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Sem seguro contra incêndio, moradora culpa condomínio por falhas após apartamento ser destruído por fogo; síndico nega

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Sem seguro contra incêndio, moradora culpa condomínio por falhas após apartamento ser destruído por fogo; síndico nega
Júlia Futaki e outros moradores de prédio em Pinheiros, Zona Oeste de SP, afirmam não haver mangueira em nenhum dos 17 andares, só no subsolo. Condomínio diz que manutenção é responsabilidade de empresa contratada. Júlia Futaki teve o apartamento em Pinheiros, Zona Oeste de São Palo, destruído por incêndio em março
Fábio Tito/g1
Susto, pânico, desespero e frustração. A dentista Júlia Futaki, de 49 anos, conta que viveu tudo isso intensamente numa quinta-feira do mês passado, quando saiu do banho e percebeu um princípio de incêndio em seu apartamento em Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista.
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O fogo alto destruiu todo o imóvel e ainda danificou uma lateral do edifício, assustando a vizinhança (veja vídeo abaixo).
De acordo com Júlia, o fogo começou na mesa de cabeceira ao lado de sua cama, onde havia um abajur e uma extensão elétrica.
Apartamento pega fogo em prédio de Pinheiros, Zona Oeste de SP
Ex-síndica do edifício e ciente de técnicas de combate a incêndio, ela buscou primeiro um extintor de pó químico para apagar as chamas sobre os aparelhos elétricos. Mas o fogo começou a consumir o edredom sobre a cama.
Ela foi, então, em busca do extintor de água, mas não conseguiu usá-lo devido a furos na mangueira. Júlia diz que não houve vazão necessária para apagar o fogo, que acabou se alastrando.
Além da visão de seu lar e quase todos seus pertences virando cinzas, outro ponto contribuiu para o desespero da moradora: o apartamento, que é alugado, não tinha seguro contra incêndio.
Ela afirma que itens importantes de combate ao incêndio do condomínio, como o próprio extintor, estavam irregulares, o que teria dificultado ou até impossibilitado o controle das chamas de forma mais rápida.
O condomínio afirma que o procedimento de manutenção dos equipamentos é de responsabilidade da empresa contratada para o serviço e que os bombeiros usaram a mangueira do condomínio para controlar o fogo (veja a resposta completa do síndico mais abaixo).
"Na hora em que eu fui colocar o extintor de água, na mangueira do extintor tinham quatro furos, e aí eu não tive a pressão, a vazão da água foi pros lados. Foi quando eu vi que perdi todas as esperanças. (...) Aí eu tive que desistir e aguardar os bombeiros. Ainda bem que vieram rápido, mas eles tiveram problemas também porque não tinha uma mangueira no prédio, em nenhum andar, não tinha mangueira, e eles ficaram procurando", afirma Júlia.
Gravação de condômino mostra extintor com furos na mangueira. Moradora alega que falha no equipamento impediu que ela tentasse conter incêndio
Arquivo pessoal
Segundo Júlia e outros condôminos, só havia mangueira de incêndio no subsolo do prédio, e os bombeiros levaram algum tempo até localizar e subir com ela até o segundo andar, onde estava o fogo.
Quatro dias depois do incêndio, alguns dos moradores percorreram todos os 17 andares e gravaram vídeos comprovando a ausência das mangueiras, o que eles consideram uma falha de segurança.
Moradores do edifício também reclamam que não houve o acionamento de um alarme sonoro para alertar os condôminos. Alguns deles saíram batendo de porta em porta para avisar sobre a emergência.
Agora, Júlia e seu advogado estão reunindo provas para tentar exigir na Justiça que o condomínio seja responsabilizado pela negligência. O advogado pediu ao condomínio acesso às imagens das câmeras de segurança durante o ocorrido, o que lhe foi negado.
"Eu não tinha seguro de incêndio, e isso dá um desespero e uma preocupação maior. Toda a parte elétrica e estrutural foi danificada. Eu não tenho ainda noção do quanto vai ser necessário em termo de valores, mas está tudo destruído", diz ela.
