Indústria sucroalcooleira de Alagoas aposta no avanço da descarbonização para minimizar impactos ambientais

Prática, que vem sendo apontada como uma das principais formas de mitigar os efeitos da emissão de dióxido de carbono da atmosfera, vem sendo aplicada no setor sucroenergético no estado. Usina em Alagoas aderiu ao programa do governo de descarbonização
Cooperativa Pindorama
Cada ano que passa, os efeitos do aquecimento global se tornam ainda mais intensos. O alto índice de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o gás de efeito estufa mais abundante na Terra, vem batendo recorde em 2025, tornando a mudança climática pauta urgente. Em Alagoas, a indústria sucroalcooleira tem investido na transição para uma economia de baixo carbono, impulsionada pela descarbonização.
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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o aumento do CO2 nos últimos anos está ligado à queima de combustíveis fósseis. Atualmente, as temperaturas médias globais de superfície são as maiores já registradas nos últimos cinco séculos.
Buscando soluções para a crise climática, o tema da redução de carbono foi uma das principais pautas da última conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Os países que participaram da COP29, incluindo o Brasil, entraram em acordo sobre o mercado de carbono global.
Na área da indústria, um dos esforços crescentes tem sido a transição energética como forma de reduzir o uso do carbono ou bater a meta do chamado “carbono zero”. Essa transição passa pela descarbonização, que é a troca de combustíveis fósseis por energias renováveis (eólica e a solar).
Queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas do aquecimento global
Divulgação - Pixabay.
Em Alagoas, existem várias linhas de fomento para descarbonização no setor sucroalcooleiro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra, destacou que a descarbonização na indústria já é uma realidade e tem se mostrado uma estratégia eficiente para a redução dos impactos ambientais.
“Estamos trabalhando muito com descarbonização, que hoje é a palavra de ordem. No Senai temos um hub de tecnologia para modernizar nossas indústrias e incentivar a inovação. A competitividade depende disso, e precisamos aumentar nossa produtividade”, disse
Hidrogênio Verde: o que você deve saber sobre o combustível do futuro
Brasil quer liderar descarbonização da indústria, mas volta a defender exploração de petróleo na margem equatorial
A abundância de recursos naturais no estado tem contribuído para aplicação de energias mais limpas. A Cooperativa Pindorama, por exemplo, foi a primeira usina do estado a aderir à política nacional de descarbonização e hoje coleciona créditos de carbono - criados pelo Ministério de Minas e Energia.
“A gente vem desenvolvendo projetos de créditos de carbono com o objetivo de reduzir as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera através de gerenciamento dos seus resíduos, manejo das lavouras com redução no uso de fertilizantes convencionais, além de investir no uso de produtos biológicos", disse a engenheira ambiental da cooperativa, Juliane Oliveira Rodrigues.
O investimento em tecnologias sustentáveis tem sido cada vez mais necessário. O preside do Sindaçúcar, Pedro Roberto, enfatizou como avanços tecnológicos no setor sucroalcooleiro têm contribuído para uma produção mais verde.
“Hoje estamos esmagando menos cana do que há dez anos, mas mantendo a mesma produção industrial de açúcar e etanol. Isso só é possível porque investimos fortemente em irrigação e nas tecnologias de produção, garantindo que o setor acompanhe essa nova ordem da inovação. Mais do que isso, estamos comprometidos com a sustentabilidade, garantindo que todo esse avanço ocorra sem agressão ao meio ambiente”, afirmou.
Crédito de carbono
O crédito de carbono nasceu como uma forma de compensar as emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera. Dessa forma, se uma empresa ou país reduzir essas emissões acumula créditos e pode vendê-los para quem não cumpriu as metas. Também é possível gerar créditos investindo em projetos para remover gases da atmosfera.
Em geral, cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser lançada ou é capturada da atmosfera equivale a um crédito.
Na Pindorama, onde é produzido etanol de cana e cereal, os CBIOs (Créditos de Descarbonização), criados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), já são aplicados. De acordo com o presidente da cooperativa, a usina tem conseguido emitir mais de 40 mil CBIO's por safra.
"O CBIO vem para estimular ainda mais os cuidados contra a emissão desses gases. Todo Crédito de Carbono identificado é comercializado anualmente e proporcionalmente dividido com os nossos associados. Isso é importante, pois além de estarmos beneficiando o meio ambiente de forma efetiva, trazemos, também, para o bolso do pequeno produtor, um ganho que ele jamais teriam", destacou Klécio Santos.
? Vantagens da descarbonização na indústria
Os especialistas apontam vários pontos positivos para a descarbonização, como os impactos socioeconômicos e sustentável. Podendo a prática impulsionar o crescimento econômico através da criação de novos mercados, da geração de empregos e do aumento da eficiência energética.
No entanto, a aplicação esbarra na criação de políticas públicas que incentivem a produção de energias renováveis, sendo assim, necessária a parceria entre o setor público e privado.
Brasil e o acordo de redução de carbono
O Brasil é um dos países signatários do Acordo de Paris, onde foi firmado, em 2015, o Pacto Global da ONU para reduzir a emissão de carbonos até 2030.
Na 28ª conferência do clima da ONU, a COP28, os países concordaram, pela primeira vez, que é preciso fazer uma "transição energética" para redução do uso de combustíveis fósseis.
Na COP 29, realizada no ano passado no Azerbaijão, o Brasil afirmou que prevê reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, tomando como base os níveis de 2005. Já o Observatório do Clima (OC), rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, aponta que essa redução precisa ser de 95%.
O esforço para reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa é para tornar a meta compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5ºC, que é o limite seguro das mudanças climáticas.
