pessoas de todos os continentes e são diferentes, mesmo sendo nomeadas por ele. O que nos traz uma expectativa mais positiva sobre a porcentagem necessária é que grande parte sabe das pautas dele e deve dar um encaminhamento. No Brasil, há sete cardeais e todos eles pensam diferente. Se com um número reduzido já é assim, imagina com mais de 100. Uma convergência ideológica terá que existir para que uma nova pessoa seja eleita", diz.
Na visão de Ivenise, não é possível arriscar um nome favorito para suceder Francisco, apesar de suas preferências pessoais. No entanto, ela enxerga que, provavelmente, não será a hora de um novo papa latino-americano.
"Tenho a impressão que há políticas mais claras dentro do Conclave que direcionam para cardeais de outros continentes. Gosto muito de candidatos que tenham as pautas de Francisco, mesmo que não sejam tão avançados. Temos que buscar uma pessoa diferente que dê continuidade às pautas, mas, mesmo pensando diferente, não tenha medo de ousar nas propostas", finaliza.
Ivenise comenta sobre o Conclave
Reprodução/TV TEM
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O Conclave, votação que acontece entre cardeais para escolher o novo líder da Igreja Católica, começa nesta quarta-feira (7). Votantes de diversos países ao redor do mundo já estão no Vaticano para participar. No entanto, os candidatos favoritos ainda são incertos e têm gerado dúvidas e debates entre a população.
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A teóloga da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Ivenise Santinon opina que o procedimento deverá ser breve e objetivo. Para ela, é necessário que a religião acompanhe a atualização da diversidade por meio da unidade.
"A palavra é unidade ou diálogo. São elas que vão entender o papel do papado e do novo pontífice. O processo deverá ser curto, como os que elegeram os dois papas anteriores, entre dois e três dias. Tenho a impressão de que os cardeais estão trabalhando mais a questão de quem é que saberá conduzir essa dinâmica de entender uma sociedade global", explica.
À TV TEM, a doutora em ciências da religião afirma que o novo líder não poderá deixar de tocar em assuntos considerados sensíveis e delicados à Igreja Católica. Isso se deve ao trabalho iniciado ainda pelo papa Francisco, que teve um papel fundamental ao explorar tópicos considerados tabus no meio religioso.
"A questão é entender os processos, e a Igreja deve respeitar aquilo que já foi começado por Francisco. Penso que haverá dificuldade para encaminhar algumas questões devido à resistência de alguns grupos católicos, que não gostam de trabalhar as diferenças. O que o papa deixou em encíclicas e documentos oficiais dão uma prévia sobre o que o próximo terá que falar, como pedofilia, corrupções e participação das mulheres no meio católico", comenta.
"Existem alguns assuntos que a sociedade não vai deixar passar. Precisamos avançar. Teremos que lidar com a hegemonia de alguns grupos conservadores, mas a Igreja Católica terá de andar em direção à atualização, conforme a sociedade nos pede", complementa.
Véu branco é colocado para cobrir o rosto do papa Francisco, em 25 de abril de 2025
Vaticano
A teóloga explica que, para a eleição de um novo pontífice ser validada, são necessários dois terços dos votos do Conclave - o que, atualmente, representa 88 dos 133 cardeais aptos para participar. Apesar da grande maioria ter sido nomeada por Francisco durante seu pontificado, isso não significa que eles compartilhem das mesmas ideias do líder anterior.
"São pessoas de todos os continentes e são diferentes, mesmo sendo nomeadas por ele. O que nos traz uma expectativa mais positiva sobre a porcentagem necessária é que grande parte sabe das pautas dele e deve dar um encaminhamento. No Brasil, há sete cardeais e todos eles pensam diferente. Se com um número reduzido já é assim, imagina com mais de 100. Uma convergência ideológica terá que existir para que uma nova pessoa seja eleita", diz.
Na visão de Ivenise, não é possível arriscar um nome favorito para suceder Francisco, apesar de suas preferências pessoais. No entanto, ela enxerga que, provavelmente, não será a hora de um novo papa latino-americano.
"Tenho a impressão que há políticas mais claras dentro do Conclave que direcionam para cardeais de outros continentes. Gosto muito de candidatos que tenham as pautas de Francisco, mesmo que não sejam tão avançados. Temos que buscar uma pessoa diferente que dê continuidade às pautas, mas, mesmo pensando diferente, não tenha medo de ousar nas propostas", finaliza.
Ivenise comenta sobre o Conclave
Reprodução/TV TEM
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