Amigos dela iniciaram uma vaquinha online para ajudá-la e já levantaram mais de R$ 14 mil. A meta estabelecida é de R$ 70 mil.
O que diz o síndico
A manutenção dos equipamentos de combate a incêndio é anual;
Não existe Norma nem Instrução Técnica para o procedimento de manutenção, isso fica a critério da empresa que está realizando a manutenção. O que precisamos manter é a quantidade de equipamentos de combate a incêndios necessária para atender uma emergência. Que foi exatamente o que ocorreu, os Bombeiros utilizaram a mangueira do condomínio para controlar o incêndio;
Os extintores reservas foram deixados pela empresa responsável pela manutenção, em todos os andares e estavam dentro do prazo de validade;
O Corpo de Bombeiros, através da aprovação do projeto do AVCB, é quem determina quais itens de segurança e combate a incêndio precisamos manter no condomínio, no caso do Fusion Pinheiros, o Corpo de Bombeiro não solicitou alarme sonoro, os detectores de fumaça nos andares têm a finalidade de acionar a pressurização da escada e informar a portaria. O sistema funcionou perfeitamente naquela ocasião.
Dicas de prevenção e combate a incêndios
Com a ajuda do advogado especialista em condomínios Marcio Rachkorsky, comentarista do SP1, o g1 reuniu dicas importantes sobre prevenção e combate a incêndio em casa ou condomínio. Confira abaixo:
Guia rápido do g1 sobre combate ao fogo em casa
Seguro contra incêndio
Todo condomínio precisa ter seguro contra incêndio, é obrigatório e cobre as áreas comuns. Vale optar pelo seguro mais completo possível; não costuma ser caro, levando em conta a cobertura oferecida. A responsabilidade é do síndico.
No caso de um incêndio em apartamento causar danos a outras unidades vizinhas, seja aos lados, acima ou abaixo, o seguro do condomínio cobre os danos desses terceiros (mas não os danos no apartamento foco do incêndio).
Já para casa ou apartamento, o seguro é algo facultativo, não é obrigatório. Cada morador pode fazer ou não. O que se recomenda sempre é que todos façam. Também costuma ter um preço acessível. No caso de um sinistro, você terá seu patrimônio protegido.
AVCB
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros é um dos documentos mais importantes que um condomínio precisa ter em dia. Significa dizer que os bombeiros visitaram o condomínio, viram que tinha todos os equipamentos, que a legislação estava cumprida e que aquele prédio tem segurança para as pessoas morarem com tranquilidade.
Esse documento tem que ser renovado de tempos em tempos, o período varia de estado para estado (são cinco anos em SP). Se um prédio não tiver AVCB e acontecer uma tragédia, o síndico pode ser condenado criminalmente, porque é obrigação do condomínio ter isso sempre em dia.
Manutenção dos equipamentos
No caso de um condomínio, que precisa ter equipamentos de combate a incêndio para conseguir o AVCB, cabe à administração do prédio a responsabilidade de manter tudo em pleno funcionamento para o caso de uma emergência.
Se a manutenção dos equipamentos de prevenção e combate a incêndio não estiver em dia, mesmo o prédio tendo AVCB vigente, o condomínio pode ser responsabilizado numa ação judicial, e até o síndico, pessoalmente, se ele tiver sido negligente.
Brigada de incêndio
Todo condomínio obrigatoriamente tem que ter uma brigada de incêndio, que é um grupo de moradores e de funcionários treinado para combater um incêndio, evacuar o prédio, tomar primeiras providências de emergência, evitar uma tragédia.
É comum que o curso de brigadistas não seja visto com a importância que ele de fato tem, com baixo interesse e participação dos condôminos e pouca cobrança por parte da administração. O ideal seria que tivesse um morador de cada andar como parte da brigada.
Incêndio atinge apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste de SP
Reprodução

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