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STF começa a ouvir testemunhas de acusação contra 'núcleo 2' da tentativa de golpe de Estado

STF começa a ouvir testemunhas de acusação contra 'núcleo 2' da tentativa de golpe de Estado
Primeira Turma do STF dá início à nova etapa das ações penais da trama golpista
A Primeira Turma do STF - Supremo Tribunal Federal começou nesta segunda-feira (14) mais uma fase das ações penais sobre a tentativa de golpe e ouviu testemunhas de acusação contra o chamado "núcleo 2" da trama.
O STF não permitiu a gravação dos depoimentos, mas os jornalistas puderam acompanhar. As primeiras testemunhas ouvidas foram indicadas pela Procuradoria-Geral da República. São testemunhas de acusação contra os seis réus, acusados de gerenciar as ações golpistas: Fernando de Sousa Oliveira, Filipe Garcia Martins Pereira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.
Uma das testemunhas foi Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor do Ministério da Justiça, que já havia prestado depoimento em maio. Clebson elaborou documentos a pedido da área de inteligência do ministério. Nesta segunda-feira (14), o servidor disse que recebeu o pedido para fazer uma análise de dados que vinculasse os votos em Lula a uma facção criminosa no Rio de Janeiro.
Também contou que recebeu uma encomenda para informar em que locais Lula teve mais votos no primeiro turno. Segundo a PGR, esses dados sobre locais com mais votos em Lula foram usados para direcionar as ações da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022 na Região Nordeste. A Procuradoria perguntou:
Gabriela Starling, procuradora da República: No dia do segundo turno, o senhor percebeu alguma semelhança entre os dados que o senhor trabalhou e o direcionamento das forças de segurança?
Clebson Ferreira de Paula Vieira: Imediatamente. Fiquei assustado e, com o transcorrer do dia, foi se confirmando.
A Procuradoria também quis saber:
Gabriela Starling: Com base nos dados em que trabalhou, percebeu se a PRF atuou de forma idêntica ou diferente nos municípios em que Lula ou Bolsonaro venciam preponderantemente?
E o servidor disse:
“Onde Lula tinha mais de 75%, houve uma pressão nas adjacências dos fluxos de trânsito, não só nas cidades, mas nas circunvizinhas. Deu para perceber isso de forma bem nítida”.
STF começa a ouvir testemunhas de acusação contra 'núcleo 2' da tentativa de golpe de Estado
Jornal Nacional/ Reprodução
À tarde, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, prestou o terceiro depoimento à Primeira Turma do STF. Cid voltou a afirmar que Bolsonaro e militares discutiram uma minuta golpista e que o ex-presidente pediu que o então assessor Filipe Martins fizesse ajustes no documento, que previa, por exemplo, a convocação de novas eleições e a prisão do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e de ministros do STF. De acordo com Mauro Cid, por determinação de Bolsonaro, foi mantida a previsão de prender apenas o ministro Alexandre de Moraes. Nesta segunda-feira (14), Cid afirmou que:
“Depois que Filipe Martins saiu da reunião com o presidente, com as alterações feitas pelo presidente, ele veio até a minha mesa, ali onde eu estava, onde eu ficava na sala auxiliar, com esses documentos já rabiscados. E aí ele ia fazer as alterações, e aí foi quando ele pegou o computador dele para fazer modificações propostas pelo presidente”.
E nesta segunda-feira (14) termina o prazo para a PGR entregar as alegações finais no processo contra o chamado núcleo crucial da tentativa de golpe. O documento resume a investigação e apresenta os argumentos do Ministério Público contra Jair Bolsonaro e sete aliados, que respondem por cinco crimes.
As alegações finais são a última etapa antes do julgamento que vai decidir se os réus serão condenados ou absolvidos. Depois da PGR, a defesa do tenente-coronel e colaborador Mauro Cid vai se manifestar. Em seguida, será a vez das defesas dos demais acusados.
A defesa de Filipe Martins afirmou que, no depoimento, Mauro Cid reconheceu que nunca teve acesso ao conteúdo da suposta minuta golpista; que Mauro Cid também reconheceu não ter prova que sustente a versão apresentada na delação premiada; e que Filipe Martins não tem qualquer relação com os documentos encontrados na casa do ex-ministro Anderson Torres ou no celular do próprio Cid.
A defesa de Jair Bolsonaro não deu retorno ao contato do Jornal Nacional.
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