De acordo com o Observatório do Clima, além da transição energética dos combustíveis fósseis, são necessárias outras medidas urgentes, como o desmatamento a quase zero, recuperação da vegetação e a substituição da gasolina por biocombustíveis.
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Cooperativa Pindorama
Cada ano que passa, os efeitos do aquecimento global se tornam ainda mais intensos. O alto índice de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o gás de efeito estufa mais abundante na Terra, vem batendo recorde em 2025, tornando a mudança climática pauta urgente. Em Alagoas, a indústria sucroalcooleira tem investido na transição para uma economia de baixo carbono, impulsionada pela descarbonização.
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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o aumento do CO2 nos últimos anos está ligado à queima de combustíveis fósseis. Atualmente, as temperaturas médias globais de superfície são as maiores já registradas nos últimos cinco séculos.
Buscando soluções para a crise climática, o tema da redução de carbono foi uma das principais pautas da última conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Os países que participaram da COP29, incluindo o Brasil, entraram em acordo sobre o mercado de carbono global.
Na área da indústria, um dos esforços crescentes tem sido a transição energética como forma de reduzir o uso do carbono ou bater a meta do chamado “carbono zero”. Essa transição passa pela descarbonização, que é a troca de combustíveis fósseis por energias renováveis (eólica e a solar).
Queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas do aquecimento global
Divulgação - Pixabay.
Em Alagoas, existem várias linhas de fomento para descarbonização no setor sucroalcooleiro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra, destacou que a descarbonização na indústria já é uma realidade e tem se mostrado uma estratégia eficiente para a redução dos impactos ambientais.
“Estamos trabalhando muito com descarbonização, que hoje é a palavra de ordem. No Senai temos um hub de tecnologia para modernizar nossas indústrias e incentivar a inovação. A competitividade depende disso, e precisamos aumentar nossa produtividade”, disse
Hidrogênio Verde: o que você deve saber sobre o combustível do futuro
Brasil quer liderar descarbonização da indústria, mas volta a defender exploração de petróleo na margem equatorial
A abundância de recursos naturais no estado tem contribuído para aplicação de energias mais limpas. A Cooperativa Pindorama, por exemplo, foi a primeira usina do estado a aderir à política nacional de descarbonização e hoje coleciona créditos de carbono - criados pelo Ministério de Minas e Energia.
“A gente vem desenvolvendo projetos de créditos de carbono com o objetivo de reduzir as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera através de gerenciamento dos seus resíduos, manejo das lavouras com redução no uso de fertilizantes convencionais, além de investir no uso de produtos biológicos", disse a engenheira ambiental da cooperativa, Juliane Oliveira Rodrigues.
O investimento em tecnologias sustentáveis tem sido cada vez mais necessário. O preside do Sindaçúcar, Pedro Roberto, enfatizou como avanços tecnológicos no setor sucroalcooleiro têm contribuído para uma produção mais verde.
“Hoje estamos esmagando menos cana do que há dez anos, mas mantendo a mesma produção industrial de açúcar e etanol. Isso só é possível porque investimos fortemente em irrigação e nas tecnologias de produção, garantindo que o setor acompanhe essa nova ordem da inovação. Mais do que isso, estamos comprometidos com a sustentabilidade, garantindo que todo esse avanço ocorra sem agressão ao meio ambiente”, afirmou.
Crédito de carbono
O crédito de carbono nasceu como uma forma de compensar as emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera. Dessa forma, se uma empresa ou país reduzir essas emissões acumula créditos e pode vendê-los para quem não cumpriu as metas. Também é possível gerar créditos investindo em projetos para remover gases da atmosfera.
Em geral, cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser lançada ou é capturada da atmosfera equivale a um crédito.
Na Pindorama, onde é produzido etanol de cana e cereal, os CBIOs (Créditos de Descarbonização), criados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), já são aplicados. De acordo com o presidente da cooperativa, a usina tem conseguido emitir mais de 40 mil CBIO's por safra.
"O CBIO vem para estimular ainda mais os cuidados contra a emissão desses gases. Todo Crédito de Carbono identificado é comercializado anualmente e proporcionalmente dividido com os nossos associados. Isso é importante, pois além de estarmos beneficiando o meio ambiente de forma efetiva, trazemos, também, para o bolso do pequeno produtor, um ganho que ele jamais teriam", destacou Klécio Santos.
? Vantagens da descarbonização na indústria
Os especialistas apontam vários pontos positivos para a descarbonização, como os impactos socioeconômicos e sustentável. Podendo a prática impulsionar o crescimento econômico através da criação de novos mercados, da geração de empregos e do aumento da eficiência energética.
No entanto, a aplicação esbarra na criação de políticas públicas que incentivem a produção de energias renováveis, sendo assim, necessária a parceria entre o setor público e privado.
Brasil e o acordo de redução de carbono
O Brasil é um dos países signatários do Acordo de Paris, onde foi firmado, em 2015, o Pacto Global da ONU para reduzir a emissão de carbonos até 2030.
Na 28ª conferência do clima da ONU, a COP28, os países concordaram, pela primeira vez, que é preciso fazer uma "transição energética" para redução do uso de combustíveis fósseis.
Na COP 29, realizada no ano passado no Azerbaijão, o Brasil afirmou que prevê reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, tomando como base os níveis de 2005. Já o Observatório do Clima (OC), rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, aponta que essa redução precisa ser de 95%.
O esforço para reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa é para tornar a meta compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5ºC, que é o limite seguro das mudanças climáticas.
De acordo com o Observatório do Clima, além da transição energética dos combustíveis fósseis, são necessárias outras medidas urgentes, como o desmatamento a quase zero, recuperação da vegetação e a substituição da gasolina por biocombustíveis.
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